Tolero praticamente todo o tipo de insectos domésticos, desde moscas a mosquitos passando por traças ou borboletas, e a ocasional barata voadora sempre dá para uns instantes divertidos de caça. Até cheguei a ter um grilo na varanda, e como não queria matar o bicharoco foi um ver-se-te-avias para que ele parasse aquele concerto de serrote e voltasse aos verdejantes bosques da Penha.
Mas se há coisa que não aguento, são abelhas e vespas. Ser picado por abelhas ou vespas é uma daquelas coisas que me faz morrer – portanto já renasci duas vezes, pelo menos. Enquanto os outros insectos fogem de nós quando lhes damos um piparote, a abelha e a vespa são estúpidas, e deixam-nos um ferrão, mesmo que isso lhes custe a própria vida. Este ferrão contém veneno, mais no caso da vespa, e provoca uma reacção alérgica e dolorosa na pele, e um enorme inchaço.
Que alguém seja picado por uma abelha ou vespa no campo, no bosque ou na colmeia, ainda se admite, até merece, mas o pior é quando se vive em apartamentos, o que fica um bocado estúpido. Quando vinha há pouco a voltar da rua com as compras, entrei muito calmamente no elevador, e quando vou a meio do caminho reparo que tenho uma vespa no ombro da camisa. Fiquei aborrecido, mas pensei que quando chegasse lá acima a puta voasse pela janela e me deixasse em paz. Puro engano.
Saio do elevador sem fazer movimento bruscos, caminho lentamente até à porta de casa, e nesse espelho verifico que a vespa continua no meu ombro. Pior: começava a andar à volta da gola da camisola, cada vez mais perto do meu pescoço. Pouso as compras, enfio de novo a chave no bolso e respiro fundo: é agora ou nunca. Tirei a camisola o mais rapidamente que podia, amassei-a atirei-a ao chão enquanto praguejava contra a puta da vespa. Quando parou a comoção olhei à minha volta, e vi-a ali no chão a espernear, qual tartaruga, à espera do pisão final. E foi o que aconteceu, e aqui está a fotografia para o vosso deleite. Leocardo-1 Vespa-0. Resultado final.
1 comentário:
E viva o Verão...
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