Escravatura dá prisão

Zeng Lingquan e Lu Shuqiong, ao centro, rodeados de pobres escravos.

Um casal foi detido na China por ter vendido pessoas para a escravatura. O casal geria um lar ilegal para doentes mentais e sem abrigo, e depois vendia-os à escravatura. Zeng Lingquan, de 46 anos, e a sua mulher Lu Shuqiong, de 45, foram detidos na quinta-feira, disse Wang Yunhui, da Procuradoria Popular de Quxian, em Sichuan. O casal obteve 3 milhões de yuan com a venda de 130 pessoas a fábricas, minas, docas e pedreiras em toda a China desde 1993. A esmagadora maioria dos trabalhadores não eram pagos, comiam mal e viviam em condições desumanas.


Os indigentes comiam com os cães na pedreira de Xinjiang.

Este caso foi exposto depois de oito doentes mentais terem sido encontrados a trabalhar em condições de escravatura numa pedreira em Xinjiang, em Dezembro último (ver reportagem no Bairro do Oriente). A polícia alega que o casal começou a contratar pedintes e sem-abrigo para os ajudar nos trabalhos da quinta - um procedimento ilegal, pois os indigentes não detinham sequer um documento de identificação. Zeng montou o lar em 1998 para atrair mais pedintes, segundo a Procuradoria. O proprietário do lar assinava contratos com as empresas com quem tinha negócios, e treinava os trabalhadores antes de os entregar. Os salários dos trabalhadores eram depositados na conta de Zeng, que obviamente guardava tudo para ele. Zeng chicoteava ou torturava os residentes do lar se eles "não lhe dessem ouvidos". Por enquanto sete oficiais de Quxian foram demitidos ou suspensos devido ao seu relacionamente com o caso.