Radiografia de uma final

Netherlands 0-1 Spain (Highlights)

Ricardo | MySpace Video
Mais uma noite em branco para os adeptos do futebol em Macau, e o momento era solene: a final do mundial de futebol, que este ano consgraria um novo campeão mundial. De um lado a Holanda, finalista vencida e 1974 e 1978, do outro lado a Espanha, campeã da Europa. Os holandeses tinham sido 100% vitoriosos na competição até esta final, e foram a primeira equipa a qualificar-se da fase de grupos, os espanhóis começaram com uma derrota frente à Suíça, que lhes chegou a complicar as contas no Grupo H. O jogo começou numa toada morna, com os holandeses a parecer quererem tomar a iniciativa do jogo, com Kuyt a obrigar Casillas a uma defesa apertadoa nos primeiros minutos. Não seria essa a tendência do jogo no primeiro tempo, e os jogadores começaram a demonstrar uma certa rispidez. O árbitro inglês Howard Webb teve dificuldades em conter a agressividade, e mostrou cinco cartões amarelos só nesta primeira parte. Uma entrada duríssima de Nigel de Jong sobre Xabi Alonso, com a bota ao peito, podia ter valido um cartão vermelho, mas o juíz britânico optou por não "estragar" o espectáculo. A segunda parte foi bem melhorzinha para quem sacrificou horas de sono para assistir à final do mundial, e o minuto 62 terá sido o ponto de viragem da partida: Robben foge à marcação dos centrais espanhóis, aparece isolado frente a Casillas e não consegue ultrapassar o guardião do Real Madrid, que lhe saíu aos pés. Nem Robben, nem os adeptos da laranja mecânica queiram acreditar. Soou o alarme na "roja", e a Espanha mudou de atitude. Primeiro David Villa causa muito perigo após um cruzamento de Jesus Navas, e depois Sergio Ramos remata de cabeça ligeiramente por cima da baliza de Stekelenburg. O defesa catalão Carles Puyol destacava-se pelo seu fantástico poder de elevação, e ia sempre tentar a sua sorte lá acima cada vez que os espanhóis marcavam um canto. Aproximava-se o prolongamento, e Del Bosque apostava no médio Cesc Fabregas, o que se revelaria uma aposta ganha. O jovem médio do Arsenal começava a cortar a defesa holandesa, e a Espanha tomava definitivamente o controlo da partida. Já na segunda parte do tempo extra, Heitinga era expulso por acumulação de amarelos, e já nada restava à "laranja" senão defender o nulo e tentar a sorte na marcação de grandes penalidades. Foi aí que a Espanha constrói uma das suas famosas jogadas con troca de bola curta e futebol ao primeiro passe, com Fabregas a passar para a ponta esquerda, onde surge Iniesta a rematar a bola para o fundo das redes. O defesa holandês Mathijsen coloca o médio do Barcelona em jogo, e de nada lhe valeram os prostestos a pedir fora de jogo - a não ser um cartão amarelo. A festa já era vermelha nas bancadas, e só foi preciso esperar mais três minutos. A Espanha tornava-se pela primeira vez na história campeã mundial, e tornava-se o segundo país a somar o título europeu ao título mundial em apenas dois anos (a Alemanha fez o mesmo em 72/74, enquanto a França fazia-o no sentido contrário em 98/2000). Parabéns aos novos campeões.