O drama da habitação social continua em Macau. Todos os jornais, portugueses e chineses, deram destaque à história desta senhora, Chan Fun, que viu novamente ser-lhe recusada uma casinha. Fun ocupa uma cama (não uma casa, uma "cama") na Areia Preta por 800 patacas mensais. Não conheço a fundo a situação da senhora, mas quase que garanto que 800 patacas devem fazer-lhe diferença.
Ainda um dia destes vi um programa no canal de Hong Kong, que abordava a mesma situação na RAE vizinha, e deparei com um grupo de imigrantes vietnamitas que vivem em quartos mais pequenos que a minha casa-de-banho, partilham os beliches, guardam as tralhas debaixo da cama,, e ainda pagam 1600 dólares de Hong Kong todos os meses! Como alguns são já de avançada idade, os senhorios ainda lhes fazem um desconto...de 400 dólares.
É verdade que a propriedade por estas bandas é cara, e até sou um pouco contra a subsídio-dependência, mas penso que o Governo devia resolver isto da habitação económica o mais rapidamente possível. Basta apurar quem necessita realmente de habitação, que se arrisca a viver na rua, quem vive em condições praticamente desumanas. Devem haver cães em Macau que vivem mais confortavelmente que certas pessoas. Depois é preciso ter cuidade para que os habituais "penduras" não aproveitem isto da habitação social para arranjar uma forma de não pagar renda, ou uma hipoteca, mesmo que possam.
Já se sabe que o maior problema dos jovens hoje em dia é adquirir habitação, e muitos chegam aos 30 anos ainda a viver na casa dos pais. Outrsos fazem esforços épicos para pagar amortizações, e alguns chegam mesmo a casar cedo para que tenham alguém com que partilhar a despesa e a independência - que depois acaba por não ser independência nenhuma. Mas os pobres não têm meios de produzir e alimentar este mercado cada vez mais facínora e guloso. Macau cresce para todos os lados, como uma espécie de universo, e é preciso cuidar que muitos dos seus cidadãos não caiam pela borda fora. Deixem lá isso da especulação imobiliária em paz, nem que seja só por um bocadinho.
26 comentários:
Viver em Macau é, para quase toda a gente, sinónimo de viver tudo ao monte. Mesmo quem vive em apartamentos maiores tem montes de vizinhos barulhentos e prédios enormes ou velhos bem perto das suas janelas. E a tendência só pode ser para piorar, acho eu de que.
eles que venham todos para Portugal que o governo portugues dá casas de borla para os pretos,brasucas e ciganos.Aqui em Portugal é assim,quem vive em barracas ou em bairros de lata são transferidos para os bairros sociais,tudo de borla.
viver em casa dos pais até muito tarde não é vergonha nenhuma,aliás os chineses casados costumam viver com os pais muito deles.a cultura chinesa,dá muita importancia aos pais e aos velhos,coisa que não acontece na europa,os velhos na europa vão todos para o asilo ou são abandonados pelos filhos
olha então aqui em Portugal,os portugueses são como os chineses,,muitos que estão casados continuam a viver na casa dos pais.Eu sou um deles :)).Mas não acho que seja uma vergonha,experimentem voces viver com um salário de merda e com muitas contas para pagar e terem que pagar um renda alta só para um T2 e depois digam se preferem ou não viver com os pais.
Essa velhinha se fosse um panda já tinha casa...
AA
O pior é quando a especulação começa com muitos dos carenciados que assim que apanham a casita a vendem...
Em HK, com 7 milhões de habitantes, mais de metade da população vive em casas construídas pela Administração e vendidas ou arrendadas a preços controlados. Em Macau, onde o Governo tem muito mais desafogo financeiro, há muito pouca habitação pública, porque há que satisfazer primeiro os amigos empreiteiros e os especuladores imobiliários. A populaça que aguente.
7 comentários 7 verdades!
mas no caso desta senhora o negocio e' diferente.
Ela nunca teve casa porque nao esta' divorciada do marido que tem 1 apartamento.
esta gaja anda 'a muito tempo a tentar sacar uma casa para a vender daqui a 5 anos.
estas lagrimas de crocodilo da senhora e' tudo treta, e como ela ha muitos, portanto nao sejam todos patinhos q esta conheco eu
Pois e, enquanto em Macau e Hong Kong as imobiliarias ,empreiteiros e especuladores sugam e parasitam a populacao, uns tantos palhacos tipo Martin Lee , Emily Lau e Long Hair, vao distraindo as pessoas com o sufragio universal , o artigo 23 e Tiananmen, como se isso fosse os verdadeiros problemas.
O meu comentário das 20:24 distinguia bem a situação de Macau da de Hong Kong. Além disso, esses activistas (palhaço é você) não falam só dessas matérias que referiu. Falam de muitas outras questões da vida diária de HK e da gestão da coisa pública.
Se você acha que a falta de democracia é a solução para os problemas de habitação, junte-se ao camarada Bernardino Soares e vá para a Coreia do Norte, onde toda a gente tem uma bela casa. Se for muito complicado, também pode ir de férias a Cuba e ver a bela qualidade de vida do povo. Se vive em Macau, tem outras alternativas aqui mais perto.
Não sou o comentador das 04.51, mas posso também responder o seguinte ao anónimo das 06.19, pegando nas suas próprias palavras: se você acha que a democracia é a solução, também pode deixar Macau e ir para um país verdadeiramente democrático onde, como sabe, também toda a gente tem uma bela casa. Se for muito complicado, também pode ir de férias a Portugal e ver a bela qualidade de vida do povo.
Olha por exemplo a empregada doméstica do Leocardo se não me engano diz que tem não sei quantas casas na terra dela.
Ao anónimo das 11:19,
Eu não disse que a democracia era a solução para os problemas de habitação. O que argumentei foi:
1) Esse problema não se resolve necessariamente melhor sem democracia;
2) Não é por haver falta de habitação que se deve deixar de lutar pela democracia. Uma coisa não impede a outra. São questões diferentes.
Percebeu agora?
Mais: se um governo democrático não souber defender os interesses da população, podemos sempre escolher outro para ver se é capaz de fazer melhor. Já em ditadura, o governo pode fazer as merdas que quiser, que ninguém o pode tirar de lá. Qual das opções prefere?
Oh anonimo defensor da democracia,diga la onde e que preferia viver: Numa semi-ditadura tipo Singapura, ou numa democracia tipo Filipinas?
Ao anónimo das 15.22:
1) Nem se resolve necessariamente melhor com democracia.
2) Que lute pela democracia quem gosta dela. Ou será que agora é obrigatório lutarmos todos pela democracia? Pelos vistos, os democratas não são diferentes dos outros: querem à força toda obrigar toda a gente a aceitar o seu sistema político como o único válido.
Dito isto, não prefiro nenhuma das opções, nem democracia nem ditadura. Prefiro o meio-termo, como em Macau e Hong Kong. Aqui nenhum governo ditatorial nos dá tau-tau, mas também não se verifica o caos de muitas democracias em que os governos, em vez de resolverem o que há para resolver, estão sobretudo preocupados com calendários eleitorais.
Ao anónimo das 16:48,
A sua comparação entre as Filipinas e Singapura é muito falaciosa. Aliás, as Filipinas também já foram uma ditadura e não estavam melhor do que hoje.
Sugiro-lhe que faça outro exercício bem mais razoável: pegue numa lista dos 20 ou 30 países mais desenvolvidos do mundo e veja quantos são democracias e quantos são ditaduras.
Ao anónimo das 17:59,
Eu também acho que cada povo deve escolher o sistema político que preferir, democracia ou não. O problema é que as ditaduras não costumam ser nem escolhidas nem referendadas pelo povo. São-lhes impostas por um grupo e tendem a perpetuar-se. Se os regimes ditatoriais aceitarem fazer um referendo para saber se o povo quer mudar de regime ou não e o povo decidir que quer continuar a viver em ditadura, problema dele. Mas deixem-no tomar essa decisão. Ou só o grupo que iluminados que está no poder é que tem cabeça para pensar?
Você prefere o "meio-termo" de Macau provavelmente por uma única razão: por haver tanto dinheiro nesta terra. Se o dinheiro do jogo caísse a pique e o governo começasse a cortar nos salários dos funcionários públicos, nos subsídios que permitem que a comunicação social de língua portuguesa continue a existir em Macau e a escola portuguesa lá se vá aguentando, nos subsídios às associações e às actividades artísticas, nos contratos com advogados, engenheiros, arquitectos e médicos portugueses, no bilinguismo nos tribunais e na administração em geral, eu queria ver se você ainda ia continuar a gostar tanto do regime político de Macau. Você gosta desse regime enquanto o dinheiro público for pingando e der para manter a especificidade bilingue de Macau (ainda que mitigada), que lhe permite viver bem aqui. Em suma, você é apenas um vendido. Vendido não por trabalhar em Macau, mas por calar a sua consciência em nome do patacame. Tão conveniente, não é?
O anónimo das 12:06 tem realmente muita piada. Falacioso, é certo, mas não deixa de ter piada. Então os regimes ditatoriais não fazem referendos para saber o que o povo quer... Muito diferente dos regimes democráticos que, como se sabe, sempre tiveram o hábito de fazer referendos para ver se era mesmo democracia que o povo queria... Aliás, até os referendos que os auto-denominados governos democráticos fazem, repetem-nos tantas vezes até obterem o resultado que esperam. Foi assim em Portugal com o aborto e foi assim na Irlanda com a questão da entrada na UE. Sim senhor, não há nada como a democracia!
Quanto à segunda parte, pego de novo nas suas palavras: "Se o dinheiro do jogo caísse a pique e o governo começasse a cortar nos salários dos funcionários públicos..." (sic). Pois, é precisamente isso que tem acontecido nas suas amadas democracias. Singapura, por exemplo, não teve casinos até há bem pouco tempo, e lá se foi aguentando. Hong Kong a mesma coisa. Se calhar o problema não está no facto de haver ou não casinos, está no facto de haver ou não democracias...
Bom, e o Martin Lee e os outros, ainda nao descobriram as qestoes "fracturantes", tipo IVG,casamento do mesmo sexo, eutanasia, ai e que as imobiliarias e os especuladores vao esfregar as maos de contentes!
Vao poder chupar ainda mais, enquanto o pessoal esta entretido com debates da treta!
É, uns entretêm-se com debates da treta, tipo democracia, direitos humanos, liberdade de imprensa, etc., enquanto os outros ficam calados ou se limitam a criticar os que debatem estes assuntos. Porque é que o anónimo anterior não debate a especulação imobiliária, em vez de apenas criticar os que debatem os direitos humanos e o sistema político? E não sabe que os activistas de Macau que debatem estes temas, como os deputados do NMD, são também das poucas pessoas que debatem abertamente a falta de investimento do governo de Macau em habitação pública e a falta de medidas políticas e legislativas para combater a especulação imobiliária no território?
Pois é, você ladra muito contra quem se esforça por alguma coisa, mas não faz rigorosamente nada senão dizer mal dessas pessoas.
O NMD é aquele grupo "democrático" xenófobo, não é?
Não são perfeitos, mas têm muitas iniciativas bastante válidas. Prefere os deputados empresários?
Que tristeza de mundo, é o que me apraz dizer....
fodasse......
AA
Não é "fodasse", caralho. É "FODA-SE"!!!
Oh anonimo das 22:15, antes de comecar a debater, e preciso chamar a atencao, que e precisamente o que eu estou a fazer!
E os problemas resolvem-se FAZENDO, e nao debatendo com jogos florais.
E ja reparou por exemplo que a comunicacao social, tao lesta a falar dos problemas da treta,quando se trata de falar da especulacao imobiliaria pelas agencias parasitarias, fica toda muito caladinha?
Eu disse caladinha? Enganei-me, porque quando falam, e para entrevistar obsequiosamente um qualquer gordo de uma empresa imobiliaria que diz invariavelmente, que os precos das casas vao subir 30 por cento no futuro, ou entao aconselham as pessoas sem poder de compra para ir morar no Zhuhai. Ate ja tivemos a TDM a dar nas noticias a inauguracao de uma sucursal de uma agencia imobiliaria, com uma tipa da empresa com cara cor amarelo-agiota a dizer que as casas iam subir. Adivinham quanto? Exactamente. Trinta por cento.
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