quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Este Natal, não beba


Quem se desloca frequentemente a Hong Kong frequenta ou pelo menos conhece alguns locais onde se vendem produtos considerados "à margem da lei", mas tolerados até um certo ponto - fossem todos os problemas esses. Falo por exemplo daquelas ruazinhas onde se montam barracas que vendem produtos contrafeitos e DVDs piratas, pequenos restaurantes onde se podem comer animais "estranhos", ou bares onde se praticam formas dissimuladas de prostituição. A droga é também um problema combatido de forma menos intensa na RAE vizinha, e alguns produtos que se podem encontrar em Tsim Sha Tsui, por exemplo, são tidos como "formas orientais milenares de relaxamento". Tudo bem, até aqui.

Só quem continua a sua marcha impiedosa na destruição da sociedade é o alcool, produzido de todas as formas e sabores, que invade as prateleiras dos supermercados, onde merece sempre grande destaque. Este alcool e o seu consumo são responsáveis por males sociais tremendos, e sem que se pareça dar muita importância ao assunto. Claro que o vinho e afins estão relacionados com hábitos alimentares e tal, mas qual é a justificação para a "bujeca" e para os mortíferos licores? Quem bebe frequentemente tem frustrações ou inibições que não consegue ultrapassar naturalmente.

Se por um lado "apanhar uma piela" parece às vezes uma ideia divertida, a verdade é que só se está a dar um passo rumo a doenças como a cirrose hepática, a obesidade, os diabetes, doenças cardíacas, cinco tipos de cancro, a loja dos horrores. Isto para não falar das pessoas que ainda morrem por envenenamento por alcool, das vítimas dos condutores embriagados ou dos nefastos efeitos no sistema neurológico. E isto meus senhores, é a "droga" permitida da nossa sociedade.

Diz-se que "faz bem" beber um copo de vinho às refeições, por causa dos efeitos anti-oxidantes da uva. Só que para isso bastava beber sumo de uva, e os efeitos estão lá mesma. Além disso, beber apenas 20 cl de vinho às refeições neutraliza o objectivo principal do consumo de alcool: a alienação. Qualquer coisa serve de desculpa para beber, seja o convívio social, a derrota do Benfica ou a morte do piriquito. A indústria vai esfregando as mãos de contente, e passa os seus estimulantes inebriantes para a juventude através da cerveja e das tais "bebidas energéticas", uma autêntica porcaria.

O Alcorão proíbe o consumo do alcool, bem de como qualquer outro alimento fermentado, e nisto os países ditos "islâmicos" vão fazendo um ponto de honra, e quem sabe com razão - imaginem que aqueles gajos se metiam nos copos. Este Natal, não dispense o tal copo de vinho tinto, e beba o champanhe no Ano Novo, mas não faça figuras tristes. Existem agora uns sumos super-catitas da Compal com chá, amoras, ananás e menta ou papaia e laranja. Existem pinas coladas e margaritas sem alcool, enfim, mil e uma coisas que podem perfeitamente substituir os vodkas, os whiskeys e essas merdas que nos impingem nos bares e ainda por cima custam os olhos da cara. E o menino Jesus não veio ao mundo para nos ver vomitar...

4 comentários:

Anónimo disse...

o pior de tudo isso e que nao falaste e' a bebida marada que ninguem se importa de consumir, da cerveja ao whisky bebes um copo e no dia seguinte tas com uma ressaca que nem te aguentas.
os bares compram mais barato e os fiscais nao actuam e os coitados dos utentes logo sofrem

Anónimo disse...

Isso de que o anónimo anterior fala é que é um crime a sério, porque as bebidas são vendidas ao mesmo preço das originais e ninguém sabe o que está a consumir. Para além disso pode criar efeitos nocivos imprevisíveis e é um caso de saúde pública. Se há coisa que devia ser fiscalizada a sério, é isso. Com comidas e bebidas não se brinca.

Anónimo disse...

os islamicos não bem alcool e já são tão fanáticos,fundamentalistas e malucos,agora imagina se bebessem.Quantos aviões não cairiam?quantas bombas não iriam rebentar?

Alcoólico Anónimo disse...

Se calhar o problema deles é precisamente não beberem álcool ou terem o stress de ter de o beber às escondidas. Se o pudessem beber livremente, talvez começassem a ser melhores pessoas, ficavam mais relaxados.