Quanto mais vejo as imagens da mãe biológica da pequena Alexandra, a tal Natália Zarubina, mais que convenço que a senhora tem sérios problemas com a bebida. Não sei se é o discurso arrastado, os comportamentos estranhos, o aspecto despenteado, ou tudo junto. Mas será preconceito, ou mesmo racismo, pensar que os russos são um povo que se mete seriamente nos copos?
A Rússia é o país do vodka, um poderoso destilado de 40º famoso no mundo inteiro. É o produto mais exportado do país, e no passado tivemos o exemplo de Boris Yeltsin, o presidente copofónico que embaraçava os russos com os seus delírios alcoolatras. Ora se o próprio presidente era um gajo que bebia até cair, o que dizer do povo?
Os dados da OMS desmentem. E vão mais longe. Na lista do consumo
per capita de bebidas alcoolicas, os portugueses estão à frente dos russos! Será possível? Sim, mas tudo tem uma explicação. No primeiro lugar da lista está o Uganda. Cada habitante daquele país africano bebe 19,47 litros de alcool puro por ano, em média. O que bebem, não sei bem, mas bebem. Segundo uma nota de rodapé da OMS, estão incluídas bebidas caseiras fermentadas, à base de milho, sorgo e outros produtos agrícolas. Está mais ou menos explicado.
O Luxemburgo segue em segundo lugar, a Rep. Checa em terceiro, e a Irlanda (naturalmente) em quarto lugar. Moldávia, Hungria, França, Ilhas Reunião, Bermuda e Alemanha completam o top-10 da vergonhosa lista. Portugal aparece em 13º lugar com 12,49 litros de alcool puro por habitante por ano. Ora basta uma ou duas cervejinhas todos os dias para que se atinga este número. Ou um copinho de vinho a cada refeição. Alguém acredita que os ingleses (18º lugar) se embebedam menos que os portugueses? Ou os suecos, que se colocam num higiénico 66º lugar? A Islândia, o país europeu onde existem mais associações de Alcoolicos Anónimos, aparece num surpreendente 60º lugar!
A Rússia aparece em 23º lugar com 10,58 litros de alcool puro. Certo, mas por cada russo que não bebe uma gota e marcha ao som dos hinos do exército vermelho, existe outro que apanha verdadeiras bebedeiras de paralizar os neurónios. Enquanto os portugueses tomam o vinho como um alimento, um complemento a uma boa refeição, estes povos nórdicos labutam arduamente durante a semana, e viram litradas de destilados ao fim-de-semana, para parecer bem nas estatísticas.
Países como o Bangladesh, Irão, Líbia e Arábia Saudita registam números muito próximos do zero. Ou seja, não há lá uma pinguinha de vinho carrascão com que se possa temperar um bife. Escusado será dizer que em termos de desenvolvimento humano, cumprimento dos direitos fundamentais ou liberdades, estes países registam igualmente números próximos do zero. Assim nem vale a pena viver...
Sem comentários:
Enviar um comentário