É oficial. Agnes Lam vai mesmo candidatar-se às eleições de 20 de Setembro para a Assembleia Legislativa. A sua Associação para a Energia Cívica, criada com o intuito de concorrer a um lugar no hemiciclo, assume finalmente esse propósito, depois de um período de “ponderação” que no fundo só serviu para demonstrar uma modéstia ou indiferença que na realidade nunca existiram. Cansada de comentar sobre a política local na forma de “opinião especializada”, chegou agora a hora de arregaçar as mangas e “atacar”. Foi um bom par de anos a servir o “interesse da população” com conclusões geniais, como “a população não se sente representada na AL”, ou mais recentemente “os candidatos a Chefe do Executivo deviam avançar”, e com muita opinião sobre o artº 23 à mistura. Uma verdadeira voz a pregar no deserto de ideias. Nunca em parte alguma alguém tinha tecido considerações deste calibre.
Agnes Lam diz que concorre em nome da “classe media”, que segundo ela “anda silenciada”. Se está silenciada, vai continuar a estar, certamente. É a classe média, onde me incluo, obviamente, que elege os 12 deputados por sufrágio directo. O eleitor médio pertence à classe media. É a classe media que vota no Novo Macau Democrático, é a classe média que vota em Angela Leong, em Chan Meng Kam, em Pereira Coutinho. A classe média está representada na AL, bem ou mal. Não se pode dizer que “não tem voz”. Tem a que escolheu, francamente. Os empresários, ou "os ricos” se os quiserem chamar, têm os seus interesses defendidos pelos respectivos grupos eleitos pelo sufrágio indirecto. Dos pobres, esses, não reza a História. Aliás se aparecesse amanhã uma “Associação dos Pobres” a concorrer ao sufrágio directo, duvido que os pobres votassem nela. Este é o principal erro de Agnes Lam, na minha humilde opinião: pensar que existem cinco ou dez mil votos aí no ar prontinhos a apanhar. Que existe um vazio politico que a professora-assistente do Dept. de Comunicação da UMAC “tem o dever” de preencher.
Agnes Lam estará provavelmente convencida que consegue angariar votos da “maioria silenciosa”, que comenta em forums da internet ou pinta graffitis nas paredes. É a presunção de que tem o apoio de uma espécie de elite intelectual/universitária, o que também fica longe da verdade. Concordo que é preciso que a malta jovem se mexa, que é preciso sangue novo, mas sinceramente Agnes Lam vale o que vale. Fica-lhe muito melhor uma posição de rectaguarda, onde pode continuar a comentar, elaborar estudos, ser a estrela da imprensa em português, e tudo mais. Fez um bom trabalho de fora, mas de dentro não acredito que vá ser um Pereira Coutinho ou um NMD, ou que consiga sozinha “mudar o sistema”, ou trazer o debate sobre o sufrágio directo para a escolha do CE. E por falar em NMD, Agnes Lam diz que “não quer roubar votos a ninguém”, mas é isso que vai acontecer. Só que vão ser tão poucos, que não tem importância. Em todo o caso, boa sorte.
3 comentários:
La estás tu a ser Português, em vêz de a apoiares já estas a mandar a baixo...é sempre assim com os itelectuais tugas....e só dizer mal. E a coragem que é preciso para nos chegarmos á frente?????
Diziamos todos que o Coutinho não prestava etc etc...Eu acho é que os tugas e a comunidade tuga devia têr vergonha na cara e trabalhar mais....
Aqui como lá...
O que é que a Agnes Lam tem a ver com a comunidade tuga?
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