No rescaldo das eleições europeias de Domingo, alguns comentadores do Partido Socialista, o grande derrotado, desvalorizam os resultados, e insistem que estes "não se vão reflectir nas Legislativas em Setembro". O ministro dos Assuntos Parlamentares Augusto Santos Silva vai mais longe, afirmando que os portugueses "não querem juntar uma crise política à actual crise económica". Em primeiro lugar qualquer pessoa com bom senso vê que estes resultados significam que muito provavelmente Sócrates
y sus muchachos vão perder as legislativas. Ninguém satisfeito com a governação socretina virava as costas ao primeiro, mesmo numas eleições europeias que valem o que valem. Quanto às declarações de Santos Silva, estes acenos de tumulto político já foram vistos em 1991 quando o então primeiro-ministro e actual PR, Cavaco Silva, disse que "só governava se tivesse maioria absoluta". Os tempos eram de vacas gordas, e os portugueses deram-lhe a maioria. Os tempos agora são outros, e os portugueses estão-se nas tintas para as crises políticas, se o governo é de minoria, de coligação ou se aparece o tal bloco central. Importante mesmo é que mude este elenco, que já pisou que chegue na bola. Mais que uma ameaça velada, as afirmações de Santos Silva soam a promessa. Promessa de bons ventos. Porque pior, é difícil.
1 comentário:
O povo português, já de si roubado a tempo inteiro, nunca foi tão roubado como em tempos de maiorias absolutas, com crise ou sem ela. Roubado e desrespeitado, que a típica arrogância do político português aparece em todo o seu esplendor quando este está de papo cheio (ou seja, com maioria absoluta). Podem vir estes palhaços acenar à vontade com o fantasma da "crise de governabilidade", que quem não é idiota já percebeu muito bem que a pior coisa que lhe pode acontecer em Portugal é uma maioria absoluta.
É deixar os abutres como o Santos Silva a grunhir e não ir em histórias da carochinha (os abutres grunhem? Grunhem os porcos, portanto também se aplica).
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