Imagem recolhida na Rotunda do Estádio, na Taipa. É mesmo uma vida de cão para quem tem um animal de estimação em Macau. Claro que falo sem conhecimento de causa, mas basta perceber quando se anda pelos espaços verdes (e castanhos...) públicos epalhados pelo território, e tem que se fintar os dejectos caninos, sejam os mais fresquinhos ainda a brilhar no frio da manhã, ou aqueles já ressequidos, que em todo o caso convidam sempre a que se ponha a pata em cima, e se vá para o trabalho com um novo "musk".
A minha opinião é já conhecida; não acho que esteja certo manter um cão dentro de um apartamento, em prédios de vinte e tal andares onde por vezes se torna difícil uma família de 3 ou 4 pessoas viver. Mesmo dentro de um daqueles grandes, com varanda. Um cão precisa de de um quintal, onde possa correr, ladrar aos outros cães (e se possível às galinhas, se houverem), morder e esconder os chinelos do dono, caçar gatos, ou onde possa enterrar os cocós, o que é perfeitamente natural e saudável, até como fertilizante.
É triste ver os cidadãos que se preocupam, aí pelas ruas com o canito, com um bocado de jornal na rua para lhe limpar o cu, ou apanhar os cocós, ou lá o que é. Se outras civilizações alíegenas nos estiverem a observar do espaço sideral, vão pensar que são os cães que estão no comando. E aqueles que levam autênticos mastifes nos elevadores, perigando o bem-estar de idosos e crianças? Ter um piriquito ou um papagaio na sala, uma tartaruga na banheira, ou peixinhos tropicais no aquário (são uma seca, estão sempre a morrer) ainda vá lá, agora um cão, nem por isso.
E depois quando a família se farta de se revesar nas vezes de levar o cão à rua? E quando vão de férias e abandonam o animal? Os meus vizinhos do lado, uma família irresponsável e disfuncional, chegou a ter um cão durante uns meses. Quando deixei de ouvir o bichinho a ladrar, nem quis imaginar o que lhe fizeram. Razão tinha a minha mulher quando disse que "se não conseguem tomar conta deles próprios, como vão tomar conta de um cão?".
Sejamos realistas, Macau não é o lugar ideal para ter um cão. E o que tem feito a ANIMA recentemente? Tem-se ouvido falar muito pouco deles. Lá de vez em quando organizam, e bem, umas campanhas de adopção, e pouco mais que isso. E os tais veterinários que se dizem de serviço 24 horas? Há queixas de pessoas que garantem que os telefones tocam de madrugada e ninguém atende. E se o cão tiver um AVC durante a noite?
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