Vi ontem "Burn After Reading" o último filme dos irmãos Ethan e Joel Cohen, e o primeiro desde o seu
magnum opus, "No Country for Old Men", que arrebatou os oscares na edição do ano passado. Mas quem ficou com um gosto estranho na boca depois de ver "No country...", vai detestar esta comédia (dizem que é uma comédia, mas não dá para rir muito) de costumes, recheada de um leque de actores de alto gabarito.
O filme conta a história de Osbourne Cox (John Malkovich), um analista de sistemas a trabalhar para a CIA, que é despedido por alcoolismo. Sem admitir que tem um problema, fica furioso e decide ir para casa escrever as suas memórias. A sua mulher Katie (Tilda Swinton), uma médica, quer o divórcio. Seguindo o conselho da sua advogada, copia ficheiros do computador do marido, de modo a obter o maior número de informação possível, que deixa com a secretária da empresa de advocacia. A secretária perde o CD no ginásio que frequenta para manter a forma, e é encontrado por um contínuo mexicano.
No ginásio trabalham Linda Litzke (Frances McDormand), que anda desesperada para fazer operações plásticas, mas não tem dinheiro. No ginásio trabalha também Chad Feldheimer (Brad Pitt), um cabeça de vento cheio de tiques larilas que só pensa em exercício. Os dois decidem chantagear Cox, que os ignora, e em desespero de causa levam o CD com a informação que julgam ser "importante" à embaixada russa. Os russos ficam estupefactos com a "espionagem" e prometem dar-lhes uma resposta em breve.
Entretanto Katie, a mulher de Cox, está sentimentalmente envolvida com Harry Pfarrer (George Clooney), um agente da tesouraria federal. Pfarrer é um tolo por rabos de saia, e aproveita a saída da mulher em trabalho para mudar-se para a casa dos Cox, depois de Katie mudar de fechadura e expulsar o marido de casa. Chad volta à residência dos Cox em buca de mais ficheiros confidenciais, Pfarrer chega e numa cena absolutamente surrealista mata-o por acidente.
Curiosamente Pfarrer está também envolvido numa relação com Linda, que conheceu na internet. Palavra puxa palavra e acabam por perceber que estão ambos envolvidos na mesma teia de decepção. A embaixada russa e a CIA discutem (amigavelmente, diga-se de passagem) o episódio da chantagem, e a inteligência americana, depois de analisar os factos, chega à conclusão que "seja o que foi que fizemos de errado, não vamos repetir". E o filme acaba assim, sem que se tenha, mais uma vez, a verdadeira noção do desfecho da história de cada personagem.
O filme conta com excelentes interpretações, principalmente por McDormand e Brad Pitt. Aliás este parece ser o ano de Pitt, que tem estado mais nas bocas do mundo devido ao seu romance cor-de-rosa com Angelina Jolie. Como este ano estão ambos nomeados para os óscares, pode ser que passem um serão diferente. Se recomendo este filme? Bem, se não tiver mesmo nada que fazer...e é bom lembrar que o período de férias do novo ano lunar começam hoje.
3 comentários:
Discordo em absoluto. Creio que é um dos melhotres filmes dos irmãos Cohen.
Bom ano novo chinês!
Eu não disse que era mau :)
Um bom ano para si também.
Eu também gostei do filme. Achei engraçado, muito irónico e com umas personagens muito bem trabalhadas.
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