segunda-feira, 12 de maio de 2008

Superliga 2007/2008 em revista


Agora que terminou o campeonato português, permitam-me uma pequena análise às incidências da época, que se traduziram na classificação final.

1º FC PORTO - Os portistas dominaram o campeonato a seu bel-prazer, adquirindo desde cedo uma larga vantagem sobre a concorrência. Jesualdo Ferreira, treinador sem grande sucesso antes de vir para o Dragão, tornou-se bi-campeão do dia para noite,e pode fazer a dobradinha no próximo fim-de-semana, quando jogar a final da Taça contra o Sporting. O Porto manteve praticamente a mesma estrutura da época passada, tendo saído apenas Pepe e Anderson, e prevê-se que seja assim para a próxima época. Só na Champions League os campeões continuam a desiludir, tendo-se ficado pelos oitavos-de-final.

2º SPORTING - De mal a mal o Sporting repetiu o sucesso da época passada. Paulo Bento foi muito contestado durante a época mas terminou em lugar de acesso directo à Champions League e vai estar novamente na final da Taça de Portugal. Os leões perderam a final da I edição da Taça da Liga frente ao V. Setúbal e na Europa fizeram melhor que na época passada: 3º lugar na fase de grupos da Champions e quartos-de-final da Taça UEFA.

3º V. GUIMARÃES - Os vimarenenses foram a grande sensação do campeonato. Depois da catarse de uma passagem pela Liga de Honra, o Vitória manteve-se sempre na luta pelo 2º lugar. Conquistou o 3º e o acesso à pré-eliminatória da Champions, mas o facto de não ser cabeça de série pode fazer com que tenha de jogar com um dos gigantes do futebol europeu (Barcelona, Arsenal, Liverpool). Manuel Cajuda manteve sempre uma posição de quasi-modéstia sempre muito criticada pelo Sporting e Benfica.

4º BENFICA - Foi mais uma época para esquecer para os encarnados. Depois do título em 2005, dois terceiros e um quarto lugar. Fernando Santos saíu após a primeira jornada e a meio da pré-eliminatória da Champions, e foi substituído por Camacho, que abandonou depois de um humilhante empate em casa com o último classificado, o U. Leiria. Com Fernando Chalana o Benfica foi eliminado da Taça de Portugal e da UEFA, e não conseguiu o acesso à Champions. Rui Costa merecia melhor na sua época de despedida.

5º MARÍTIMO - O presidente Carlos Pereira trouxe o ex-selecionador brasileiro Sebastião Lazaroni e mais um contingente de jogadores da terra do samba para agarrar um lugar europeu que lhes fugia à duas épocas. Os maritimistas começaram muito bem (três jogos, três vitórias), mantiveram-se sempre na primeira metade da tabela e conseguiram o quinto lugar graças a uma excelente parte final.

6º V. SETÚBAL - Os sadinos fizeram uma das melhores épocas dos últimos anos. Depois de na época passada terem apenas garantido a permanência na última jornada, fez-se o tão ambicionado saneamento financeiro, entrou Carlos Carvalhal e mais alguns jogadores de qualidade, e o resultado foi a vitória na I edição da Taça da Liga e o sexto lugar que garante mais uma presença na Taça UEFA.

7º SP. BRAGA - Os bracarenses fizeram uma época bastante irregular, marcada por duas chicotadas psicológicas. Voltaram a fazer uma gracinha na UEFA onde passaram novamente a fase de grupos, mas o sétimo lugar no Campeonato só lhes dá acesso à Taça Intertoto.

8º BELENENSES - Uma das melhores equipas do campeonato, o Belenenses fez um início de época bem tímido, mas foi paulatinamente subindo até ao quarto lugar, até que perdeu seis pontos na secretaria que os atiraram para o oitavo lugar, e fora da Europa.

9º BOAVISTA - Depois de um início bastante atribulado (primeira vitória à décima jornada), o Boavista provou em campo que chegava e sobrava para os lugares do meio da tabela. As decisões do processo Apito Final atiram-nos, no entanto, para a Liga de Honra. Aguardam-se as cenas dos próximos capítulos.

10º NACIONAL - A época dos nacionalistas fica marcada pela irregularidade e pela guerra de palavras entre o treinador sérvio Predrag Jokanovic e o treinador vimarenense Manuel Cajuda. Se o objectivo era a tranquilidade, foi conseguido, se era a Europa, falhou redondamente.

11º NAVAL - Os figueirenses vão para o quarto ano na Superliga, depois de mais uma época de sofrimento. Francisco Chaló falhou no seu ano de estreia e foi substituído por Ulisses Morais, que levou o Naval a bom porto.

12º ACADÉMICA - Domingos Paciência substituíu Manuel Machado à sexta jornada e a Académica fez uma época mais tranquila que o habitual, garantindo a permanência a duas jornadas do fim e obtendo a primeira vitória na Luz em 52 anos, e logo por 3-0.

13º EST. AMADORA - Uma época marcada pela instabilidade interna e os ordenados em atraso. Quem não sofreu com isso foi Daúto Faquirá, que se mantém no leme do Estrela há 60 jogos. A permanência nunca esteve realmente posta em cheque.

14º LEIXÕES - Apenas quatro vitórias e um recorde de 14 empates (incluíndo os dois jogos com o Benfica), é caso para dizer que grão a grão foi o Leixões enchendo o papo. Carlos Brito não resistiu à série de jogos sem conhecer o sabor da vitória, mas no fim os matosinhenses fazem a festa, conseguindo a permanência pela primeira vez em 32 anos.

15º P. FERREIRA - Os pacenses desceram em campo mas tudo indica que se mantenham na secretaria, devido às incidências do processo Apito Final, que relega o Boavista para a Liga de Honra. A época foi bastante medíocre, provando que a participação na Taça UEFA foi uma fava demasiado grande para o humilde P. Ferreira engolir.

16º U. LEIRIA - A primeira vitória apareceu apenas à 17ª jornada, o que é bem demonstrativo da época dos leirienses. Destaques apenas para o empate na Luz, e a goleada ao Sporting em casa, por 4-1.

Na Liga de Honra o Trofense foi campeão, fazendo assim a sua estreia na Superliga em 2008/09, enquanto o Rio Ave, segundo classificado, regressa três anos depois.

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