quinta-feira, 23 de abril de 2015

Morram todos (e bom dia, já agora)



O comportamento humano nas redes sociais devia objecto de estudo, uma cadeira na Universidade, ou quem sabe um curso superior completo. Daria pelo menos para várias teses de mestrado. Num destes dias acordei mais cedo e enquanto passava os olhos pelas notícias deparei com uma  do grupo do Facebook "Direitos dos Animais" que tenha muito interesse, de tão comum que é de encontrar naquele fórum onde o amor do Homem pelos animais combina o ódio do Homem pelo outro Homem, com os animais a ficarem todos "amados", e sem querer darem o devido valor a isso (já sei, já sei, os cães, as vacas choram, etc.). Esta notícia falava de um restaurante chinês no México onde foi apreendida carne de cão que era servida como se fosse de porco. Se alguém pensou agora "que coisa horrível!" é porque não conhece este grupo sediado no Brasil, onde o choque já só serve de pretexto para o genocídio, e o interesse reside mais em encontrar formas originais de "matar todos os chineses", pontudas, é claro, por uma dose respeitável de obscenidade e também alguma religiosidade: "Que é isto meu Deus manda matar esta raça nojenta escrota amarela", é um mimo que não raras vezes ali se encontra, mudando por vezes a ordem dos factores, com matança e insultos a toda a população da China antes de "Meu Deus".

Estava a acabar de pôr os olhos na notícia quando chega o comentário de uma senhora, cujo nome ocultei, que escreve um frio e seco "tem de matar todos esses fdp". Bom, isto mais parecia Estaline a entrar no Kremlin num dia de manhã com dor de dentes, e ainda não recomposto de uma discussão durante o fim-de-semana sobre uma girafa abatida, uma caçadora sorridente e um Ricky Gervais incendiário, resolvi meter-me com a "agressora", uma brasileira, lá está, e ela responde, sentindo o "toque" do meu aparte com cheiro a peido de cachorro. Fiz-lhe ver que aquele comentário era desagradável e que uma senhora não devia falar assim,  mas entretanto fiz questão de deixar saber que era contra os seis "perros calientes" à chinesa cozinhados ali no México, quando a senhora subitamente abriu o portal do coração e lá explicou que "não tem coragem nem para matar um rato" - a parte do "mas posso desejar" ignoro por motivos de enredo. E lá está, ela diz aquelas obscenidades que tanto ela como outros bradam, tantas vezes de forma irresponsável em jeito de ameaça de morte, é um técnica de alívio do "stress", e não "wishful thinking". Gostava de ver mais debates deste tipo por ali, mas penso que o problema é meu: já há muito que passaram da fase do "não gosto de ver seres indefesos sendo agredidos". Assim partiram para a luta. Mais ou menos...

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