quarta-feira, 11 de maio de 2011

Muito à frente do seu tempo


1) Segundo um relatório da Faculdade de Ciências Sociais da UMAC (Agnes Lam volta a atacar), as mulheres da RAEM “preferem casar e ficar em casa”, "não participam na vida política" e "não têm voz activa sobre assuntos sociais". Na (excelente) reportagem de Joana Freitas na edição de hoje do Hoje Macau, atribui-se esta atitude ao facto da sociedade ser “muito conservadora”. Eu não diria tanto conservadora, mas digamos mais realista. Sem querer tirar o mérito às mulheres que são ao mesmo tempo mães dedicadas e boas profissionais, eu diria que estas mulheres que optam por ficar em casa estão muito mais adiantadas em termos de mentalidade do que as outras. Primeiro porque estas mulheres finalmente perceberam (como eu, já há muito tempo) que trabalhar para viver é uma merda, e o mercado de trabalho é um mundo cão. Depois há que partilhar várias horas do dia com pessoas que se conhece mal, muitas delas insuportáveis, e muitas vezes precisar de competir com pessoas que pensam que trabalhar é tudo na vida e dar graxa a um chefe que na maior parte das vezes é um cabrão ingrato. Muitas mulheres que conseguem sucesso profissional acabam solteironas, velhas, desinteressantes, lésbicas umas com as outras, e eventualmente morrem sós e tristes. As que combinam a carreira com a família nunca chegam muito longe no campo profissional, enquanto que outras só têm mesmo jeito para fazer bebés. Entre a dependência de um homem e este tipo de independência, venha o diabo e escolha.

2) Magnífica reportagem (mais uma) de João Guedes no JTM, dedicada à toponímia de Macau. Desta vez o jornalista e investigador fala das ruas, travessas e becos baptizados com o nome de personagens irrelevantes do clero local, como sejam o padre Narciso, o padre António ou o padre Soares. Gostava de poder também saber a origem destes nomes tão obscuros para os arruamentos de Macau, mas tenho uma teoria. A tal Rua do Padre António, aqui perto de casa, tem o nome chinês de gou lau kai, ou "rua dos prédios altos", assim como o nome de outros arruamentos em chinês que nada têm a ver com o nome português. Penso que isto se deveu a uma certa pressa do Governo colonial em atribuír nomes portugueses às ruas, tendo optado então por pegar em personalidades mais ou menos conhecidas da época, mesmo que, e no caso do Pe. António, apenas "tenha administrado bem o dinheiro de vários fundos e legados que lhe tinham sido confiados". É só uma teoria, mas vou ficar atento a mais artigos deste excelente calibre.

3) O Ponto Final dedicou hoje duas páginas ao 20º aniversário da chegada ao território do General Rocha Vieira, o último Governador. Isto coincide quase com o 20º aniversário da minha chegada a Macau, que se deu poucos meses depois de Rocha Vieira. Já o disse aqui muitas vezes, não considero que Rocha Vieira tenha trazido algo de novo e positivo ao território, antes pelo contrário. Creio que muitas expectativas criadas passam hoje vinte anos foram defraudadas, e o último Governador podia ter feito muito mais do que simplesmente "cuidar do jardim" durante oito anos e meio. É claro que o artigo vem cheio de citações de pessoas que mais beneficiaram com o consulado do General. Outra coisa não seria de esperar.

13 comentários:

Anónimo disse...

Não sei porque dizes isso das mulheres,Leocardo.Já há muito tempo que as mulheres NÃO ficam em casa,quase todas elas não precisam dos homens para serem suscentadas,tem a sua carreira.Aliás basta dizer que há mais mulheres nas universidades do que homens.Mulheres que ficam em casa é do tempo da minha avó e bisavó.E já tenho 45 anos.Hoje em dia,mulher que fica em casa só pode ter marido ou amante rico.

Leocardo disse...

Espero não estar a ser mal entendido. Tudo o que quis dizer foi que compreendo a tendência que algumas têm para preferir ficar em casa do que enfrentar o mercado de trabalho. No serão todas necessariamente concubinas ou domésticas ignorantes. E não estamos aqui a falar de Portugal, mas da realidade local. Aconselho-o a ler o artigo do link para perceber melhor.

Cumprimentos.

Anónimo disse...

Pois eu percebo perfeitamente o que o Leocardo diz sobre as mulheres. Diz que ficar em casa, para muitas, é opção. E percebo porque eu próprio, que sou homem, se tivesse uma mulher que me sustentasse também preferia isso do que ter de levantar cedo todos os dias para ir para a porcaria do trabalho.

Leocardo disse...

Eheh. Bem, o que eu quero dizer com tudo isto é que não é nenhum problema se uma mulher não quiser trabalhar (desde que não ande a roubar), participar na vida política (manias da Agnes Lam) ou interessar-se pelos problemas sociais (que não lhe digam respeito, obviamente).

Será toda a gente obrigada a trabalhar, contribuir ou participar mesmo que não esteja virada para isso?

Cumprimentos.

Anónimo disse...

Eu teria muita VERGONHA na cara se eu tivesse uma mulher que me sustentasse.Na minha terra,isso tem nome,chama-se CHULO.

Anónimo disse...

Por falar em CHULO,conhecem aquele gajo portugues chamado José #####,que tem uma mulher rica chinesa em Macau?O gajo não trabalha,não faz nada e tem um mercedes e vive numa vivenda lá na Penha,é que este gajo é mesmo um CHULO.Não percebo como estes gajos não tem vergonha na cara.Devem ser gozados pelos amigos nas costas até não poderem mais.

Anónimo disse...

Nao vejo mal nenhum em ser chulo.
Voce deve ser daqueles individuos que ficam complexados se a mulher ganha mais.
So mostra falta de seguranca em si proprio, para alem de uma evidente inveja.

Anónimo disse...

Se é chulo trabalha em que?Na cama?Na rua??O anónimo das 20:28 deve ser o tal chulo José,de Macau.

Anónimo disse...

Preferia ser o tal chulo José do que um miserável pseudo-moralista como tu, das 21:58. Pelo menos esse deve tratar da vida dele em vez de se andar a meter na dos outros.

Anónimo disse...

Bem, se fizessem um inquérito aos gajos chineses de Macau 99,9% haveria também de dizer que preferiam ficar em casa, ir de viagem em excursões organizadas de 4 dias em que visitam 6 países, ficar a ver em casa a ver tv. Ainda não perceberam que os indígenas querem tudo menos trabalhar. O Governo dá.

Anónimo disse...

Então estou aculturado. Eu sou como eles, preferia não trabalhar.

Anónimo disse...

Só chulos a comentar.Se o vosso pai fosse chulo,a vossa mãe iria gostar?

Anónimo disse...

Se ela lho permitisse ser, era porque não se importava. Palerma...