quinta-feira, 26 de maio de 2011

Cansado das batatas


Ando cansado das batatas. São batatas fritas aos palitos, às rodelas, chips, batatas cozidas, batatas assadas, batata doce, puré de batata, batata recheada, batatada na bola, narizes de batata, etc. Vou começar a comer mais arroz, ando a ficar embatatado.

O Consulado Geral de Portugal em Macau quer assinalar este ano o 10 de Junho de forma diferente, com um programa cultural que se estende durante todo o mês de Junho, e que inclui um ciclo de cinema português, uma noite de fados, e uma certa exposição sobre plantas onde o sr. cônsul Manuel Cansado de Carvalho - nome dado a trocadilhos - exercitou os seus dotes de pessoa culta. A exposição "A aventura das plantas" é sobre plantas que os portugueses levaram de um continente para o outro durante a época das descobertas. A certa altura, o sr. cônsul diz que a exposição é sobre "como os portugueses transportaram plantas pelo mundo, e fizeram d'alguma maneira, a nível vegetal, a (não sei se posso dizer) a misceginação". Que horror, "miscigenação", um palavrão horrível.

De seguida o sr. cônsul ilustra esta "miscigenação" (outra vez, que horror!) dá um exemplo brilhante: "Levámos a batata, por exemplo, da América para a Europa. Não havia batata na Europa sem esta migração". Isto tudo para dizer, portanto, que se os portugueses não tivessem levado a batata para a Europa, não havia batata na Europa! Nem do McDonald's, se calhar. Depois há ainda "outros exemplos". Permitam-me que eu prossiga na mesma lógica: se os portugueses não tivessem levado a manga da Malásia para o Brasil, não existiriam mangas no Brasil. Têm dúvidas? Somos mesmo os maiores. Estas citações são as palavras exactas do sr. cônsul Paulo Futre, perdão, Cansado de Carvalho. Se não acreditam podem ver aqui o vídeo, por volta do minuto 5:20. Não quero aqui chatear a representação consular portuguesa, onde respeito toda a gente, mas penso que isto é cair um bocadinho no ridículo. O que vão pensar as pessoas que estiverem minimamente atentas às palavras do nosso diplomata?

Nunca percebi muito bem o coro de elogios que se faz e que se fez aos cônsules que passam pelo território. Abrem as portas do Hotel Bela Vista nos dias festivos, assinam uns passaportes, representam a República quando (raramente) precisa de ser representada, e não se metem em nada que tenha a ver com a política ou a justiça no território, mesmo que envolva portugueses. Dava jeito acontecer alguma coisa de extraordinário, assim do tipo alguém correr até ao Consulado Geral e pedir asilo político ou qualquer coisa assim, para ver o que acontece. O mais interessante que alguma vez aconteceu foi quando um grupo de engraçadinhos hasteou uma bandeira da monarquia no edifício do antigo Hospital S. Rafael durante o centenário da comemoração da República, no ano passado.

Cada vez que chega uma novo cônsul tenho sempre a ténue esperança que pelo menos diga qualquer coisa sobre a vida do território, que tenha uma opinião, que abale as coisas de vez em quando, mas depois desiludo-me. Já sei que não é para meter o bedelho nos assuntos de Macau que vem para cá um cônsul, e que as pessoas têm sempre expectativas elevadas, mas eu cá gosto sempre de sonhar um bocadinho. Entretanto não se esqueçam de ir ver a exposição sobre as batatas, e orgulhem-se de como O MUNDO DEVE A BATATA AOS PORTUGUESES!

19 comentários:

Anónimo disse...

Isso é tudo ignorância ou gosta apenas de se fazer?

Momento ignorante número 1: qualquer pessoa sabe que o cônsul não disse mentira nenhuma. A batata é originária da América e se não foram os portugueses a levá-la para a Europa, foram os outros ao lado, os espanhóis; e se a manga é originária da Ásia, é claro que foram os portugueses a levá-la, pois toda a gente sabe (ou devia saber) que os portugueses foram os primeiros europeus a chegar à Ásia numa altura em que já estavam na América. "Se não acreditam podem ver aqui o vídeo"? E porque não haveríamos de acreditar? Custa-me a acreditar é que isto tenha sido motivo para um post, ainda por cima a admirar-se com uma palavra tão banal como "miscigenação" (deve ter um vocabulário muito limitado, depreendo).

Momento ignorante número 2: devia saber que uma das regras de ouro da boa diplomacia é precisamente as embaixadas e consulados não meterem o bedelho nos assuntos dos países ou regiões onde estão instalados, a não ser que estejam em causa direitos dos seus cidadãos nesses países, o que não me parece o caso (ou sabe de alguma coisa que os outros não saibam?).

Quer dizer, primeiro faz chacota com o passado do Portugal colonialista, menosprezando tudo o que de bom se fez (e não foi pouco!), e depois defende um comportamento neocolonialista do Consulado português? Haja quem o entenda!

Leocardo disse...

Pobre ingénuo :)

Primeiro gostava de lhe reconhecer poderes telepáticos, pois parece ter ouvido coisas que o cônsul não disse. Eu simplesmente ouvi o que ele disse, e está ali bem assinalado nas citações.

E o que o cônsul disse foi o seguinte: "Não havia batata na Europa sem esta migração". Ou seja, sem os portugueses terem trazido a batata para a Europa, não havia batata na Europa. Ninguém falou ali de Espanha coisa nenhuma, por favor não invente.

O exemplo da manga é meu, mas apenas seguindo a mesma lógica e raciocínio que o Dr. Cansado de Carvalho.

"Miscigenação" não tem nada de especial, pelo que não entendo (repito, leias as ci-ta-ções!) porque é que o sr. cônsul pergunta em surdina ao presidente do IPOR, sentado ao seu lado, se "pode usar essa palavra". Será o sr. cônsul algum convidado estrangeiro de algum país onde "miscigenação" é um palavrão?

Recomendo que veja o vídeo e se junte à minha indignação; nem é tanto o que o cônsul disse, mas a forma atabalhoada como o faz. É "boa diplomacia", como V. Exa. sugere na segunda parte do seu comentário, que eu não comento, pois penso que me fiz entender.

Cumprimentos.

Anónimo disse...

O anterior cônsul era um tipo impecável. A maior parte dos portugueses gostava dele.

Leocardo disse...

Não concordo, mas deixe lá.

Cumprimentos.

Anónimo disse...

Qual vai ser a bandeira que vão hastear? A Republicana ou a Monárquica?

Anónimo disse...

Bates nos tugas mas lambes o cu aos chineses. Sabes bem que os tugas não vão procurar saber quem tu es. Ja os chineses metem-te no aviao em 3 tempos. Sinceramente es um palhaco. E aprende a escrever campeao. Tempo livre nao te falta.

Leocardo disse...

Outro bajulador ressabiado. Os portugueses o quê? Ainda estou à espera do último que diz que sabe quem sou e me vai "partir os dentes" (http://bairrodooriente.blogspot.com/2011/05/qui-pandalhada-deveras.html).

Cumprimentos.

Anónimo disse...

Portanto escreveu-se um post para bater nos tugas a partir de um pretexto ridículo.
Vai lá lamber o pés aos teus amigos chineses

Anónimo disse...

Olha que nao te admito seu merdas. Bajulador e ressabiado es obviamente tu (ainda que nao o percebas). E ninguem aqui disse que te ia "partir os dentes". Mas como sabes nao e dificil descobrir quem tu es. O que disse foi (repito para que consigas chegar la): portugues nenhum se daria ao trabalho de tentar saber quem es (e descobrir internautas e facil), mas se te meteres com chineses podes ter a certeza (tu sabes isso muito bem e por isso e que so bates nos outros) que te metem a luva em cima. E isto passa a ser "Bairro do Ocidente", la longe no unico pais que por muito mal que digas seria o teu obvio destino. Juizo moço e nao sejas ridiculo.

Anónimo disse...

Se calhar por isso é que o Leocardo se abstém de comentar o caso do ácido. Medo, muito medo... Pois eu digo que se alguma vez um filho da puta me atirar ácido e for identificado, vai desta para melhor.

Anónimo disse...

Oh cardoso estás nervoso?

Anónimo disse...

Está é quase a abalar da DSE...

Anónimo disse...

Pronto, fala-se mal do sôtor ficam logo todos zangados. E alguns dos argumentos que para aqui chamaram...meu Deus.

Leocardo disse...

Um de cada vez que o meu pau chega para todos.

Anónimo das 5:30, você é que é um merdas. Falo dos portugueses, dos chineses, dos filipinos, dos russos e de quem muito bem me apetecer. Só tenho pena de não dominar a língua chinesa, senão fazia uma versão bilingue do blogue. "E ninguem aqui disse que te ia "partir os dentes".:

"Anónimo disse...
Estás identificado, filho da puta!
Prepara-te para ficares sem os dentes, filho da puta!

21 de Maio de 2011 11:25"

Isto quer dizer o quê, exactamente? Ah já sei, não quer dizer nada, assim como o cônsul também não disse aquilo e não sei o quê. Tenha tino nessa cabecinha, homem.

Anónimo das 6:56, não comento porque não tenho nada que comentar. Sei tanto como você, e apenas aquilo que saíu na imprensa. Por acaso pensa que eu sei quem atirou o ácido ao Luís e porquê? Acho que só ele sabe. Se calhar V.Exa. queria que eu fosse aqui opinar, dizer que era "mau" ou que "não se faz", e não sei que mais. Para quê?

E já agora, ninguém me vai mandar embora porra nenhuma, e não tenho medo de nada. Como já disse noutro comentário, o tempo do mandar embora os meninos mal comportados já acabou.

Cumprimentos.

Anónimo disse...

"Por acaso pensa que eu sei quem atirou o ácido ao Luís e porquê?"

Nem é preciso saber porquê, qualquer filho da puta que atire ácido merece morrer. Comigo levava com um ferro nos cornos tantas vezes até se foder. E eu nem sequer conheço o Luís Oliveira mas, sim, sou a favor da pena de morte. Se qualquer animal pode atirar ácido, eu também o posso matar. Simples.

Anónimo disse...

És um puto. " Falo dos portugueses, dos chineses, dos filipinos, dos russos e de quem muito bem me apetecer." É assim mesmo afinal esta merda e tua. Como nao gosto de cobardes (e de um merdas como tu) vou pregar para outra freguesia. Uma onde a inteligencia nao esteja tao longe.

Leocardo disse...

Já vai tarde.

Anónimo disse...

Não sei Leocardo, ou melhor Leonardo, se o Dr. Sou Tim Peng contabilizar as horas que passa a escrever no blog e a comentar (que não são poucas) se calhar vai mesmo embora...
O melhor era fechar mais este blogue e abrir outro!

Anónimo disse...

Leo, sei bem o que andas a fazer...