quarta-feira, 16 de abril de 2008

Alto e pára o baile


O Governo arranjou finalmente uma solução para a polémica que envolvia a "skyline" de Macau desde meados do ano passado: ninguém pode construir mais de 90 metros acima do nível do mar numa área de 1400 metros à volta do Farol da Guia. Em causa estavam dois edifícios - um na Av. Rodrigo Rodrigues e outro na Calçada do Gaio, perto da Rua Nova à Guia - que ameaçavam tapar a visão do farol, ex-libris de Macau e património mundial da UNESCO.

Os protestos chegaram ao Governo Central da RPC, através de uma carta elaborada por um grupo de moradores das imediações do farol, e outros interessados na vertente cultural. A UNESCO chegou mesmo a considerar retirar Macau da lista do património mundial se não fossem cumpridas as suas exigências. A situação manteve-se num impasse até à publicação destas restrições à construção em altura publicadas hoje em Boletim Oficial, pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 83/2008.

O caso do edifício da Calçada do Gaio é o mais controverso. O projecto de obra aprovado definia uma altura de 126 metros, que agora passa para menos de metade: apenas 52 metros. Já foi criado um Gabinete para negociar com os empreiteiros uma indemnização que, ao que tudo indica, deverá ser elevadíssima. Por vezes penso que em Macau existem direitos a mais. Os empreiteiros alegaram inicialmente que "não podiam reduzir a altura do edifício" uma vez que "já existem compradores para as fracções". Agora estarei eu enganado ou isto não está correcto. Venderam algo que ainda não existe?

Veja as reportagens da TDM aqui e aqui.

4 comentários:

Anónimo disse...

Macau sã assi. Esses patos bravos arranjam uma nesga de terreno, dizem que já está tudo vendido e levantam lá um mastodonte. Depois acabam arrolados no caso Ao Man Long e admiram-se.

Anónimo disse...

Uma grande vitória da população. Para todos vermos que em Macau não existe apenas uma população ignorante e desprendida, mas sim e também uma população com amor pela terra e força para lutar por ela.

Este foi um pequeno rastro de esperança para a preservação da identidade e cultura de Macau: enquanto a população se interessar, se identificar e achar importante a sua cultura singular, não existe ganância capaz de destruir a essência da terra.

Quanto à comunidade Portuguesa, resta ajudar a informar, partilhar e compreender a identidade deste espaço e ajudar a construir os alicerces para a manutenção da singularidade e da importância cultural de Macau na enorme RPC....

Anónimo disse...

Agora seria importante a população tomar consciencia do perigo a que se sujeita a colina da Penha. Esta medida protege parcialmente a colina da Guia, mas coloca à mercê do capital toda a zona da antiga praia grande.

Já o nosso consul se queixava daquelas aberrações que estão para ser construidas à frente do Hotel Belavis- perdão, residência consular.

Seria importante surgir uma voz unida em favor da protecção e preservação da colina da Penha...

C disse...

O problema de Macau são os patos bravos, são a ralé endinheirada, enfim gente mal nascida e mal crescida que vai influenciando os destinos da tão "quirida" Macau, como dizia o saudoso Adé.
Que voltem os Mandarins, onde é que eles estão? Ao menos constituíam uma aristocracia no seu verdadeiro sentido, derivado do poder dos mais válidos, do mérito, distinguindo-se da sociedade igualitária.