terça-feira, 7 de julho de 2015

Vegan só isto (que temos de aturar)



Imaginem que alguém vos faziam a seguinte proposta: de simples, comuns e desinteressantes mortais que são hoje, e cujo obituário só teria relevância para meia dúzia de pessoas, que passado dois dias já estariam novamente a ir jantar fora, dançar, beber, dançar, rir e amar, tornavam-se a curto ou médio prazo seres superiores, evoluindo um degrau acima de toda a gente que conhecem e conheceram, e tudo sem precisar de gastar um tostão, aprender o que quer que seja, ou fazer o mínimo de esforço físico. A este ponto é bem possível que pensassem que na vossa frente estaria Lúcifer, senhor das trevas, que se preparava para vos oferecer tudo com que sempre sonharam, e em troca comprometiam-se a dar-lhe a vossa alma imortal. Sei que isto não e nenhuma novidade, o Diabo apresenta-se de muitas formas e há quem venda a alma como o Sporting vende jovens talentos que dois anos mais tarde valem dez vezes mais: a preço de saldo. Aqui o diabo pede-vos um sacrifício apenas, que que para uns pode ser um osso duro de roer, para outros pode ser canja, mas em ambas as circunstâncias não é permitida nem uma coisa, nem outra: deixar de comer carne. Isto implica entregar o cartão de membro do exclusivo clube do topo da cadeia alimentar, uma vez que se abdica do estatuto de membro, e vai-se pastar - literalmente. Mandar um vegetariano "ir pastar" não tem a mesma carga negativa que fazer o mesmo a um omnívoro - chega a ser até convidativo, podendo-se dar a feliz coincidência de nesse processo encontrar por lá todos os seus novos amiguinhos: as ovelhas, as cabras. as vaquinhas…vendo bem a melhor resposta que o vegetariano pode dar é "obrigado, mas já almocei".

Facto: ninguém É vegetariano, pois para mim isso implicaria a predisposição inata para o vegetarianismo, que aqui aparece como nada mais do que uma mera opção pessoal, e quem se achar no direito de impor essa ou qualquer outra dieta a alguém, e um ditador, e na eventualidade de poder vir a candidatar-se a um cargo público de responsabilidade, torna-se perfeitamente legítimo chamar a atenção para o facto de se estar aqui na presença de Hitler Jr. (não seria de todo uma surpresa que mesmo assim tivesse uma votação elevada). Ainda pior que impor o vegetarianismo, e achar-se no dever de impor essa dieta, que depois de lhe ter sido anunciada por uma luz divina como "a única a seguir", achou que devia fazer desta a razão pela qual veio ao mundo, e se para o cumprimento dessa missão for necessário insultar, ameaçar ou agredir outros que, tal como ele um dia, comem carne, que seja. Este artigo insere-se na série em que tento, recorrendo para isso apenas à minha opinião pessoal, bem como factos e evidências verificáveis, não "mudar o mundo", ou "ser o dono da razão", mas alertar para os perigos do extremismo, e a cada vez maior inclinação para comportamentos radicais que vão muito além dos limites da nossa liberdade, entrando pelo espaço e pela zona de conforto alheios. Após a leitura deste testemunho na primeira pessoa, cada um faz aquilo que achar melhor - pelo menos fica também a saber o que esperar de mim a esse respeito.

Vou falar da minha experiência pessoal: fui vegetariano durante cerca de um ano. Juro, fui mesmo, e não era daqueles que para dar uma de "in" ia sair com os amigos para jantar e ficava pela sopa, ou eventualmente pela salada. De facto, e estando aqui em Macau onde é muito mais difícil ser-se vegetariano, precisei de renunciar praticamente a toda a minha vida social, e recusar quase todos os convites para comer fora - e só mesmo comendo em casa se pode cumprir aqui essa rota do vegetarianismo. Tudo começou no primeiro trimestre de 2008, e sem saber a data precisa, sei que pelo menos foi depois do Natal de 2007, que passei no Vietname, com este aspecto:


Eu sei, é grave, ou neste caso, é "grávido". Estava com 122 kg, ou seja, mais de 40 kg acima do peso recomendável - e garanto-vos que não dá para justificar isto com "ossos largos", a não ser que tivesse uma cauda de dinossauro enrolada dentro do rabo das calças. Depois de um "check-up" que revelou um índice de triglicéridos dez vezes acima do normal (normal = 0,50-1,80; eu = >11,0) pensei para mim mesmo: "continuando assim, vou morrer". Sim, sei que toda a gente acaba por morrer um dia, mas naquele momento subentendia-se "...em breve", ou "antes de chegar a velho", altura em que, e penso que estamos de acordo, é menos desagradável morrer. Mais "normal", até. E o que fiz eu? Ora, chorar ou continuar a arranjar desculpas (não que eu tivesse que o fazer) não resolveria nada, e sinceramente já me custava rebolar de fora da cama, quando tanta gente limitava-se a meter um pé antes do outro e levantar-se, daí que bem, fui perder peso. O que ganhei com toda a certeza posso perder (quando se trata de dinheiro então isto ganha o estatuto de "fatalismo"). E não recorri a dietas malucas, não visitei o Tallon (ainda existe?), nem optei pelo método a que alguns artistas locais recorrem: o consumo de substâncias ilícitas como as metanfetaminas, para depois irem lucrar rios de dinheiro a fazer publicidade a pílulas milagrosas. Por falar nisso...


...eis um "antes" e "depois". Podem até acusar-me de "vaidade", se quiserem, mas será uma vaidade de efeito muito retardado, pois isto tudo passou-se há mais de cinco anos. A verdade é que consegui perder 40 quilos em seis meses, e depois de toda a gente se aperceber que eu não estava emaciado por culpa de uma doença fatal (a sério, perguntar se "está tudo bem" à espera de ouvir o pior fica mal, meus amigos), quiseram saber "qual era o segredo". Aí vai dar para perceber porque é que não peguei nas roupas de quando era obeso para demonstrar como me ficavam "a nadar", escrevendo depois um livro cheio de disparates e falsidades, porque tudo o que é necessário é alguma disciplina, e inicialmente força de vontade e persistência. Algumas pessoas desistem quando ao fim de uma semana percebem que não perderam peso, e questionam se "vale a pena passar fome", e concluem erradamente que "são assim", e que "é glandular". Em vez de andarem a cantar esse "glandular, vila morena" dos lamentos, podem sempre esperar um pouco mais de tempo, e os resultados aparecem (contando que façam as coisas certas). Ninguém pode esperar que depois de anos a atafulhar-se de pudim, que este desapareça em dias, quer dizer, nem se engorda em tão pouco tempo, felizmente. Ao fim de do primeiro mês, e sem tocar no pão, açúcar, arroz, fritos e bebidas gaseificadas e/ou alcoólicas (atenção que o álcool é, de certo modo, um tipo de "açúcar"), perdi logo 15 desses 40 quilos, e claro que depois do primeiro mês perde-se menos nos restantes. "E então comeste o quê???" - bradam os desesperados, cientes de que não há mais nada para comer a não ser Cozido à Portuguesa para o almoço e Rojões à Moda do Minho para o jantar. Tanta coisa, tudo o que não se incluía naqueles itens que enunciei ainda agora, por exemplo. E nada é definitivo, pois basta dispensar esses alimentos até se adquirir o peso ideal, e depois é só não abusar.

Agora a parte que para alguns é capaz de ser pior: nada se faz sem meia-hora de exercício por dia, pelo menos. Quando pesava o equivalente a uma orca-bebé limitava-me a fazer caminhadas de 30 ou 40 minutos, pois correr poderia causar danos irreversíveis nos joelhos, e depois passaria a ter não um, mas sim dois problemas. Quando finalmente consegui voltar a correr e atingi a forma, chegava a fazer 10 km em 45-50 minutos pelo menos três vezes por semana - repito, a correr, e já sei que isso está longe do recorde mundial. Havia quem me perguntasse se existia outra forma de perder peso sem exercício, alegando "não terem tempo", e eu pergunto apenas: meia-hora por dia, ou uma hora que seja, contando com o tempo que se leva a trocar de roupa e a tomar banho, não se arranja num dia? Ainda para mais em Macau, onde numa hora se dá três voltas de carro à cidade inteira, sem trânsito? Duvido, mas se há outro método, deve incluir algo nocivo/ilegal/as duas coisas. Uma coisa posso garantir: tornar-se vegetariano NUNCA é uma opção para se iniciar uma dieta ou alterar hábitos alimentares excessivos, ou simplesmente errados. O vegetarianismo é, como já disse, uma opção pessoal, e deve ser tomada quando se é saudável, e não para se tornar saudável. Não é por causa da carne que consome que alguém é gordo ou pouco saudável, mas sim por causa do excessos que comete. Ninguém vai viver menos por comer um pudim por dia, ou 3 ou 4 por semana, mas se comer 3 ou 4 por dia, é possível que contraia uma doença potencialmente mortífera a médio ou longo prazo, e mais vale prevenir que remediar, claro. Convém aqui confiar na ciência, e não ir atrás de modas, ou deixar que alguém molde a consciência em nome de valores no mínimo dúbios, e que servem um fim mais alargado, e esse igualmente dúbio.


O vegetarianismo surgiu na sequência da própria dieta que vinha fazendo, quando a meio da mesma decidi acompanhar as refeições sem carne (que eram inteiramente compostas por vegetais) que fazia pelo menos uma vez por dia com a sua alternativa comercial: a proteína de soja. De tanto reduzir, e já pelo fim da dieta, passei a consumir apenas vegetais e os tais "placebos", alguns deles com a aparência de pratos de carne, tais como hamburguers, salsichas ou porco cortado em cubos, o que torna tudo mais convidativo. Agora atenção a este importante detalhe: estes produtos contêm corantes, aromatizantes e outras substâncias que os tornam comestíveis. A sério, já comeram tofu? É como um iogurte natural, sem açúcar, mas com uma consistência mais sedosa. É possível que haja quem vos diga que estou enganado, ou que vos estou a enganar, mas garanto que caso não sejam milionários e tenham a vossa própria fábricas desses produtos de que os "vegan" e companhia garantem ser o elixir da eterna juventude, estão expostos a produtos tão ou mais nocivos quanto a carne que sai dos matadouros, e de que tanta gente diz horrores - aos animais já lá vamos, mas primeiro convém esclarecer certos pontos, principalmente este: tornar-se vegetariano ou "vegan" não vos traz a imortalidade. Não vos vai permitir viver 200 anos. Não vos dota de super-poderes. Não vos torna mais atraentes, e para concluir, não faz com que as vossas fezes cheirem bem - uma convicção que algumas destas pessoas tem, mesmo que não expressem em voz alta. Em suma, não vos vai tornar melhores que ninguém, e tirando a já referida eventualidade de serem milionários, vão precisar de tomar mais cuidado com a saúde. Eu próprio recorri a suplementos alimentares, nomeadamente o Centrum, para compensar a falta de certos nutrientes presentes na carne, e apesar da tendência para demonizar a gordura, adivinhem como é que o nossos organismo absorve os nutrientes? Exacto, através dos lípidos. Precisamos de gordura para viver, e qualquer médico digno desse nome vos dirá o mesmo. Agora os mono, poli, mega, ultra saturados é outra conversa.

Tudo o que fiz foi por mim, e mais ninguém,não me senti tentado de me dar ao desplante de obrigar os outros a fazerem o mesmo, alegando que "ocupavam demasiada massa", mas no entanto deixei expresso neste artigo que é um bocado injusto pesar 100 quilos e entrar num avião com a mesma carga que uma pessoa que pesa 50, tendo esta que pagar extra por cada quilo a mais de bagagem. Só me refiro à política meio estranha das companhias aéreas, claro, para quem a alegada "segurança" depende do preço que se paga. Mas isto é secundário, pois durante o tempo em que fiz a experiência do vegetarianismo, nunca me deu para pensar que era melhor que alguém, ou que a minha decisão tinha "mudado o mundo para melhor" - uma falácia muito comum, provocada por informação que se pode classificar no mínimo como "tendenciosa". Principalmente evitei cair na tentação de apontar às pessoas que comiam carne o facto desta ter saído de um animal que "sofreu", ou que "tem sentimentos". É natural que alguns partidários desta forma fascista de recrutar elementos para a sua causa possa ler isto e acusar-me de "mentir", mas mais difícil será "desmentir", pelo que se seguirá uma série de insultos ou apelos a que Deus "me perdoe" pelos animaizinhos que perecem para que eu satisfaça - e atentem a isto - a minha "gula"! És tu, pá! Eu sou agnóstico, mas vamos ver o que o tal Deus pensa destes gajos:


Ewww...esterco! 'Ca cena, man! - Calma meninos, este não é o livro dos "Grandes assassinos de criaturas inocentes que sentem saudade, nostalgia, desdém e enjoo das viagens como nós", mas sim o livro de Levíticos, da Bíblia, que em suma falava daquela mania chata que o Deus abraãmico tinha de pedir sempre a mesma coisa do menu das suas homenagens: cordeirinhos. Isto depois cessou quando mandou o Seu próprio filho para ser sacrificado de forma igualmente atroz, o que faz Dele bom, misericordioso, etc., tudo isso. Antes que venha aí o Hugo Gaspar dar a sua interpretação quanto ao contexto, o antigo testamento, a nova aliança e tudo mais que no fim não prova que isto não está na Bíblia. recordo-vos ainda de um tal dilúvio, que para quem acredita, consistiu numa inundação ao nível planetário, onde a água chegou a uma altura muito acima do pescoço e quando a natação ainda não era desporto olímpico, tendo um tal Noé, patriarca bíblico, salvo "um casal de cada animal". Apenas um casal, e agora penso que não é necessário dizer-vos o que aconteceu aos restantes. Para as pessoas que a este ponto não leram, mas para bem da sua tentativa débil de contra-argumentação parva vão alegar que sou "um sádico" que coloca fotografias de animaizinhos esfolados (e aquilo em cima é apenas um mosaico), tenho uma coisa que se calhar vão gostar: isto. Pelo menos é de boa vontade que ofereço.


Reparem neste indivíduo, completamente atolado no lodo do pântano da demência, à beira da loucura completa. Antes comia carne, como qualquer outra pessoa normal - e entenda-se por "normal" quem não nasceu vegetariano - e um dia decidiu que os animais "sentiam o mesmo que nós": dor, frio, fome, calor, medo, etc. tudo coisas que se aceitam em qualquer animal de sangue quente com um sistema nervoso central que lhe permita esse tipo de sensações. Correcto. Saudade...bem, possivelmente, mas aqui não estamos a falar de criaturas que tenham esse tipo de sentimento e que o identifiquem como tal, podendo demonstrá-lo (e fazem-no) expressando-se de uma forma diferente da nossa, que normalmente passa por dizer ou escrever "tenho saudades de...", ou de outra forma indirecta, mas sempre racional. Sendo animais irracionais, como o nome indica não racionalizam o que quer que seja, portanto não sabem que o que estão a sentir é normal, e comum a muitos outros seres vivos. A racionalização é um dom exclusivo dos seres humanos, mas vá-se lá saber porquê, alguns usam-no chegar a patamares onde consideram possível que um ouriço tenha ouvido musical, ou que uma baleia tenha a sensação de "deja vu". Mesmo o prazer sexual é um exclusivo dos humanos e dos golfinhos, os dois animais mais inteligentes do planeta. Quando virem um cão na rua a dar uma queca, é possível que interpretem o facto de ele ter a língua de fora por "se estar a divertir". Bom, na verdade ele está a agir por instinto, e não sei bem que critério o bicho usará para escolher uma parceira, mas duvido que a aparência entre nessa equação. Mas aqui este nosso amigo que acaba a dizer que "não vive pior" por se ter tornado vegetariano, quando o resto do texto indica que está a passar por uma angústia tremenda, usa o exemplo da sua mãe, que lamentavelmente faleceu vítima de cancro. Como não fumava nem bebia, atribui isto parcial ou totalmente aos aditivos utilizados na indústria alimentar - é o que se depreende do comentário que ele deixa num fórum de que vou falar a seguir, e para quem vê nisto aproveitamento da tragédia alheia pela minha parte, recordo isto, que se não viram ainda mais acima, ainda vão a tempo. Quanto à ligação entre o consumo de carne e as doenças cancerígenas em oposição à via do vegetarianismo, tenhamos isto em linha de conta:


É possível que identifiquem esta pessoa, pois trata-se nem mais nem menos que Linda McCartney, que foi casada com Paul McCartney, dos Beatles. Digo "foi" não porque se tenham divorciado, mas porque infelizmente Linda faleceu em 1997, aos 56 anos de idade, após uma luta contra o carcinoma mamário, o que nada faria prever que acontecesse, uma vez que...


...Linda tornou-se vegetariana em 1975, aos 24 anos, e quinze anos depois lançou a sua própria marca de produtos vegetarianos, tendo participado ainda em várias campanhas a favor dos direitos dos animais, do pró-vegetarianismo e pró-veganismo. Nem vou usar este argumento para provar nada, a não ser o que já disse anteriormente: a opção que tomarem em relação à vossa dieta, NUNCA vos garantirá a imortalidade. O cancro não é algo que bata à porta de alguém e pergunte "se é vegetariano". Sim, há formas de reduzir a possibilidade de ser vir a contrair certos tipos de cancro - não fumar reduz drasticamente o risco de vir a ter cancro do pulmão, por exemplo. Mas nada, absolutamente nada garante imunidade absoluta. Lamento se isto vos cai como uma bomba, e que tenha sido eu o portador da má notícia, mas por favor evitem cair na tentação de "disparar sobre o mensageiro".


É aqui que o pobre André Bonfim vai buscar os sentimentos de culpa por ter comido animais até ao dia em  que deixou de comer e percebeu que era um assassino: na página "Direitos dos Animais" do Facebook, uma das muitas que existem onde se pode encontrar todo o tipo de gente sofrendo dos maiores transtornos de ordem mental que se pode imaginar. A causa? Esta que vêem em cima, e que assenta em pilares sólidos, muito respeitadores da liberdade alheia, do direito à escolha e do direito de propriedade. A este ponto gostava de dizer que estou a ser sarcástico, o que alguns me apontaram como sendo "ironia". O que seria "irónico" era que no caso de levarem o seu barco a bom porto (e fico a torcer para que isso nunca aconteça), estes activistas recebessem em casa estes lindos animais que alegam "sentirem o mesmo" que os humanos. Falem por eles, que nunca senti necessidade de rebolar em fezes, quer as minhas, quer as de outros como eu, mas vai ser fácil, com toda a certeza, ensinar a um "animal como nós" as regras mais básicas da etiqueta: "Jesuíno, importas-te de não chafurdar na sopa? Temos convidados!". Pouco importa realmente que estes animais na imagem sejam criados para a alimentação dos humanos, pois "merecem a liberdade". Ahem, eu não vou conjecturar sobre que implicações isto teria, mas vejamos o que dizem estes génios da lâmpada fundida a respeito desta indústria:


Como podem ver, é mental. Quem são estas criaturas para fazerem julgamentos desta natureza,  ou afirmaç­ões deste calibre? Deus - perguntávamos nós. Ainda não - responderiam eles, mas sem dúvida que a parte da culpabilização e do fascínio pelo martírio já lá estão. De cima a baixo, qual deles o pior; já nem vou repetir (porque cansa) que não é comum os chineses comerem gatos e cachorros, e muito menos em comparação a porcos ou frangos ou que raio é isto de "pururuca" (descobri agora que é uma espécie de torresmos de Minas Gerais, que podem ver aqui nesta imagem terem óptimo aspecto). O tipo ali do meio fala dos "humanos" como se não fosse também membro dessa espécie, pelo que só posso deduzir que se trata de uma anta mais evoluída - mais evoluída que a anta comum, mas que explica porque é que as antas continuam antas, e não devem evoluir. Finalmente esta de baixo parte-me o coco a rir. Ah, ah! Nem faz qualquer sentido, aquela lógica, mas vou tentar adivinhar: o que separa os humanos das bestas carnívoras é o facto de cozinharem a carne? É isso? Agora no fim ela faz a melhor publicidade contra a própria causa que alguma vez vi: torne-se "vegan" e seja como eu! Do que é que estão à espera, pessoal?

É preciso ter lata para dizer o que esta gente diz, sinceramente. Não sei se a renúncia ao consumo de carne foi-lhes imposto de tal forma que passaram a odiar a restante humanidade por inveja (até imagino a Marcia Elder a salivar da boca até fazer espuma quando fala no grelhadinho, no assadinho e no caralhinho; só pode ser saudade). Para explicar este súbito repúdio ao consumo de carne animal por parte de quem antes a consumia, e só isso já é suficiente para ter autoridade nenhuma para julgar ninguém, existem duas teorias, uma improvável, e outra mais que provável, o que em percentagem se traduz em 20% para uma, e 100% para a outra, com margem de erro de 20% para a primeira, e qual é essa?


Pronto, é pena que não seja esta a razão, pois seria pelo menos mais inocente que a verdadeira. Além disso a possibilidade de não ter conseguido dissociar os personagens animados da Disney das suas características humanas como sendo simplesmente uma fantasia, ia trazer-lhes problemas graves de socialização. Imaginem o que seria num jantar da empresa onde se servia arroz de pato, um dos funcionários desatar aos berros: "Donald! És tu, Donald! O que fizeram contigo!!! Meu Deus!!!". É possível que depois disto lhe fosse recomendado mais do que apenas um período de férias. Eu disse "recomendado"? Peço desculpa, que disparate. Desde quando é que se "recomendam" camisas de força e electrochoques?


Nunca o equivalente português da palavra que a sigla PETA representa foi tão bem aplicado. O problema é que esta "peta" é perigosa, e não se fica apenas pela hipocrisia ou pelas mentiras, ou na combinação das duas. Como esta em que apela à "adopção". Acho óptimo, especialmente se a alternativa passar pelos animais ficarem com a PETA, que todos os anos dá 1 a 2% de animais para a adopção, e mata os restantes - "vão para um sítio melhor". Deve ser mais uma daquelas campanhas radicais que eles tanto gostam de fazer, onde tentam chocar a opinião pública. Aqui bem podiam pegar no cachorro, encostar-lhe uma catana ao pescoço e escrever a frase: "Como é? Adoptas ou quê???". A tendência para recorrer às celebridades tem muito que se lhe diga, pois sendo celebridade pode-se sempre apoiar a PETA e ficar bem visto (por quem está mal informado, lá está), ou caso se caia na infelicidade de ser seleccionado por estes terroristas (e são, e já vão ver porquê) para ser "reeducado" - casos de algumas figuras da moda que usam peles de animais - arriscam-se a ter a vida num inferno. Mas não se ficam pelas campanhas de adopção ou pelo activismo contra as peles na indústria da moda, estes tipos.


Aí está. Especializam-se também em campanhas nojentas ou absurdas ou ambas as coisas e ainda pior para ilustrar o que querem, e o que eles queriam mesmo era uma...ooops, vou abster-me de rebaixar ao nível desta gentinha, que estabelece paralelos entre o "bukkake" e o consumo de leite, como no poster à esquerda, ou ainda o consumo de carne e o cancro, com a super-tudo-a-ver comparação entre comer carne e fumar. Se eu fosse uma besta como estes tipos, ia insistir em recordar aqui o exemplo da Linda McCartney, mas ao contrário do que vocês pensam (alguns), eu tenho respeito pelas pessoas. A sério. Já estes gajos da PETA...


...perguntam se "respeito" é coisa que se coma, e depois de ouvirem que não, dizem que não lhes interessa. Se fosse comestível e viesse de um animal, de certeza que eles arranjavam forma de arruinar a experiência para toda a gente. Reparem nesta brutalidade. Sim, e digo "brutalidade" referindo-me à ideia em si, não ao desenho, que supostamente apela ao fim de uma crueldade (acho...), mas que não faz mais senão imaginá-la, e é preciso ser mesmo chanfrado para fazer esta associação delirante. Ora bem, os matadouros, e fiz esta comparação no outro dia, não são bibliotecas itinerantes, e ao contrário dos circos e das touradas, causas legítimas mas também fáceis de aderir, e nem seria preciso tanto alarido ou organizações que o fizessem, não exibem o que fazem lá dentro, e  que fazem é matar animais para consumo humano. E nisto de "matar animais", cada um faz o que pode, e se o tratamento dever ser "igualitário"...


Ó, ó...mas sr. leão o que é isto? Epá não se faz...o quê? Dar razões para o Leocardo demonstrar que os argumentos destes palermas tresandam a bosta fresquinha, e cheia de moscas azuis à volta! Pois é aqui o LEOcardo tem em comum com estes primos o gosto por carne, enfim, o que fazer? É claro que me vão acusar de fazer comparações estúpidas, mas no fim quem é estúpido? Eu, ou quem afirma que os animais "sentem o mesmo que nós". Aqui deve ter havido um momentâneo lapso da razão da parte do sr. leão, que em vez de ir apreciar um fresco de Monet quis ir devorar um antílope, pronto, o que fazer? Se calhar estava "deprimido", coitado. Mas este LEO-cardo tem a mania que é esperto, e quer-nos confundir, dizendo que matar um animal por necessidade (existe tal coisa, para vocês?) é o mesmo que matar por prazer! Sem dúvida, isso faz parte das "grandes lições" que os animais, esses queridos, nos teimam em ensinar. Pois nada é o que parece, senão vejam bem:


Por exemplo aqui, o sacana do Leocardo vai-vos dizer que é "horrível", mas no fundo não passa de uma idílica cena de amizade entre duas criaturas livres, própria do seu habitat natural! A dona leoa e a dona zebra são amigas - reparem como estão abraçadas e tudo. A zebra sentia calor e pôs-se à vontade, deixando as costelas de fora; vejam como ela é feliz e sorri com a dentadura toda! Aquilo que lá vêem pode parecer sangue, e é! Mas só porque antes de ir visitar a dona leoa, passou pelo dr. pica-pau, o dentista, para fazer uma limpeza aos dentinhos!


Que tristeza, a selva está de luto, pois morreu o sr. hipopótamo. Foi de causas naturais, é claro, mas para ter a certeza, a dra. leoa e sua filhinha, estagiária da morgue da savana, fizeram a autópsia. O malandro do Leocardo vai dizer que estão ali a chafurdar nas entranhas do sr. hipopótamo, mas não tendo dedos movíveis, de que outra forma ia fazer a autópsia senão deste modo!? Parece que descobriram a causa! Afinal o sr. hipopótamo morreu de uma doença rara, em que os orgãos internos desaparecem misteriosamente!


O Leocardo diz que ia chamar a esta imagem "orgia de sangue, carne e vísceras", mas isso só prova como ele é mentiroso e mal intencionado: onde é que está ali o contacto sexual para isto poder ser considerado uma "orgia"??? Ah, bem...


Aqui o sr. búfalo tinha um prurido no ânus e...deixem lá, pronto, é melhor ficar por aqui, não vão depois aqueles que só vêem os bonecos acusar-me de ser um facínora, que usa imagens de carnificina para "ilustrar os meus artigos", ou quem sabe ainda dizem que fui lá na selva meter os bichos uns contra os outros, e que antes eram amigos, e coiso, e tal. 


Mas o Homem não precisa de se prestar a este tipo de selvajaria, pois pode adquirir daquelas espécies (menos hipopótamo, e não tanto a zebra) na forma empacotada, normalizada, congelada, ou em alternativa tem ao seu serviço o simpático senhor do talho, que mete as mãos naquelas partes delicadas que o freguês e a freguesa não querem ver/tocar/mexer.  Este profissional de bata branca (o que só pode ser bom sinal) fez daquele o seu ganha-pão, e todas as comunidades têm o seu, não havendo registo de assim tantos que se "passem" da cabeça e façam com a família o mesmo que fazem com as peças de gado bovino, suíno e  caprino que passam o dia a cortar. Eu teria muito mais receio de quem NÃO é o homem do talho, pois este chega a casa e a última coisa que deve querer fazer e cortar alguém às fatias. Pode ser que se encontre um exemplo ou dois, e milhares do contrário, mas nessa teoria maluca destes activistas que alguém que maltrata um animal "tem mais possibilidades de maltratar também um humano" (como se eles estivesses para aí virados...), tenho aqui um bom exemplo:


"Ahhh...agorra passarr porr Bergen-Belsen buscarr ein saquinhen de osso parra mein Fido". Aí temos o führer, que ao contrário do que se diz, não era vegetariano, garante quem privava com ele e no acabou enforcado em Nuremberga ou foragido na América Latina - como qualquer bom nazi gostava das suas salsichas pelo...esqueçam. Do que não restam dúvidas é que foi um dos pioneiros dos direitos dos animais - e um dos mais moderados, também. Depois dele foram-se tornando cada vez mais radicais.


Acredito que há matadouros que ignoram a vertente do sofrimento dos animais, mas duvido que sejam todos. E como vamos saber isto? Com certeza que não vai ser através de actos de vandalismo ou a recolher assinaturas para petições parvas. Estes tipos que pensam que resolvem tudo com petições têm imensa piada. Francamente, como é que uma lista de nomes como "Zé", "Tucha" ou "SLB4EVER" vão mover uma pedra que seja? Pode ser que se juntem ao processo, mas sem alguém influente para tratar do assunto, vai ser complicado.


Depois é com palhaçadas deste tipo que pensam que vão lá chegar, coitadinhos. Ah sim, e estes anjinhos nunca comeram carne na vida, como se o leitão que eu comi na semana passada tivesse ficado "mais morto" que o frango que estes palermas comeram no dia antes de lhes dar uma marradinha e concluírem que aquilo que estavam a comer era um "cadáver". Ó broncos, vejam lá se metem isto nessa cabecinha que anda com falta de proteína animal: A UM ANIMAL MORTO PARA O CONSUMO HUMANO CHAMA-SE CARCAÇA! MATAR UM ANIMAL PARA COMER CHAMA-SE ABATE! Acho muita piada aos tipos que se juntam a esta corja mas que comem carne como nós, e ainda têm o desplante de dizer que "não sabemos diferenciar entre a morte de um animal por divertimento, ou para ser comido". Quem é que vos deu autoridade para pensarem pela cabeça dos outros, ó ursos? Devem pensar que estes tipos da PETA e afins gostam muito de vocês. Se isto fosse uma guerra, usavam a vossa coiraça inútil para limpar os canos dos canhões. E é com isto que depois quem fica a perder são os animais, pois os matadouros vão por aí fora ignorando o sofrimento dos animais, pois quem faz pressão de forma civilizada é confundido com estes bardamerdas.



E o que se pode fazer para contribuir para um mundo melhor, afinal? Ora essa, e que tal toda a gente se comportar civilizadamente, em vez de ir na conversa destes doidos que nos querem incutir sentimentos de culpa? Muito, mas mesmo muito foi feito desde as primeiras sociedades recolectoras, onde o homem-caçador não era muito diferente dos leões que vimos anteriormente. É possível que muitas pessoas julguem estar a fazer um bem danado ao mundo comprando produtos com etiquetas como aquelas que vemos na imagem em cima. Ora bem: são autocolantes, pessoal. Pode ser verdade, ou pode ser...um autocolante - vão até ao Quénia certificar-se que os nativos receberam o preço justo pelo café que estão a comprar, é isso? Mesmo assim não deixem de comprar, usem o vosso melhor julgamento, Não deixem de comer o que quiserem porque alguém vos diz que é mau e cruel. Quem é que foi que falou em "Maria com vai com as outras?"


Ah já me lembro, foi esta artista, a respeito das touradas. Olha quem fala. Já agora, qual foi a razão de eu ter abandonado a tal dieta vegetariana? Pela mesma razão que a comecei: porque me apeteceu. E porque gosto de carne, assim como qualquer ser humano normal, e não vai ser ninguém que me vai chamar de "criminoso" - e cuidado com o local, as circunstâncias e o número de pessoas que estiverem a ver. Não, não é nenhuma ameaça de porrada; é que TODOS estamos protegidos por lei de badamecos que nos acusam de merdas que não fizemos. Entendido? Ficai com esta mensagem de despedida, e comam à vontade, sejam carnívoros ou vegetarianos se quiserem (nesse caso falem com o vosso médico), e não deixem que ninguém diga o que devem e não devem fazer.




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