Ah, tourada...sol e touros...o sol lá em cima e os touros cá em baixo...uns a tourear, outros a serem toureados...uns a dizer que aquilo é uma maravilha, e outros que é um horror...as pessoas normais que não têm nada a ver com estes "assuntos de família" a aturarem esta tropa fandanga...como desprezo a tourada, e como desprezo também os inimigos da tourada. Pois é, já deve haver por aí a alguém a espumar pela boca, e possivelmente acusam-me de chamar "touro" a alguém ou algum grupo em particular, mas poupem as energias para andarem às marradas uns nos outros: isto não tem sequer ponta por onde se pegue - as duas partes estão ERRADAS! Nenhuma das duas tem a razão do seu lado, e desconfio que entram nestes forrobodós pró e anti-tourada para chatear o resto da malta, digam lá se não é?
Não é a primeira vez que abordo este tema, e da última, de onde reciclei aquela bonita imagem de uma besta preta a preparar-se para receber um "slam-dunk" de bandarilhas de outra besta com indumentária paneleira, o motivo foi a realização de uma corrida de touros ilegal em Viana do Castelo. O artigo que levou o título A festa brava e os bravos da festa é datado de 13 de Setembro de 2014 - passou quase um ano, portanto, e continua a ser um daqueles tópicos que não atrasam nem adiantam. Mas dá sempre jeito "renovar os votos", e desta vez vem mesmo a calhar; primeiro devido à dialéctica tradição vs. crueldade, que foi campo fértil para a discussão (e especialmente para a parvoíce) aqui há uns dias, quando o humorista Nuno Markl veio esclarecer que sim senhor, é contra a tourada, e fez um vídeo e tal, com o Ricardo Pereira (RAP), muito bem. E quem disse que não? Eu não fui, e já expliquei isso ontem, e pouco me importa que seja a favor ou contra: qualquer uma das posições cheira a cocó. De um lado estão uns tipos que gostam de molestar um ruminante para gáudio de outros, que executam uma quasi-coreografia acompanhada de um "grito de guerra" monossilábico que dizem servir para "incentivar". Incentivar ao quê, pergunto eu. Se calhar pouca gente sabe (e até há poucos minutos eu também ignorava esse facto) que o Ole! que se escuta nas touradas, no flamenco e noutros momentos transcendentais do "ser español" deriva do nome de Deus em árabe, Alá, e é uma herança da ocupação islâmica da Península Ibérica. Mas descansem aqueles que são ao mesmo tempo aficionados e islamófobos, pois esta conotação foi-se perdendo ao longo dos séculos, e "olé!" passou a gozar da sua própria integridade onomástico e sentido próprio. Além disso, para bater com a cabeça nas paredes, já basta serem tanto uma coisa como outra, não é preciso acrescentar mais nada. Do outro lado temos estes:
Ora aqui está uma parte do vídeo onde Markl e RAP apelam ao fim da tourada, e o qual tomei a liberdade de editar na parte em que apelam ao único sítio para além do coração que costuma produzir resultados práticos: o bolso. "Touradas financiadas com dinheiros públicos, municipais ou quaisquer outros? E eu não vou sequer lá ver aquilo, e portanto como não me interessa, não devia interessar a mais ninguém?" - diria o contribuinte de um país com uma economia mais ou menos decente. Os portugueses que são indiferentes à tourada, faixa populacional a que se dirige especialmente este "piscar de olhos fiscal", dirá apenas "meh...". É que os portugueses não estão lá muito habituados a ver o dinheiro dos seus impostos a ser aplicado condignamente, e muito menos esperam que uma verba que subsidie uma porcaria qualquer lhes vá cair no bolso caso exijam o seu fim. O argumento é bastante válido, sim senhor, eu próprio acho um escândalo que o dinheiro dos impostos de agnósticos, ateus e outros não-católicos vá servir para financiar obras públicas a que mais tarde terão acesso elementos do clero católico, cuja Igreja goza de isenção fiscal. Em vez de atravessar uma ponte, bem podiam andar sobre as águas, sei lá, e quando ficassem doentes rezavam. Agora isso de usar e não pagar é muito feio, não se faz. Foi isso que Jesus ensinou? Ai, ai, malandrecos!
Ah pois, e não me venham agora dizer que o peixinho não merece viver tanto quanto o seu predador. Pois, eu sei, os animais são "predadores", e isso justifica tudo, enquanto os humanos não são animais, não têm direito a ser predadores, e com alguma sorte estes malas dos direitos dos animais não nos arrancam os dentes, "pelo sim, pelo não". Pegando aqui na tabela da "justiça" que estes cromos seguem, o castigo a aplicar aqui ao gato pescador é...ah, aqui está: "atirá-lo aos tubarões, para ele aprender como se sente o peixinho que ele sadicamente atacou". Claro, faz todo o sentido. E tenho toda a certeza que nunca mais chateia nenhum peixinho, o cabrão do gato, uma vez transformado em fezes de tubarão. Voltando aos outros palermas:
Assim, e pensando que se sensibiliza o cidadão comum para actos de crueldade contra animais parodiam-se em encenações absurdas e tão atrozes que ninguém no seu perfeito juízo se demora a observar, de tão triste que é o espectáculo. O problema é tentar encontrar alguém suficiente estúpido que se convença de que os argumentos que utilizam são válidos. Alguém que nunca tenha assistido a uma tourada na vida vai querer saber exactamente o que incomoda estes activistas, uma vez que depois de lhe enfiarem uma bandarilha no lombo, o touro continua a correr, quando a imagem que se passa é de que o animal ficaria imediatamente prostrado no chão a contorcer-se com dores. Daí até ter cinco ou seis ferros daqueles em cima, e estando a sangrar (não tão abundantemente como querem fazer entender), o touro ainda tem energia e disposição para avançar sobre um outro indivíduo efeminado com um barrete enfiado pela cabeça abaixo, que convida a besta para uma sessão de homo-erotismo a que se chamaram de "pega de caras" - mas ficam-se pelos preliminares, não chegando a haver penetração. Uma maldade, uma crueldade, o que lhe quiserem chamar, mas para os activistas anti-tourada dava muito mais jeito que o touro desatasse a chorar enquanto urrava "muuuu, muuuuu!!!" (trad: ajudem-me! tirem-me daqui!). Mas porque é que isto acontece? É que aquela merda espetada numa pessoa deve doer como o caraças! Tenho uma teoria:
Talvez o facto de não sentir nada se explique pela dureza do revestimento dérmico do animal, e imaginem que até alguma indústria se lembrou de usá-la para fabricar vestuário, malas, cintos e sapatos, depois de transformada num produto a que deram o nome de "Cabedal". É possível que encontrem um destes activistas usando uma dessas malas ou sapatos, mas não se preocupem que isso não faz deles hipócritas: o touro doou voluntariamente o cabedal que entrou no fabrico do adereço que esses palermas ostentam enquanto chamam toda a gente de "assassinos". E não vale a pena discutir este ponto com eles, que vão logo buscar um delírio qualquer para se justificarem, do tipo...
...o que faz este cromo, que um dia sentiu-se "iluminado", e depois de passar a vida a encher os cornos de bifes até ficar gordo que nem um porco, decidiu que isso era "crueldade", tornou-se vegetariano (diz ele) e proclamou que quem não fizesse o mesmo que ele "é um selvagem", que "não merece viver". Não chegava a este filho da puta ser rico e famoso como ainda quis dar uma de Messias, pois assim fica toda a gente com a certeza que ele é melhor que o resto do mundo, que é uma merda. Na imagem da direita vemos o palerma a usar um casaco que aparenta ser de cabedal, o que faria dele um grande hipócrita. Mas não, nada disso, ele vai dizer que aquilo é uma "imitação de cabedal" que foi feita "por encomenda". Ui, ui, claro que foi, então? Foi feita na Grande Fábrica dos Produtos de Imitação de Cabedal Destinados a Celebridades para que Continuem a Enganar Toda a Gente à Grande e Tenham Autoridade Para se Acharem os Maiores. Sabem onde fica, não sabem? É ao lado daquela loja de produtos "vegan" caríssimos que toda a gente é obrigada a comprar, ou caso contrário são abordados por completos desconhecidos que os insultam, chamam-lhes "assassinos", e como brinde ainda são capazes de vos insultarem a família, ou até de vos agredirem. Não tenham medo, aquilo é apenas para "vos abrir os olhos", seus retardados neandertáis. E ainda vão nesta conversa?
Mas voltando às touradas, e...elá, o que é isto? Que horror! Ainda bem que existe o "Direitos dos Animais", aquele "site" super-honesto que no ano passado ilustrou uma notícia sobre "gorilas fêmea usadas para a prostituição na Tailândia" com uma fotografia de uma gorila fêmea nessas condições resgatada na Indonésia em 2003 - são da mesma escola dos que publicam e tornam virais fotografias de gatos queimados com dois anos, garantindo que é o mesmo da semana passada. Agora ficamos a saber que os humanos, esses malditos de um raio, continuam "em pleno século XXI" a "cultuar" (?) aquilo que chamam de "práticas medievais"...com veículos a motor. Certo. E é chocante, a fotografia que aparece na notícia, que eu apostaria tudo o que tenho que não tem nada a ver com os factos que relatam. Já sei: "é a mesma coisa", não é? Na hora de demonstrar o fanatismo, interessa lá se é por uma causa justa ou em nome de uma mentira? Mas não quero dizer que isto seja mentira, atenção, mas certamente que deve estar assim meio "estragada", ou fora do prazo, para que seja necessário retocá-la com exageros e fabricações. E onde aconteceu isto? Na Espanha?!?! Crueldade com touros em...Espanha??? Impossível!
E aí está, e posso-vos garantir que este comentário é um aperitivo para aquilo que aí vem. Sendo esta página dos Direitos dos Animais sediada no Brasil, os seus leitores/comentadores são na quase totalidade brasileiros - isso pouco importa, que estes fanáticos são iguais em toda a parte, e distinguem-se facilmente pelo uso que não fazem da razão que não têm. Ou estou muito enganado, ou "medieval" significa "referente à Idade Média", ou seja, o período desde a antiguidade clássica, circa século VI, até 1500, data da descoberta da América, usada pela maioria dos académicos como data do fim da Idade Média. No sentido pejorativo pode significar algo de vil, torpe, próprio de gente ignorante ou pouco civilizada, ou seja, anterior ao Renascimento, quando a influência da Igreja ainda não tinha dado lugar ao Humanismo. Um bom exemplo de um excesso medievalista são as cruzadas, período de mais de dois séculos em que exércitos dos reinos ocidentais e bizantinos se digladiaram pelo controlo da "Terra Santa", no Oriente próximo, e em que terão morrido entre um e três milhões de pessoas em nome do Deus com que a Irlys Aquino inicia o seu comentário - tudo bem, que vai haver por aí quem vá dizer que os comunistas mataram mais gente, ou outra comparação descabida qualquer com bicicletas, ou algo assim. Mas pronto, aqui falamos de touros, e em termos de "práticas medievais" e "primeiro mundo" o Brasil sabe do que fala, uma vez que evoluiu da nudez e das setas envenenadas para o narcotráfico e a criminalidade endémica em menos de 500 anos. Mas touros, nunca!
Realmente estes espanhóis não evoluem mesmo nada, coitados. Reparem como nas comunidades autónomas andaluzes de Sevilha, Málaga, Granada e Almeria, bem como em Madrid e Toledo nada mudou em cem anos, e pouco importa que não haja tourada no norte, ou esteja banida na Catalunha e nas ilhas, porque...
...isto é "coisa de terrorista", e "não é diferente do que faz o Estado Islâmico", afiança a sra. Sonia Rossito Azevedo. Pode ser que ela tenha razão, e que pessoas e touros sejam "a mesma coisa", pois como não conheço o marido da senhora, dou-lhe o benefício da dúvida. De facto a Espanha "tem um rei", e isso tem uma influência decisiva nesta discussão - não sei é como, não me perguntem. Antes tinha outro rei, que entre outras razões foi obrigado a abdicar devido à sua baixa popularidade, em parte causada pelo seu hábito de caçar elefantes. Pode ser até que na Espanha existam associações que fazem "lobby" contra a tourada, mas para a Rosi Meire pouco importa, pois os espanhóis são "uma raça maldita", e deseja que os touros "esmaguem com as patas a cara desses vermes". Despede-se com um recado para que não gosta deste tipo de atitude: danem-se! Para quem ainda diz que estas pessoas "são casos isolados", saiba que esta Rosi Meire é uma das responsáveis pela página do Direitos dos Animais, portanto não esperem dali qualquer tipo de tolerância ou respeito por seja o que for que não seja ruminante ou quadrúpede. Especialmente se for algo "da idade Média". Será?
Esta é a Plaza Real Maestranza, em Sevilha, a primeira Praça de Touros no modelo em que as conhecemos actualmente, construída em 1760. Idade Média? I don't think so. Mas reparem como eu também consigo ser um grandessíssimo sacana (bom, isso vocês estão fartos de saber):
Esta é a Plaza de Acho, em Lima, no Peru, construída em 1766, sendo a mais antiga da América do Sul. Espera lá, América do Sul??? Que crueldade, que morra essa raça nojenta dos sul-americanos! Todos, todos sem excepção, e bota enxofre em cima da tumba deles para não nascer dali mais nada! Ai não gostam? Vão-se todos f...! Então, vêem como é fácil e divertido ser "activista" e "defender causas"? Mas alto lá, que já existiam touradas antes disto! O começo "barbárie" não se reporta ao século XVIII pois não?
A barbárie existe desde que há vida na Terra, e não é um exclusivo dos seres humanos. O que varia é a interpretação de cada um sobre o conceito de "barbárie". Impor convicções com recurso à coação física e psicológica, um dom que ambientalistas, ecologistas e defensores dos direitos dos animais mais fanáticos dominaram na perfeição, é para mim uma espécie de barbárie dos nossos tempo, e ao contrário da tourada, que considero outra barbárie, claro, está em fase ascendente. Este fresco a que se deu o nome de "Taureador" que vêem na imagem é datado da Idade do Bronze, de há mais de 50 séculos, e foi encontrado na cidade de Knossos, ilha grega de Creta, que é considerada a primeira cidade do espaço geográfico que integra a Europa moderna. A sua autoria é atribuída à civilização Minóica - e não aos "espanhóis", garanto - e podem ver como já existia uma certa animosidade entre estas duas espécies. Mas será que esta parede pintada com "uma cena de barbárie" pode ser considerada...arte???
Está num museu, portanto é possível que alguém, talvez temporariamente fora de si e sem o uso pleno das suas faculdades mentais tenha pensado que "sim, é arte". Assim como esta outra imagem do período pré-romano, onde se vê Mythras, centro de um culto religioso persa conhecido por "Mistérios Mitraicos" numa cena de tauromaquia - que é uma palavra da autoria dos gregos antigos, e não dos que nos estão quase a lixar com a massa que pediram emprestada e não querem pagar. E mais recentemente....
...temos esta pintura de Édouard Manet, contemporâneo do Impressionismo e posteriormente do Realismo da segunda metade do século XIX, ou para vocês, maluquinhos, um "insensível e desumano recriador e propagandista da crueldade e da barbárie" - não precisam de desejar que ele morra, que ele antecipou-se em 130 anos - talvez para não precisar de vos aturar, nunca se sabe.
Goya também pactuava com este espectáculo desumano. Reparem no desenho que ele fez para a revista "Tauromaquia" em 1816. E para acabar em beleza...
A estátua em homenagem ao touro, em frente da Praça de Touros de Ronda, comunidade de Málaga. Eu também sou assim: quando há um animal que odeio e desprezo faço-lhe uma estátua. Um dia mostro-vos a estátua que fiz da barata doméstica comum, bem como o busto da mosca varejeira.
Com isto não estou a querer dar cobertura à tourada chamando a atenção para a sua história, pertinência ou peso cultural, sejam lá quais forem. O que estou a tentar demonstrar é que para uma pessoa normal basta ver do que se trata para considerar reprovável, e não é necessário vir com mentiras, exageros e omissões para convencer ninguém. Capisce? Agora vamos ver o que seria se acabassem com a tourada.
O que fazer, realmente, para acabar com este espectáculo horrível, sei lá! Um abaixo-assinado? E que tal o genocídio, boa ideia, não? Talvez a Luciana Maiuri não goste de ver essas "monstruosidades", mas está disposta a pagar quanto por isso? "O quê? Está maluco? Qual genocídio? Qual pagar? Quem sou eu, em que ano estamos, que planeta é este?". O genocídio dos touros, sabem, aquele bicho que está no lado receptor da tal crueldade? E que só é criado exactamente para aquele efeito, e se as touradas acabarem ele fica extinto? Se forem ao dicionário ver o que "extinto" significa, vão ficar baralhados, quando deviam era ficar contentes: acabou a crueldade! Como é que se pode ser cruel com algo que não existe? Vêem por algum grupo a reclamar da crueldade exercida sobre os brontossauros, pterodáctilos, ou sobre o pássaro Dôdô?
Pois, minha amiga, é assim: você tem e não tem razão. Se eu fosse radical como você dizia-lhe qualquer como "tá bem ó estúpida; agora é uma vida que leva ferros no lombo, se não for para isso então não fica aqui a fazer nada e extingue-se, sua burra!". No entanto prefiro expor de forma mais diplomática as razões porque não faz sentido puxar a carta da dor, e da vida, e de toda a panóplia de sentimentos que estes tipos alegam que o touro e restantes animais partilham com os humanos (nostalgia, veia poética, etiqueta e boas maneiras, jeito para o origami, etc). É uma vida, sim, e é um brinquedo também, e pertence a uns senhores que, enfim, não batem bem, e gostam de fabricar o brinquedo para depois destruí-lo. Agora, é possível que um desses rapazes venha dizer-lhe que estou a enganá-la (mesmo sem ter nada a ganhar com isso), e que não se extinguem coisíssima nenhuma, e se for necessário eles até põem o bicho a morar na casa deles e chamam-lhe Rex. O problema aqui é que o touro, aquele ser vivo de que a senhora lamenta a triste sina, é uma besta de meia tonelada com dois extremos pontiagudos na cabeça, que na eventualidade de estar frente a frente consigo, avança na sua direcção, colhe-a, e é bem possível que não sobreviva para que depois se lembre disto que lhe estou aqui a dizer agora. Não vale a pena explicar-lhe que esteve sempre do lado dele, e que é contra as touradas e tudo isso, pois ele não entende, fazer o quê? Mas melhor que me aturar a debitar sobre este particular em que a minha opinião é "as touradas deviam acabar, e se com elas acabarem também os touros tanto melhor, e não deixam saudades", é ver esta página que é curiosamente anti-tourada, e como tal apresenta números e factos exactamente opostos aos dos pró-tourada - chamem-me preconceituoso, se quiserem, mas normalmente isto significa que os dois MENTEM! Pelo menos numa coisa estes têm razão: em Espanha são menos de 10% os apoiantes da tourada, o que é menos uma razão para que 100% dos espanhóis "morram", como sugere a Rosi Meire.
Sim, Mara Escobar, terminar com essa carnificina, concordo, mas "pobres animais"? É assim: conheço muita gente que tem consciência de que o fim das touradas implica necessariamente o fim dos touros e elas aceitam isto, e não ponderam sequer mudar de ideia, mas a senhora um dia, já muito depois de ter acabado de festejar o fim das touradas, quiser perguntar pelos touros, e como lhes corre a vida, e lhe responderem que "não corre". Não?! Mas porquê? Porque ninguém está para assumir a despesa da manutenção do habitat de um animal que não traz qualquer retorno, não serve de atracção turística, é perigoso, e o mundo anda com escassez de almas caridosas que os aceitem na sua propriedade só "porque sim", vai ter alguém para apontar o dedo e acusar da extinção do boi preto que outrora marrava numa arena reservada para o efeito, ia lá só quem queria, e ao contrário da outra parte, os adeptos das touradas não obrigavam ninguém a gostar. Aí pode ser que na falta de algo melhor para fazer, vá-se virar contra os concertos de rock, que erguem estruturas metálicas em locais fora dos centros das cidades, onde nidificam espécies de pássaros e outras que os tipos correm de lá à biqueirada para poder montar o estaminé, e depois ainda vai lá o palerma do Bono ou aquele gajo dos Coldplay para vos dizer que maltratar animais e comer carne é "desumano" e não sei quê. Realmente o ser humano é um "bicho"complicado, e o que o diga a Cristina Linhares, que pelo discurso pertence a outra espécie qualquer que não consigo identificar (arrisco "marmota"), mas já que deseja que os humanos "desapareçam deste mundo", bem podia começar por dar o exemplo. São um bocado esquisitos, estes tipos, não são? Nem sei como os descrever em quatro ou cinco linhas.
Ora aí está! A Ana Oliveira acabou de resolver a charada, mas ao contrário. É só substituir "festa" por "activismo", e "animais" por "pessoas normais", e temos a descrição exacta destes activistas. Gente perigosa, diga-se de passagem. Pegando na definição mais vasta de "terrorismo", estes sim, não ficam nada a dever ao ISIS, ou à Al-Qaeda. Há quem defenda que isto é da boca para fora, são "desabafos", o dia correu mal, o patrão deu-lhes um raspanete, em alguns casos a razão apontada é a solidão, falta de macho, etc. etc. Eu só falo do que vejo, e se é "desabafo" evitem usar outras pessoas para o efeito. Também um certo tipo lá na Carolina do Sul "desabafava" de vez em quando, dizendo que tinha dias em que "só lhe dava vontade de pegar numa caçadeira e atirar sobre toda a pretalhada que encontrasse pela frente", e os amigos respondiam: "lá estás tu outra vez com esses desabafos, pá!". Pelo menos na Inglaterra saia logo na capa do Daily Mirror descrito como "um monstro racista" antes que desse um único tiro. É o mundo que temos.
Isto não significa que tenhamos que aceitar a ditadura da gente maluca ou pactuar com estes atrasados mentais, apenas por receio que nos venham chatear, ou que andem por aí a difamar quem não alinha nesta palhaçada, dizendo que quem não é como eles "é um sádico que odeia animais". Puta que pariu estes gajos, pá! Apesar do inimigo estar identificado, não quer dizer que precisemos de nos demitir da civilidade que representa tratar os animais com respeito, sempre à luz do estatuto de animal mais inteligente da Terra, e por isso considerado racional. Não caiam em esparrelas deste tipo, ou em argumentos delirantes de que os animais sentem nostalgia, por vezes desdém, e de quando em vez metem-se nos copos e saem a cantar o fado. Os animais não entendem esta loucura dos humanos , que ainda por cima os escolheram como pretexto para andarem (mais uma vez) à estalada. Existem defensores dos direitos dos animais que realmente fazem alguma coisa por eles, atendendo mesmo assim às prioridades dos humanos, tentando encontrar um ponto óptimo onde nem os primeiros sofram, nem os segundos fiquem ressentidos por existirem pessoas a passar necessidades, enquanto outras tratam os cães, gatos e bois melhor que muitos seres humanos. E podemos encontrá-los algures longe destes "escandalosos", destes puritanos da treta armados em inocentes mas com telhados de vidro (os "vegan" nunca comeram carne na vida, a gente acredita, claro) que andam por aí a assustar quer os cavalos, quer as crianças. Não se deixem assediar por eles, e se forem confrontados com a sua ideia parva de "humanidade" que passa por desprezar essa humanidade, não os mandem à fava, que eles vão com todo o gosto. Mandem-nos antes à m...
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