sábado, 31 de maio de 2008

Seis meses de Bairro do Oriente


O Bairro do Oriente completa hoje seis meses de existência. Foram 902 posts, 27824 visitas, 6315 delas neste mês de Maio, um recorde! Espero sinceramente que estejam a gostar deste espaço que, no fundo, é de todos nós. Sou apenas o homem do leme, e a tripulação são vocês, fiéis leitores. Quero acreditar que consegui abrir na blogosfera, e em Macau, um espaço de discussão livre sobre temas relacionados com o território, com as incidências desta terra a que chamamos casa.

O que continuo sem perceber é porque é que tanta gente me detesta, e me tenta assacar responsabilidades que não tenho. Este blogue é unipessoal, não tem fins lucrativos, não cobra um avo a quem o queira ler, não recebe subsídios do governo ou de qualquer associação ou grupo, não entra pelas repartições públicas, cafés ou consultórios de dentistas. Não tenho qualquer obrigação com ninguém, não preciso de me identificar, e se alguém se sentir caluniado ou difamado, por favor accione os meios legais ao seu alcance para defender o seu bom nome, ou seja o que for que lhe dói. Vem aqui quem quer e nem sequer faço qualquer tipo de publicidade.

Mas para alguns opinion makers, habituados a serem os donos da verdade, e que muitas vezes opinam apenas por convites, a blogosfera é um mundo vicioso. Vicioso porque qualquer um pode dar a sua opinião. Milhares de cidadãos anónimos, alguns dos quais escrevem bastante bem mas recusaram passar pelos tais "canais apropriados" ou vender a alma pelos tais 15 minutos de fama. Para esses pides os anónimos têm de ser imediatamente identificados, catalogados e eliminados. Creio que a maioria das pessoas que querem saber quem eu sou não estão a pensar em dar-me uma tareia, e muito menos em dar-me os parabéns. Chego a pensar que se trata do fadinho lusitano do sabichão, que tudo quer saber e controlar, não vá estar sentado na mesa do lado e deixar expirar alguma comprometedora inconfidência.

Gostava também de deixar claro que não gasto um segundo que seja ou uma folha de papel do meu trabalho no blogue. Nem sequer o consulto ou respondo a comentários no meu serviço. Nunca fiz aqui qualquer referência, nem sequer de passagem, a qualquer tema sobre a minha profissão, a qualquer acontecimento, superior, subordinado ou colega. Absolutamente nada. Lamento desiludir os Sherlock Holmes de trazer por casa, mas não vai ser por aí que me apanham. Para quem é muito lerdinho e ainda não percebeu, o relógio do blogue está atrasado doze horas, para que os leitores de Portugal e do Brasil, que são 40% do total de leitores deste blogue, leiam-no em "tempo real". Se alguma excepção a esta regra ocorre é porque estou de férias, e não devo satisfações nenhumas a ninguém com o que faço durante esse tempo.

É natural que alguns artigos estejam desenquadrados, ou que padeçam de falta de investigação ou estudo, mas isso acontece com quem, descomprometidamente, traz todos os dias pelo menos um tema a debate. Não sou escritor profissional, não tenho o telefax da Lusa ligado na minha casa nem tenho a oportunidade de fazer entrevistas a quem quer que seja. Como já disse, vem aqui quem quer. Em todos estes anos de internet, já visitei sítios de que gosto, e aos quais regresso com frequência. Outros há que não me interessam, ou que me irritam ou que me metem nojo, e onde não volto a meter os meus pézinhos virtuais. Esta fascinação de alguns por vir aqui para falar mal faz-me lembrar a anedota da velhota que chamou a polícia porque conseguia ver um homem nu "do terraço, e com um binóculo".

Estes mui indignados e ofendidos senhores gostam de se escudar em Miguel Sousa Tavares, o Torquemada dos bloguistas. É engraçado que MST faça tanto choradinho porque que tem que ser "responsabilizado cível e criminalmente pelo que escreve", enquanto outros não. Era só o que faltava, que alguém que vive em grande parte do que escreve não tivesse de ser responsabilizado. Só que MST estava habituado a que o país parasse para ler as suas postas, e agora existe uma possibilidade de mudar de canal cada vez que se fica farto dos seus delírios tabagistas, tricas com o director do Público ou zaragatas com a classe docente. O pior mesmo é quando MST embrutece mais que as casas cada vez que alguém critica ou aponta imprecisões ou defeitos naquelas mer...perdão, maravilhosos livros que escreve. Não admira que não queiram deixar o nome completo, morada e número de telefone ao Miguelito. Livra!

E vamos continuar por aqui sim, e por muito tempo. Acredito piamente que quem use a internet para vender bebés ou publicar fotografias de pornografia infantil seja responsabilizado criminalmente, como na vida real. Seja ele anónimo ou perfeitamente identificado. Agora quem não concorda com esta ou aquela situação, ou não concorde com a posição de fulano ou outrano, tem todo o direito de manifestar a sua opinião. Repito, a sua opinião, nada mais. Aproveito para reiterar o anonimato, e quem não gosta pode fazer como a música dos Styx, e "sail away". Eu até "dava a cara", mas só tenho uma e faz-me falta, e a "capa do anonimato" dá imenso jeito, agora que estamos na época das chuvas. Um abraço a todos, e bem vindo quem vier por bem, como diz o outro.

Música chinesa no Jardim Lou Lim Ieoc


Cerca de três minutos de música de câmara chinesa no Jardim Lou Lim Ieoc. Uma produção Leocardo Filmes ® para o Bairro do Oriente, 2008.

Jardim Lou Lim Ieoc









O Jardim Lou Lim Ieoc, também conhecido por Lou Kau, doado à cidade de Macau pelo milionário com o mesmo nome.

Ngau ngau siu sek


O restaurante birmanês Ngau Ngau Siu Sek, actualmente na Travessa da Corda, perto do cinema Alegria.

Sexo? Sim, por favor!


Está aí a longa metragem "Sex and the City", que pega onde a série da HBO nos deixou em 2004. A série seguia as aventuras de quatro nova-iorquinas solteiras e sexualmente muito activas. Isto é o melhor que se pode dizer delas. A série tinha alguma piada, em pequenas doses. O filme, segundo as críticas, não é assim tão bom.

O filme tem 140 minutos, ou seja, duas horas e vinte, o equivalente a sete episódios da série. Faz-me lembrar a vez em que fiz download de uma das temporadas, e perdi uma tarde inteira a ver. De vez em quando fazia um intervalo para ver outra coisa qualquer, ou para digerir as incidências.

Carrie, Samantha, Miranda e Charlotte estão de volta. A personagem principal, interpretada por Sarah Jessica Parker, continua a sua relação com Mr. Big (Chris Noth), Samantha vive com um homem muito mais jovem que ela, Miranda continua casada com Steve, o pai do seu filho e Charlotte adoptou uma criança chinesa com o seu marido, um advogado judeu. A química entre as amigas é reatada numas férias no México.

A veterana modelo Lauren Hutton criticou o filme e a série, por achar que dá uma imagem que as mulheres são "fáceis", e culpa os autores do argumento, que segundo ela são "gays que não entendem nada de mulheres", que "transmitem os seus comportamentos promíscuos nos personagens", e ainda que "agem como prostitutas, e dizem às mulheres que se comportem da mesma forma". A série nunca reuniu consenso, e ao que parece o filme não lhe fica atrás.

Nike 2008


Mais uma jornada do campeonato dos anúncios publicitários.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Leituras


- Pinto Fernandes anda preocupado com os males do mundo, no seu artigo semanal no Hoje Macau, intitulado Obviamente, preocupo-me.

- Saiba tudo sobre o Windsor Archs, o estilo de vida britânico (?) exportado para Macau, numa reportagem de Isabel Castro para o HM.

- No JTM, Luís Machado tem uma solução para o problema do aumento dos combustíveis, em Vamos voltar às bicicletas, riquexós ou triciclos?

- Ainda no JTM, Nuno Lima Bastos analisa as possíveis consequências da atribuição do tal subsídio de 5 mil patacas aos residentes permanentes, em Maleitas do subsídio.

- Ainda sobre o mesmo assunto, leia a opinião de José Miguel Encarnação esta semana n'O Clarim. Melhor.

Bom fim-de-semana!

Terramotos nas cabecinhas


Uma revista chinesa foi temporariamente encerrada, e os seus editores despedidos depois de terem publicado um conjunto de fotografias alusivas ao terramoto de Sichuan, em que se viam modelos femininas semi-nuas, entre ruínas, algumas delas com ligaduras e sangue falsos.

Por infeliz coincidência, esta edição da New Travel Weekly, uma revista de Chongqing, saíu para as bancas no dia 19, o primeiro de três dias de luto decretados na RPC em memória às vítimas. A publicação chocou a opinião pública, e os seus responsáveis são agora acusados de "violação da moral social" e "efeitos sociais perversos".

Na ordem do dia estão ainda as declarações da actriz Sharon Stone, 50 anos, que disse na semana passada em Cannes que o terramoto foi "mau karma" devido ao tratamento dado ao povo tibetano pelas autoridades chinesas. Sharon Stone, amiga do Dalai Lama (com amigos destes...) desfez-se em desculpas quando a Dior resolveu retirar a sua imagem das campanhas na China. Ou seja, atingiram-lhe a carteira, fez-se logo de pobrezinha. Eu até desculpo a Sharon, coitada. O último neurónio que lhe restava morreu de solidão...

Fumadores despedidos


Há fumadores que estão a ser alvo de processos disciplinares conducentes ao despedimento, no âmbito da Lei do Tabaco, que começa a ser usada como «instrumento» para dispensar funcionários indesejados. Os patrões falam em quebras de produtividade de 15 por cento e admitem penalizações laborais.

Só nos gabinetes jurídicos de Lisboa e Porto da Associação Nacional das Pequenas e Médias Empresas (ANPME) estão a ser acompanhados 12 processos disciplinares com vista ao despedimento com justa causa, revelou à agência Lusa o presidente daquele organismo, Augusto Morais.

Salientando que 40 por cento dos 2,3 milhões de trabalhadores das pequenas e médias empresas (PME´s) em Portugal são fumadores, Augusto Morais vaticina que «este é apenas o início» dos muitos litígios laborais que vão decorrer da nova legislação, em vigor há apenas cinco meses.

Embora algumas empresas tenham criado espaços para fumadores, «na grande maioria das PME´s» os funcionários têm de abandonar as instalações ou inventar formas de acender um cigarro sem ser descobertos.

«Arranjam sempre esquemas para abandonar o local de trabalho e ir fumar para a casa-de-banho ou outros sítios como corredores e varandas. Temos até conhecimento de que, no sector da hotelaria, os trabalhadores metem-se dentro dos quartos», disse à Lusa o presidente da associação portuguesa e vice-presidente da Confederação Europeia das PME.

Se muitos patrões optam por «fechar os olhos» a estas práticas, sobretudo quando consideram que o trabalhador é bom profissional, outros «vêem a Lei do Tabaco como um instrumento para poder despedir com justa causa».

«A entidade patronal verifica que os trabalhadores abandonam os seus postos de trabalho para fumar um cigarro e surge a possibilidade de lançar contra o trabalhador faltoso um processo disciplinar com o objectivo de o despedir com justa causa, principalmente quando o trabalhador é ´persona non grata`», explicou o responsável, lembrando o caso dos sindicalistas ou de funcionários com muitos anos de casa que são vistos como «indesejados».

O especialista em Direito do Trabalho Fausto Leite, que já representou um trabalhador ameaçado de despedimento por saídas injustificadas da empresa para fumar, corrobora: «há patrões que se servem da questão do tabaco para tentar despedir».

«Há um caso em que os trabalhadores saíam das instalações para fumar à porta da empresa e os patrões fingiam tolerar. Com má-fé, foram somando todos os minutos das pequenas ausências e quando esse tempo correspondeu a cinco dias úteis avançaram com um processo de despedimento por justa causa», lembrou o jurista, considerando que provar a «justa causa» em tribunal é complicado e o vício é «uma grande atenuante».

Além do risco de despedimento com justa causa, que não prevê o direito a indemnização nem a subsídio de desemprego, o presidente da Confederação do Comércio e Serviços, José António Silva, lembrou outros perigos.

«Poderá acontecer que um fumador possa vir a ser penalizado a nível da avaliação. Não acredito que vá acontecer generalizadamente, mas admito perfeitamente que possa vir a acontecer», alertou.

A entrada em vigor da Lei do Tabaco não está apenas a ter consequências para os trabalhadores. Patrões e empresários queixam-se da redução de produtividade, em parte causada pelas ausências temporárias dos fumadores.

O presidente da Associação Nacional das PME´s lembra que nos sectores mais afectados - hotelaria, restauração e empresas industriais - registam-se já «problemas sérios ao nível da produtividade, com 15 por cento de queda desde 01 de Janeiro».

Também o presidente da Confederação do Comércio e Serviços admite que a «quebra de rendimento» dos fumadores venha a trazer «prejuízos acumulados em termos de produtividade».

Actualmente já existem empresas que só aceitam trabalhadores não fumadores. Numa pesquisa feita na Internet, a Lusa encontrou cinco anúncios que «cometem a ilegalidade».

Paquete, vigilante de piscina, assistente administrativa, colaborador de loja e assistente de bordo são algumas das ofertas de trabalho que «exigem» aos candidatos ser «Não fumador», um requisito expresso em alguns anúncios como sendo mesmo um «factor eliminatório».

«Esses anúncios violam o princípio da igualdade no emprego. Pura e simplesmente não são admissíveis e são inconstitucionais.Um empregador não pode discriminar alguém por ser fumador», salientou o advogado Fausto Leite.

Em declarações à Lusa, José Cordeiro, da UGT, classifica como «discriminação brutal» a recusa de candidatos fumadores, mas teme sobretudo a «discriminação indirecta», mais difícil de provar em tribunal.

Na TAP, por exemplo, começou este fim-de-semana o recrutamento de 400 candidatos ao cargo de assistente de bordo, sendo que a empresa não esconde dar «preferência a não fumadores».

Para Cristina Vigon, do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, «a empresa não pode exigir aos trabalhadores que não sejam fumadores, mas apenas que não fumem no local de trabalho».

«O problema é que as pessoas têm tendência a não se queixarem porque precisam do emprego», lamentou.

In Diário Digital

Herman contra Herman


Herman diz o que as pessoas querem ouvir, mas o seu alter-ego diz o que realmente pensa. Imperdível.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Fogo fátuo


O assessor da secretaria para a Segurança, Luciano Correia de Oliveira, afirmou ontem numa palestra sobre a qualidade da acção policial que "o uso da arma de fogo por parte dos agentes da autoridade só deve ser feito em último recurso". Aquele jurista afirma ainda que o polícia que disparou os cinco tiros para o ar na manifestação do 1 de Maio do ano passado não deve ser punido, e que o número de situações que os agentes em Macau recorreram ao uso de armas de fogo é insignificante em relação a outros países, até mesmo Portugal.

Permitam-me rejeitar esta última análise. Será que nos devemos dar por satisfeitos por não ter agentes da autoridade a abrir fogo a torto e a direito? Se por acaso Macau se pode orgulhar dos baixos números da criminalidade violenta em que seja necessário o uso da pistola, o ideal seria que o número de casos em que se utiliza esse recurso fosse zero. Devíamos estar a olhar para cima, e depois que se definisse uma vez por todas em que situações os agentes da autoridade devem usar a arma de fogo.

Para quem não se recorda, no dia 1 de Maio de 2007 um agente da PSP disparou cinco tiros para o ar durante uma manifestação de trabalhadores, alegadamente para proteger uma idosa que se encontrava na frente do grupo, e que tinha caído. O caso foi muito comentado nos dias e meses que se seguiram, e as autoridades defenderam desde o início a acção do agente em causa, como seria de esperar, considerando o comportamento correcto.

O incidente dividiu opiniões. Houve quem achasse mal, houve quem achasse que o comportamento foi adequado, dada a situação. Eu já deixei aqui claro que não concordo com as acções do agente, mas digamos por um minuto que foi adequado. Mas...cinco tiros? Cinco? Não seriam um ou dois mais que suficientes? Uma das balas atingiu um motociclista que se encontrava a 300 metros do local, um misterioso sr. Leong, de que nada se sabe, a não ser que foi operado de emergência nessa mesma tarde.

E por onde anda o agente que efectuou os disparos? Será que mais alguém o viu? Alguém sabe dele? Por onde anda? Será que não tem o direito de ser ouvido e achado neste caso? De contar a sua versão dos acontecimentos? Se agiu bem, então nada terá significado para a sua carreira ou para a sua vida quotidiana. Ou será mais um caso de "fechar na gaveta" para proteger dos elementos externos?

Não é correcto nem necessário que se aplique um castigo exemplar ao agente. Uma mera repreensão verbal seria suficiente. Agora fincar o pé e insistir na tese de que "foi bem feito", é teimosia. Teimosia que aliás só serve para consumo interno, uma vez que nem estes responsáveis acreditam no que dizem. Se tivesse sido mesmo "bem feito" teria sido aberto um precedente perigosíssimo, e já se tinham sucedido outros casos de disparos por agentes da autoridade por dá cá aquela palha. Era bom que se repensasse a versão oficial, para que não restassem dúvidas.

A arte do contrabando




A polícia da RAEHK deteve um gangue que usava um sistema de roldanas para passar contrabando entre Shenzhen e Hong Kong durante a noite, naquela que foi a maior apreensão do género registada na RAE vizinha. O gangue, composto por 4 homens de Hong Kong e 12 do continente, com idades compreendidas entre os 25 e os 45 anos, passaram 5830 telemóveis, 2100 RAMs de computador e 450 cartões de memória, num valor total de 6 milhões de HK dólares.

Os contrabandistas arrendaram um apartamento em Shenzhen, perto da fronteira, e passavam os produtos entre aquela cidade chinesa e uma barraca em Hong Kong através de uma linha de pesca de 300 metros ligada ao telhado do edifício alugado. O contrabando passava em sacos pretos, cada um com cerca de cinco quilos. Cada "viagem" - e foram feitas 110 no total - demorava entre 10 e 15 segundos. As autoridades foram alertadas por uma denúncia vinda da vizinhança. É preciso ter imaginação...

República do Nepal


O Nepal é desde ontem uma República. A eleição do governo maoista no mês passado pôs fim a 240 anos de monarquia daquele estado dos Himalaias. O rei Gyanendra (ज्ञानेन्द्र), muito contestado, foi o último monarca do Nepal, sucedendo Birendra, assassinado em 2001 pelo principe Dipendra, que envenenou toda a família real e suicidou-se de seguida. O primeiro presidente da república nepalesa é Girija Prasad Koirala (गिरिजा प्रसाद कोइराला), que acumula funções como primeiro-ministro.

Fcuk you


Qual é a ideia aqui? FC-UK? Ou o princípio de uma grande amizade?

Aspirina


Isto sim, é uma aspirina, depois de mais um duro dia de trabalho.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Uma casa que é Macau


Quem é esta gente que,
quando está num restaurante português, ouve um fado,
sente-se em casa, fala de saudades, delicia-se com um bacalhau, ou,
quando está num restaurante chinês, ouve conversas em tom alto,
sente-se em casa, fala de saudades, delicia-se com um chá siu chao min, ou
surpreende um estrangeiro, com suas feições orientais, conversa com um sotaque português, ou
surpreende um chinês, com suas feições ocidentais, fala um fluente cantonense?
Esta gente, somos nós, MACAENSES,
sem nós, Macau não teria tanta graça assim,
sem nós, Portugal não teria tido um território ultramarino tão singular,
sem nós, é tudo aquilo que você pensa mas guarda para si, ou não.
MACAENSES, o motivo da história dos 420 anos de Macau ter sido tão linda ...


Rogério P.D. Luz

Início da década de 90. Macau agitava o mercado imobiliário português. Muitos macaenses compravam casa em Lisboa, fazendo planos de regressar até antes da transferência de soberania. Estavam bem frescos na memória os acontecimentos de Junho de 1989 na Praça Tiananmen, em Pequim. Os mais velhos recordavam ainda os incidentes do 1,2,3, no ano de 1966. A vontade de continuar em Macau e trabalhar para a administração chinesa, na altura uma verdadeira incógnita, era pouca ou nenhuma.

O caso não era para menos. No início dos anos 80, após a vaga de emigração para as Américas nos anos 70, não se falava de transferências de soberania, nem declarações conjuntas, e a administração funcionava, como se sabe, com muito daquele óleo que faz a máquina funcionar mais depressa. O alarme foi dado com a promessa da entrega de Hong Kong em 1997. Macau caía de seguida qual proverbial dominó. Os funcionários eram tidos pela população como preguiçosos, corruptos e incompetentes, e não poucas vezes eram feitas ameaças de posteriores “ajustes de contas”.

Mas foi uma guerra que nunca chegou a acontecer. A transição deu-se suavemente, quem quis ficar ficou, e ninguém foi mandado embora. Para alguns partir foi uma decisão dramática, deixar a terra que os viu nascer e onde sempre viveram. A ideia de que Portugal, local aprazível para passar férias, seria um lugar ideal para viver, foi rapidamente esfumada com as enormes dificuldades de adaptação às distâncias, mentalidade e custo de vida. Houve quem se tivesse arrependido rapidamente, e quem nunca tenha chegado a partir.

Obrigar um macaense viver longe da sua terra é sujeitá-lo a uma dor indiscritível. Por muito portugueses que os macaenses se possam considerar, e por muito espaço que Portugal tenha, existe um apego, uma ligação a esta terra que ninguém consegue compreender tão bem como eles. Principalmente para nós portugueses metropolitanos, que confinados a este local tão exíguo, temos tantas saudades de casa. Para os macaenses a casa pode ser pequena, mas é a sua casa. A tal casa de Macau que Charlie Santos tão bem descreveu na sua música.

As novas concessionárias de jogo deram uma nova oportunidade aos filhos da terra para regressar. Com a vantagem de dominar as duas línguas oficiais e sendo profundos conhecedores do território, muitos abandonaram os postos na função pública em Portugal sem sequer olhar para trás ou pensar duas vezes. Alguns, por uma questão de face, preferem nem tocar no assunto. Seja qual for a sua história, a sua motivação, é sempre bom ver os filhos da terra voltarem a casa. O amanhã logo se vê.

Escolha a escola


Esteve por cá o secretário português dos negócios estrangeiros João Cravinho, que na sequência de um périplo pela China, anunciou que "está para breve a decisão sobre o novo local da Escola Portuguesa". Sabendo o que a casa gasta, está para breve um estudo de viabilidade, depois o projecto, depois as obras, ou seja, lá para 2020 temos a Escola Portuguesa a funcionar no antigo Hotel Estoril. Isto é, se ainda houver alunos. Veja aqui a reportagem da TDM.

Quem sai aos seus não é de Genebra


O povo suíço é mesmo um povo estranho. Vejam só que a dez dias do início do Euro 2008, que vão organizar em conjunto com a Áustria, ainda não se vive o clima da competição, e o cidadão médio faz a sua vida normal. Uma reportagem da RTP deslocou-se a Genebra, e apercebeu-se da indeferença que grassa naquela cidade, mesmo sabendo que a selecção portuguesa vai ali realizar dois jogos! Ou seja, era suposto que os suíços parassem tudo o que estão a fazer, enchessem os noticiários de notícias irrelevantes sobre a dieta e as transferências dos jogadores, e pendurassem bandeiras nas janelas. Um cidadão suíço respondeu ao repórter da RTP: "O Euro é em Junho, e ainda estamos em Maio". Bem, o gajo deve ser mesmo parvo.

Muito se tem falado da importância que os serviços noticiosos em Portugal têm dado ao futebol, literalmente o ópio do povo. Os opinion makers têm-se dividido entre a razão e a paixão. Eu não tenho nada contra o desporto-rei, de que até gosto, e vou seguir o Euro e apoiar a selecção das quinas. Só que há vida além do futebol, e quem só sabe falar de futebol, não sabe falar de mais nada.

Dez a fio


Foi hoje o Dia Internacional do Desafio, dia em que se apela à prática de exercício físico durante 15 minutos seguidos, entre as 7 da manhã e as 19 horas. Este ano a RAEM desafiou a capital iraniana, Teerão. Eu até aposto que Macau ganhou, como sempre. A propósito, parece que quinze minutos de exercício nas saunas locais não contam.

Mais um ano





A junta militar birmanesa, provavelmente a ditadura mais sanguinária do mundo, prolongou o período de prisão domiciliária de Aung San Su Kyi, prémio nobel da paz, por mais um ano. Sinceramente começa a faltar a paciência para aturar estes gajos. Com o país completamente virado do avesso e a população a passar fome, as prioridades do regime passam por manter os cães de fila bem treinados e aniquilar qualquer tentativa de mudança. Assim não dá mesmo vontade de ajudar.

Olmert ao bolso


Morris Talansky, um judeu americano, testemunha de um processo que investiga alegados actos de corrupção praticados pelo primeiro-ministro de Israel Ehud Olmert, afirma que muito do dinheiro que entregou a Olmert terá sido gasto em bens de luxo. Talansky afirmou num tribunal em Jerusalem que terá entregue a Olmert 150 mil dólares americanos (1.2 milhões de patacas) ao longo de 15 anos, em encontros em Nova Iorque e em Israel. Talansky afirma que o dinheiro serviria para campanhas eleitorais, mas que o actual primeiro-ministro de Israel terá gasto grande parte em viagens e hotéis de luxo. A investigação procura apurar se Olmert terá aceite ilicitamente 500 mil dólares de Talansky em subornos. Olmert diz-se inocente, e já afirmou que se demite do cargo de primeiro-ministro se for acusado formalmente. Não sei porquê, mas encontro um paralelo entre esta história e outra que se terá passado por estas bandas...

Rato no buffet



Num dos buffets do território, este pequeno roedor encontrou a sua última morada. Eu até desconfio onde foi, mas não quero violar o...ahem, segredo de justiça. Do modo que as coisas estão...

E hoje para o pequeno almoço...

Ирина Билык - Катюша


Enquanto ainda se debate a justiça da vitória da Rússia na Eurovisão, especialmente o facto da canção não ter nada de russo, gostava de vos deixar com este Katjusha, uma marcha militar escrita em 1938 por Matvei Blanter e Mikhail Isakovsky. Na voz está a ucraniana Iryna Bilyk, numa interpretação de arrepiar. Se esta ainda não existisse e fosse à Eurovisão, ganhava de certeza!

Evolussaum


Ainda às voltas com o acordo ortográfico...

terça-feira, 27 de maio de 2008

Perder cansa


Segui com atenção a edição de ontem do TDM Desporto, em que foi convidado Rui Cardoso, o José Mourinho de Macau (no bom sentido), a propósito da conquista do título do campeonato de futebol da III Divisão pelo FC Porto de Macau. Rui Cardoso, benfiquista radicado no território há mais de duas décadas, tem sido a face do semi-profissionalismo do futebol do território,e quem melhor que ele para falar da situação lamentável em que se encontra não só o campeonato local, mas também o sector de formação.

Ao que parece a prática do desporto em Macau é encorajada, sim senhor, mas desde que não se leve a sério. Já falei aqui da ténue linha que, de acordo com as cabecinhas pensadoras em Macau, separa a prática do desporto da queda no abismo da droga. Até aqui tudo bem, só que caso um jovem tenha o azar de pensar em fazer do desporto a sua profissão, o melhor mesmo é que se torne professor de educação física, caso contrário, acaba no desemprego.

Quando cheguei a Macau existia um campeonato de futebol mais ou menos bem organizado, onde pontificavam muitos portugueses, incluíndo, é claro, o próprio Rui Cardoso. Se bem me lembro a PSP ganhou o campeonato nesse ano, no ano seguinte foi o Leng Ngan, e depois o Negro Rubro. Eram os tempos de jogadores como Palecas, Pereirinha, Peixoto, Francisco Rodrigues, Dédé, Mandinho, Carlos Alberto, entre outros. A selecção de Macau confundia-se então com o clube campeão, que era normalmente a espinha dorsal da selecção macaense, e chegava-se a assistir a jogos com alguma qualidade, e mais importante que isso, espectadores nas bancadas.

Hoje o campeonato de futebol é uma farsa, meia dúzia de espectadores nas bancadas, jogos deprimentes entre equipas que não treinam, arbitragens toscas e um desinteresse gritante. Que os jogos se realizem no estádio de Macau é um desperdício de luz e de relva. A nível internacional a selecção de Macau não existe, joga duas ou três vezes por ano, e os jogadores convocados dependem ainda do absurdo das dispensas dos respectivos serviços. Vastas vezes a desculpa de que Macau "perde por muitos" é razão para que se baixem os braços e se encolham os ombros, que se desista de melhorar.

Rui Cardoso tem sublinhado o facto de não existirem campeonatos jovens, de sub-14, sub-16 e sub-18, o que significa que os novos talentos que vão despontando não têm oportunidade de evoluir, e vêem esse mesmo potencial talento estrangulado na fonte. Digam o que disserem, pelo menos durante o tempo da administração portuguesa esses campeonatos eram, bem ou mal, organizados. E agora que existe um manancial de estádios e equipamentos desportivos de qualidade, graças aos muitos milhões investidos por esta administração qual é a desculpa? Que é preciso não mexer para não estragar? Não toques que desafinas?

Não surpreende o desabafo do ex-treinador Masanaga quando diz que "quem se interessava pelo futebol foi embora", ou o pragmatismo de Rui Cardoso ao considerar que nem o melhor treinador do mundo conseguia fazer qualquer coisa pelo futebol de Macau. Eu diria mais: qualquer treinador que eventualmente se cansa de perder ou de remar contra a maré, depressa desiste.

Só em nota de rodapé, parabéns à equipa do FC Porto de Macau. Não é nem nunca foi fácil a uma equipa “portuguesa” triunfar nos campeonatos de Macau. Ora são as arbitragens, ou as jogadas de bastidores, e todas as tricas que muitas vezes acabam com aquelas bocas do tipo "voltem para Portugal". Ossos do ofício.

Mourinho arrogante


Tudo indica que o treinador José Mourinho vá assinar por três anos com o campeão italiano, o Inter Milão. Os milaneses vão pagar um salário astronómico a Mourinho, na ordem dos nove milhões de euros por ano. Mourinho quer levar consigo o luso-brasileiro Deco, actualmente no Barcelona, e o seu ex-pupilo Frank Lampard, jogador do Chelsea. Mourinho quebrou o silêncio que mantinha depois da saída do clube londrino, e logo para atacar o treinador israelita Avram Grant, despedido há dois dias.

Segundo Mourinho, despedido depois de um empate em casa com o Rosenborg para a Liga dos Campeões, "só alguém com uma mentalidade perdedora pode considerar que o Chelsea fez uma boa época". O português explica a Avram Grant o significado da palavra "quase"; se o Chelsea "quase" ganhou a Premier League, "quase" ganhou a Liga dos Campeões e "quase" ganhou a Taça da Liga, então não ganhou nada. Mourinho lembrou ainda que nas suas três épocas à frente do Chelsea venceu seis troféus, dois por época.

Se Mourinho percebe bem o significado da palavra "quase", talvez já não entenda tão bem o significado da palavra "se". É que "se" Mourinho tivesse ficado no Chelsea, talvez não tivesse atingido a final da Liga dos Campeões e da Taça da Liga, "se" tivesse ficado provavelmente não discutia até à última jornada o título inglês, e mais importante que isso, "se" Grant tivesse vencido alguma dessas competições, Mourinho tinha ficado calado.

Eu até sou admirador de Mourinho, um treinador com elevadíssimos conhecimentos técnicos e uma mentalidade vencedora, mas precisa de aprender a ser menos arrogante e mais humilde. Até porque o trabalho que se segue não se afigura fácil, pois o domínio do Inter na Série A italiana parece estar perto do fim, com Juventus e Milan a renascerem das cinzas do calciocaos, e a AS Roma cada vez mais candidata. Em todo o caso, boa sorte para ele.

Arrependido


Tetsuya Shiroo, 60 anos, foi condenado à morte por um tribunal em Nagasaki, culpado do assassinato do presidente da câmara daquela cidade japonesa, Iccho Ito. Shiroo, um mebro da Yakuza, a máfia japonesa, disparou duas vezes nas costas de Ito, que se candidatava pela quarta vez à presidência do município de Nagasaki. O mafioso queria impedir a reeleição de Ito, que lhe recusara uma licença para um negócio. O advogado de Shiroo pede ao tribunal que reconsidere, uma vez que o seu cliente se encontra "profundamente arrependido".

Sydney Pollack (1934-2008)


Morreu ontem aos 73 anos Sydney Pollack, um dos realizadores contemporâneos mais conceituados de Hollywood. Pollack realizou filmes como They Shoot Horses, Don't They? (Os cavalos também se abatem), The Electric Horseman, Tootsie, Out of Africa (África Minha, com que ganhou o oscar para melhor realizador), ou The Firm.

Desaparecido


Mais um vídeo de Manu Chao.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Música no coração, males de fígado


1) Os bilhetes para o musical The Sound of Music (Música no Coração, no seu título português) já estão, como não podia deixar de ser, esgotados. Não vou por várias razões: 1) já vi o filme centenas de vezes 2) não consegui encontrar ninguém interessado em vir comigo e 3) não sei se vou cá estar entre 13 e 21 de Agosto, altura em que o musical sobe ao palco do Centro Cultural. Em todo o caso, os habituais papa-bilhetes ocorreram ontem em massa às bilheteiras da Kong Seng, deixando, em muitos casos, pessoas que querem ir ver o espectáculo...sem bilhete. Nem o limite de dez bilhetes por pessoa (dez? porque não dois?) parece inibir quem quer fazer da cultura um negócio. Como nem faço questão de ir desta vez, poupo em mais uns males de fígado que estas situações me provocam.

2) Deve ter sido coincidência que a edição de hoje do Hoje Macau tenha trazido na sua secção "O Hoje recomenda" (quem escreve aqueles textos?) o Cemitério de S. Miguel, quando ainda ontem deixei aqui algumas fotografias daquele cemitério cristão de Macau. Coincidência ou não, a verdade é que ali está muita da História do território, bem como belíssimas obras de arte, que merecem ser fotografadas, desenhadas ou pintadas. No entanto tirar fotografias a um cemitério não colhe muito bem junto dos mais conservadores, especialmente do tipo religioso. Mas é preciso não esquecer a máxima: o preconceito é o maior inimigo da arte.

Adelson paga 43 milhões


Um empresário de Hong Kong conseguiu vencer uma batalha judicial contra o magnata do jogo de Las Vegas, Sheldon Adelson, que agora tem que indemnizar Richard Suen em 43 milhões de dólares norte-americanos (344 milhões de patacas). Suen garante que foi contratado por Adelson para interferir junto do governo central chinês de modo a conseguir para o dono da Venetian uma das licenças de jogo em Macau. Suen foi posteriormente despedido por Adelson, e reclamava uma indemnização de 100 milhões de dólares. Saiba mais aqui na excelente reportagem de Joyce Pina para o Hoje Macau, e aproveite para ler o editorial de Carlos Morais José.

Amizade com Sichuan


A população daquela província chinesa vive perante o constante medo de réplicas do violento sismo do passado dia 12, e ainda ontem se verificou a mais violenta, marcando 6.4 na escala da Richter, que causou cinco mortos e centenas de feridos. Entretanto continua a onda de solidariedade para com as vítimas, um pouco por todo o mundo, e, claro, em Macau Qualquer ajuda é fundamental para aquelas pessoas, e não têm faltado iniciativas para recolher mais fundos. Gostava de reproduzir aqui um texto que chegou através da secção de comentários:

Caro Leocardo, perdoe-me a publicidade, aqui, mas gostaria de informar os seus leitores que, na proxima sexta-feira, 30, no Clube dos Amigos do Riquexó, haverá um concerto de beneficiencia em que os lucros serão doados a uma instituição de beneficiencia e apoio às vítimas do terramoto (Cruz Vermelha). Estarão presentes a banda de "Jazz" local que costumava animar os serões de Macau, e alguns grupos num registo "Blues, Jazz, Rock". Um serão, portanto, bem passado a apoiar uma iniciativa nobre.

Gostava ainda que se tivessem conhecimento de mais iniciativas deste tipo ou outras idênticas, que me deixassem saber, através da secção de comentários ou do e-mail leocardoemmacau@yahoo.com, e eu não me inibirei de divulgá-las. Obrigado e um grande bem haja a quem ajuda.

Resposta urgente


Começo a ficar farto de receber e-mails das maiores intrujices que se possam imaginar. O tempo de vender viagras ou Rolex parece estar a passar, e agora sempre que abro a caixa são os esquemas que começam sempre com um "já ganhou" qualquer. Ora é uma lotaria de que não comprei nenhum bilhete, ora uma herança que ninguém reclamou, ora a minha conta foi sorteada, e todos pedem "uma resposta urgente", como que a ver se apanham alguém tão distraído que responde seja ao que for. E alguns revelam um carácter mesmo sério, tipo "preciso de uma pessoa séria com quem possa investir os milhões do meu pai" e algumas num tom ameaçador: "preciso de resposta para amanhã", e normalmente de uma origem duvidosa, "do director do Banco Nacional do Burkina Faso". Alguns casos saltam logo à vista: "O seu e-mail já ganhou 780.000 dólares!", normalmente num dos tais sorteios. Para quem for suficientemente ingénuo para abrir, aparece uma conversa para boi dormir, seguido dos pedidos de informações como nome, morada, números de telefone e conta bancária. Como não acredito que alguém pode fazer um avo que seja sentado a engordar em frente ao PC em casa, é claro que não caio na esparrela, mas é caso de polícia que ainda haja quem caia. O pior é que por muito que marque essas mensagens como "spam", aparecem sempre outras novas. Para eles todos, aqui está a minha "resposta urgente".

Sinel de Cordes em Paris


Rui Sinel de Cordes foi a Paris à procura de personalidades desaparecidas. Depois em Père-Lachaise foi à procura da campa de Dino Meira, e mais tarde deixou uma chamuça em memória de Dodi Al-Fayed. São Os Incorrigíveis, a não perder.

domingo, 25 de maio de 2008

Leituras


- No Hoje Macau, Carlos Morais José fala dos dois modelos entre os quais Macau oscila, em Uma cidade, dois modelos.

- Ainda no HM, Pinto Fernandes fala do trânsito e das questões do tráfego, em O trânsito do nosso descontentamento.

- Saiba mais sobre "Terra de Lebab", o novo livro infantil de Fernando Sales Lopes, em entrevista exclusiva ao JTM.

- O musical "Música no Coração", essa coisa nova que ninguém viu, vem a Macau, ao Centro Cultural, em Agosto próximo. Saiba detalhes no Ponto Final.

- José Miguel Encarnação disserta sobre o Medo, na sua habitual crónica semanal n'O Clarim, o semanário da Igreja Católica.

Boa semana de trabalho!

Hamilton príncipe no Mónaco


Uma corrida atípica esta que se viu em Monte Carlo, a Macau do Ocidente (eheh), com muita chuva, acidentes e um final determinado pelo relógio, visto que já passavam duas horas desde o início da prova quando ainda faltavam três voltas para as 78 inicialmente previstas.

O britânico Lewis Hamilton dominou praticamente de início ao fim, e foi quem mais beneficiou com as incidências da prova. Robert Kubica em BMW foi segundo, e Ferrari, muito azarada hoje, teve Massa a terminar em terceiro lugar e completar o pódio. Os restantes lugares pontuáveis foram ocupados por Webber, em Red Bull, Vettel, em Toro Rosso, Barrichelo, Nakajima e Kovalainen.

Destaque para Adrian Sutil, em Force-India, que se manteve sempre nos primeiros lugares. A nove minutos do fim Kimi Raikkonen perdeu o controlo do seu Ferrari e tocou na traseira de Sutil, enquanto discutiam o quarto lugar. O "ice-man" trocou o nariz do carro e voltou para terminar em 9º, enquanto Sutil desistiu e ficou inconsolável, perdida que ficou a oportunidade para a escuderia indiana de conquistar os primeiros pontos.

Com esta vitória, Hamilton passou para a liderança do mundial de pilotos, com 38 pontos, seguido de Raikkonen com 35, Massa com 34 e Kubica com 32. Nos construtores a Ferrari lidera com 69 pontos, seguida agora da McLaren com 53 e da BMW com 52. A próxima prova do mundial de F1 disputa-se a 8 de Junho, em Montréal, no Canadá.

Cemitério S. Miguel Arcanjo





A morte quer-se enlevada em poesia
emoção e cantigas .
Todos de olhos bem abertos
Para desafiar o Tempo
Que parou em transformação.

Da sombra habitual do quotidiano,
Onde em Humildade habita,
O Poema levanta-se luminoso:
.Ao menos na morte faça-se Poesia
revelando almas e seres,
manifestantes da Alegria, da vida amantes...

Aos mortos constantes que se nos adiantam
honremos a coragem de nos acarinharem o caminho
que iremos percorrer.


Padre Fanhais

Boicote aos combustíveis



Em Portugal fala-se do aumento do preço dos combustíveis, o que tem deixado a classe média a fazer contas à vida. Um grupo de cidadãos resolveu boicotar os postos da GALP, BP, REPSOL, entre outros. Já se fala que a GALP arrisca-se a 13 milhões de euros de perdas com este boicote. Saiba mais aqui.

Final de Estugarda foi há 20 anos


Passam hoje 20 anos desde a final de Estugarda, a tal que deu a primeira (e única, até hoje) Taça dos Campeões Europeus ao PSV Eindhoven, da Holanda. Uma final de má memória para os benfiquistas, uma vez que foram os encarnados de Lisboa que perderam essa final para os holandeses, na marcação de pontapés da marca de grande penalidade, por 6-5. António Veloso, pai do internacional Miguel Veloso, do Sporting, falhou o pontapé decisivo, permitindo a defesa a Van Breukelen.

sábado, 24 de maio de 2008

Eurovisão em Moscovo


A Rússia venceu a 53ª edição do Festival da Eurovisão, com esta música perfeitamente vulgar, deste Dima Bilan, que já tinha conseguido o segundo lugar há dois anos. Mais uma votação carregadíssima de motivos políticos e geográficos, o que leva a repensar o sistema de televoto. A Ucrânia ficou em segundo lugar, e a Grécia em terceiro. A canção portuguesa, "Senhora das Águas" de Vânia Fernandes (uma das melhores interpretações da noite) ficou em 13º lugar com 69 pontos. Fica o encontro marcado no próximo ano, em Moscovo.

O mais irritante foi ouvir Isabel Angelino a falar das hipóteses que Portugal tinha de vencer e organizar o próximo festival, e a ficar toda contentinha cada vez que nos davam dois ou três pontos. Bem, qualquer coisa é melhor que o Eládio Clímaco...

Doar dói


Tem-se multiplicado nos últimos dias em Macau as acções de solidariedade com as vítimas do terramoto de Sichuan. Um pouco por toda a parte se fazem peditórios, como aqui na imagem, junto às Ruínas de S. Paulo, uma acção organizada pela Fundação Cardíaca da Macau. A Associação das Senhoras Democráticas montou um pequeno bazar junto à sua sede, na Rua do Campo, onde vendem roupas e outros objectos, e os transeuntes podem tirar fotografias segurando a tocha olímpica.

Um cidadão ligou ontem para o programa matinal do canal chinês da Rádio Macau, queixando-se de que certo empresário ligado ao ramo da construção doou "apenas" um milhão de patacas, e de que devia ajudar mais. Ora é preciso não entrar em radicalismos fúteis, e cada um dá o que pode em consciência, mas enquanto em Hong Kong os empresários competem para ver quem dá mais (e mais é sempre bem vindo...), em Macau os casineiros ricaços sentam-se a discutir as comissões dos junkets e as outras regras que os vão fazer ainda mais ricos sem precisarem de andar à chapada. Tudo bem, cada um faz o que quer com o tempo e o dinheiro que tem, só que depois não me venham falar de "amor à Pátria" e outros docinhos de boca.