quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Um bolo de esponja, mas sem bolo, faz favor



Ainda pela Inglaterra, apresento-vos Rosie Skinner, de 19 anos. Não, não é um homem que pensa que é uma mulher ou vice-versa, é apenas uma adolescente normal, e como todas as adolescentes normais gosta de rir, cantar, sair com amigos, brincar com o cachorro, e comer esponjas de banho. Uh? Se eu queria dizer antes "bolo de esponja", este?



Tem bom aspecto, e quem se a Rosie também gosta do bolo, mas o que lhe fez perder a cabeça são as esponjas, aquelas que toda a gente menos eu e milhões e de outras pessoas usam no banho. Rosie diz que come esponjas desde os cinco anos de idade: "Eu sempre adorei cheiro de uma esponja molhada. Eu ficava imaginando como seria sentir aquele gosto húmido na minha boca". Elá! Existe aqui um grande potencial lesbo-erótico, pá! Só que infelizmente, não é bem assim: "Eu gosto da textura, é como comer um bolo. Eu poderia comer uma esponja com cerejas no topo, um dia”, diz divertida, concluíndo que “Se eu estiver passando por um dia estressante, gosto de fazer um lanche com uma esponja para relaxar". Do mal ou menos, pois as esponjas são 100% poliuretano de espuma de borracha, não é tóxico nem engorda, e arrisco mesmo dizer que tem zero calorias. O problema é que tendo borracha na sua composição, a esponja não é digerida e fica acumulada no estômago, o que podia ser útil, para lavar a loiça do jantar, ou dar banho à paredes do bucho, sei lá? Mas não, e aos 13 anos Rosie foi operada depois de sentir dores e retiraram-lhe um pedaço de esponja do tamanho de um sapato. "Tens que deixar a esponja, rapariga", disseram-lhe os médicos.

Como o Patriarche não tinha programas de reabilitação para esponjómanos, Rosie começou a "ressacar", e voltou a "dar na esponja". Só que agora vai "apenas" nas duas esponjas por dia, que corta aos pedacinhos, mastiga e cospe fora. Linda menina. Agora quem tiver ficado baralhado e começa a ficar curioso quanto ao sabor das esponjas, fique a saber que este é um transtorno raro (mas não assim tão raro) que se caracteriza pelo apetite por coisas ou substâncias não comestíveis. Esta condição é conhecida por Alotriofagia, ou simplesmente "pica" (se for ao Brasil convém aprender a dizer Alotriofagia), palavra do latim que designa a pêga (isto está cada vez melhor), um pássaro que comia o que via. Podia ser pior que esponjas, pois existem casos em que os alotriofágos comem vómito, fezes, urina, muco (sim, burriés do nariz) ou vidro. Deixem a Rosie ser feliz, que ela não pediu para ser assim, e o melhor é esquecer tudo e passar uma esponja sobre o assunto. Mas pelo sim pelo não, certifiquem-se que levam a esponja de volta.

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