Sushi sem dores de cabeça.
Uma das decisões mais complicadas quando comemos fora é a da gorjeta. Devemos deixar uma compensação extra por um serviço que, no fim de contas, não é mais que a obrigação dos empregados que nos servem e para isso são pagos através do seu salário? Mas ficamos bem com a nossa consciência se formos impecavelmente bem atendidos e depois passemos por ingratos ao não deixar uma gorjeta? Mas esperem lá, alguns restaurantes incluem uma “taxa de serviço” de 10% na conta, isso não é uma gorjeta involuntária? E será que toda a gente se lembra de traçar a área do recibo onde se lê “base tip” quando paga com cartão de crédito? Para acabar com todas estas dúvidas, um dos restaurantes japoneses mais famosos de Nova Iorque resolveu pura e simplesmente eliminar a gorjeta. O Sushi Yasuda, um dos locais mais “inn” da cidade que nunca dorme, conhecido pelo seu menu de peixe fresquíssimo e arroz soberbamente temperado ao gosto do freguês passou a deixar de aceitar gratuitidades. No fim do recibo da conta pode-se ler que “de acordo com a tradição japonesa, não nos é permitido aceitar compensação extra pelo serviço prestado”. Segundo o seu proprietário, Scott Rosenberg, esta medida leva a que os clientes não paguem mais do que lhes foi providenciado, e evita-se competição entre os empregados de mesa, eliminando a “caça à gorjeta”. Em compensação Rosenberg vai aumentar o vencimento do seu pessoal e cobrar aos clientes um preço mais justo, de acordo com as exigências do serviço e tempo de permanência no restaurante. Alguns restaurantes mais elitistas nos Estados Unidos optaram por eliminar as gorjetas cobrando uma taxa de serviço mais elevada. O restaurante Per Se, distinguido com três estrelas da Michelin, cobra vinte por cento sobre o valor das refeições. A tendência é que no futuro as contas sejam todas bem feitas e hajam menos moedinhas a cair no bolso do avental. Uma boa notícia para quem acha aborrecido avaliar quanto valeu a simpatia do moço ou da moça que nos atendeu.
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