sábado, 27 de setembro de 2008

Lá em cima


O astronauta da China Zhai Zhigang, 41 anos, tornou-se esta tarde o primeiro chinês a andar no espaço. Eram 16:40 quando Zhai saíu do módulo da spacebus Shenzhou VII e mandou saudações para o povo chinês e do resto do mundo. Sentimentos mistos por esta conquista. Tirando os Jogos Olímpicos, exemplarmente organizados, este foi o annus horribilis para a China: inundações em Fevereiro, terramoto de Sichuan em Maio, crise do leite este mês, sempre com críticas dirigidas ao modo de lidar com as situações e um visível descontentamento popular. Quem sabe este passeio lá em cima venha apaziguar os maus espíritos e relançar o espírito patriótico em vésperas do 1 de Outubro.

3 comentários:

Anónimo disse...

O futuro da China, a avaliar por muitos chineses que vejo em Macau, está, de facto, no espaço, onde podem andar sozinhos sem se preocuparem com as pessoas que vêm de frente, sem se preocuparem com semáforos vermelhos para peões que insistem em ignorar, sem se preocuparem com as cabeças que levam com o lixo que atiram das janelas dos seus apartamentos.

No outro dia, alguém criticou um automobilista que atropelou uma velhota em cadeira de rodas. Esse crítico não se lembrou que o carro não galgou nenhum passeio para atropelar a senhora. A senhora é que ia a conduzir a sua cadeira de rodas no meio da estrada que, salvo erro, foi feita para os carros.

Cada um anda como se estivesse sozinho no mundo, sem se preocupar com o semelhante que vem em sentido contrário. O futuro de muitos chineses passa, realmente, pelo espaço sideral.

Anónimo disse...

Já que fala no assunto, por onde é que a senhora poderia passar?
Esta cidade que tem tantas pretensões, não se poderia preocupar um pouco com s acessibilidades dos deficientes?

Anónimo disse...

Havia passeio, mas preferiu ir pela estrada. Tal como fazem muitos dos que por aí andam. Desafiam a sorte, metendo-se inclusivamente à frente dos carros quando está verde para estes e vermelho para os peões. Tantas vezes o fazem, que mais cedo ou mais tarde alguns hão-de ser atropelados. E merecem-no, diga-se de passagem.