segunda-feira, 25 de julho de 2011

Porquê, Noruega?


Quanto mais sei do massacre da última sexta-feira, mais me convenço que a Noruega é um país do terceiro mundo. Pois é, podem ser ricos, podem ter uma qualidade de vida do caraças (mesmo com aquele frio) e podem ser todos gente saudável, bonita e com dentinhos brancos. Mas são tão atrasadinhos que fazem o Biafra parecer um Shangri-La. Com que então este tal de Anders Breivik andou a planear tudo debaixo das barbas norueguesas durante todos estes anos e eles nunca desconfiaram de nada?

Quer dizer, pertenceu a partidos de extrema-direita e depois disso obteve facilmente licença de porte de arma e de caça. Até aqui tudo aparentemente normal para os noruegueses; toda a gente num país com liberdade tem o direito de adquirir artilharia pesada para se dedicar à caça. É um direito irrevogável, mesmo para indivíduos como o Anders Breivik. Comprou uma Glock e uma Ruger Mini-14 semi-automática para "caçar veados". Era o que dizia na licença das armas. Andou ainda tranquilamente pelo resto da Europa a adquirir armamento, e já tinha demonstrado um carácter radical e violento na internet, onde já era conhecido em vários fórums.

Breivik era um cristão fanático, considerava-se "um cruzado", e pertenceu a várias organizações de extrema-direita, e até num partido que o expulsou por ser "demasiado extremista". Deixou um manifesto de 1500 páginas explicando as suas ideias e motivações. Planeava ataques em massa em todo o mundo, e prometia "limpar a Europa dos muçulmanos e dos marxistas até 2083". Já hoje em tribunal foi dizer que o massacre foi "o preço que a Noruega pagou pela imigração massiva". Esta linha ténue entre os noruegueses e o nazismo já tinha sido demonstrada em 2000, quando o Daily Telegraph publicou a história das crianças nazis abandonadas na Noruega, e das suas gerações seguintes.

Como a extrema-direita e o fanatismo religioso têm tudo a ver com agricultura, o jovem tornou-se empresário por conta própria e criou uma empresa de produtos agrícolas, e para tal adquiriu seis toneladas de fertilizante, que usou não nas couves, mas para fazer explosivos. A bomba de 500 quilos de estrume que rebentou em Oslo na sexta-feira foi patrocinada pelo ministério da Agricultura norueguês num qualquer programa de incentivos a jovens agricultores. Parece que todas estas pistas que o pior estava para acontecer não convenceram ninguém, e agora os noruegueses ficam de boca aberta, levam as mãos à cabeça e perguntam "Porquê???". Devem ser mesmo burrinhos, "benzósdeus".

Isto tudo é irrelevante perante a frieza dos números, ou seja, o número de pessoas que matou. Podia ser um gajo muito porreiro e completamente insuspeito mas teria que pagar pelo que fez. Mas na Noruega, essa valente democracia, a pena máxima é de 21 anos de prisão, com direito a soltura ao fim de 10 (!) por bom comportamento. Ou seja, uma das hipóteses é que daqui a dez anos o gajo sai da prisão e começa a III Guerra Mundial. Fala-se contudo de uma "pena de segurança", o que deve querer dizer qualquer coisa como: passa 20 anos na cadeia e depois é internado como maluquinho que é, coitadinho. E mais: terá que ficar "pelo menos 8 semanas em prisão preventiva". Tiro o chapéu à rapidez do sistema jurídico escandinavo, onde oito semanas "é o dobro do normal".

É inevitável fazer comparações com outras democracias e não-democracias onde uma coisa destas acontecesse. Na China, por exemplo, onde isto seria considerado "perfeitamente normal", o indivíduo seria indubitavelmente executado. Mesmo nos Estados Unidos, o supra-sumo das democracias, não se livrara de pelo menos 93 prisões perpétuas - uma por cada das vítimas. Isto se não fosse julgado num estado onde vigora a pena capital. Em qualquer país islâmico nunca se livraria da pena de morte. Na Noruega é que parece que não é bem assim. Se calhar os noruegueses nunca pensaram que "um deles" se tornasse um Bin Laden loirinho e de olhos azuis.

13 comentários:

Anónimo disse...

Para você realmente parece tudo tão simples e fácil lol.. um gajo tem tendências de extrema direita e fanatismo religioso, pede licença de porte de armas e compra uma mini semi automática, dedica-se à agricultura e compra muito estrume. Logo é quase de certeza um terrorista a preparar-se para fabricar bombas para matar inocentes indiscriminadamente, toca a prendê-lo, começar o interrogatório mantê-lo sobre vigilânica 24 horas!!

Pela sua lógica, metade das pessoas a viver no interior profundo dos Estados Unidos se calhar tinham de ir todas presas pois caíam exactamente no perfil que descreveu...

Leocardo disse...

Ai sim, as pessoas a viver no interior profundo dos Estados Unidos pertenceram todas a partidos de extrema-direita, viajaram pela Europa a comprar armas e participam em fórums de internet onde assumem tendências extremistas e violentas? As coisas que um gajo aprende aqui...

Cumprimentos.

Anónimo disse...

Porque o islã também nunca gera nenhuma morte, né =)

Anónimo disse...

E depois??América também é o mais poderoso do mundo mas aconteceu o 11 de Setembro.E este gajo doido até é anti-islão.

Anónimo disse...

Pois é, isso nos mostra que não existe só o fundamentalismo do islão, que os nossos queridos estadunidenses demonizam, existe tbm o fundamentalismo cristão, como mostrou esse noruegues que se diz pertencer a uma seita catolica fundada no empo das cruzadas!

Anónimo disse...

Amigo Leocardo, você que se deixa ir na cantiga dos média esquerdistas, consegue então responder-me às seguintes questões?

1. Porque é que Breivik matou noruegueses brancos se a sua obsessão são os muçulmanos, pois ele é «anti-islâmico»?

2. Porque é que não se veicula Breivik a um grupo maçónico (a «Loja Azul») e repetem constantemente que ele é um «cristão fundamentalista»? Para quem não sabe, um maçon é pagão; não é cristão.

3. Porque é que ninguém diz que Breivik até costumava jantar com turcos no restaurante Milano de Rena? O gajo é de extrema-direita, certo?

4. Porque é que as embaixadas norueguesas no mundo inteiro receberam instruções, na tarde de sexta-feira (mesmo dia do atentado) de descartar a implicação islâmica no atentado, apesar de o mesmo ter sido inicialmente reivindicado pelo mesmo grupo salafista que, meses antes, ameaçara provocar uma matança em resposta à publicação das caricaturas de Maomé num periódico do país? Porque é que se convidou o líder dos islamistas locais, o mulá Krekar, a abandonar a Noruega rumo a um país árabe na manhã de sábado, segundo revelaram fontes periodísticas israelitas?

Existem muitas outras perguntas, mas para já estas chegam.

Abraço.

Ir.: Breiv.: disse...

Sim Senhor, Ah! Que grande Maçon! Cadê do Arnaldjinho e do seu aventau? será o próximo a cometer a proeza em Macau?

Beijinhos do Irmão Ir:. Breivik

Leocardo disse...

Meu caro Firehead, duvido que os "media esquerdistas" tenham colocado as bombas ou as armas nas mãos de Breivik. É curioso como neste caso o meu amigo relativiza, levanta dúvidas e abre um X-File quando tudo parece muito simples: o indivíduo confessou.

Quando se trata de ataques terroristas perpretado por árabes o meu amigo apressa-se a apontar o dedo ao Islão (mil milhões de pessoas, mil milhões de terroristas? já tinhamos todos ido ao ar, digo eu) sem mas nem meio mas.

Essa do terrorismo andar necessariamente de mão dada com a religião é uma mentira perigosa. Mas há quem ainda acredite, infelizmente.

Cumprimentos.

Anónimo disse...

Leocardo,

Aqui ninguém está a defender ninguém e você não me ouviu defender o Anders. É claro que eu condeno o que ele fez. A questão que se coloca é: se tivessem sido muçulmanos, a esta hora certamente já ninguém estaria a falar do sucedido; como é um extremista da Direita e suposto "cristão fundamentalista", pode ser que para a semana ainda estejamos a levar com isso.
Relativismo há quando acontecem atentatos islâmicos e usarem agora este caso para disfarçar ou fazer de conta que é tudo a mesma coisa.
Pessoalmente concodo com muitos pontos de vista do Anders, mas daí a matar inocentes convenhamos que vai uma grande diferença.
As perguntas que eu coloquei no comentário são pertinentes e a elas os média não respondem. Vá-se lá saber porquê. Importa é vender e impor ideias esquerdistas à malta. Os papões de direita, principalmente os de extrema, e os supostos "cristãos fundamentalistas" são horríveis. Os muçulmanos, coitados, são outra história, há que respeitá-los, compreendê-los, etc.

Abraço.

Leocardo disse...

Sim, FireHead, compreendo muito bem, e espero que algumas das "directas" que mando nos posts não sejam entendidas como sendo para si. Não são para ninguém em particular.

Defendo que se castiguem todos os terroristas, e como existem mais terroristas muçulmanos, é normal que existam mais atentados perpretados por muçulmanos. Mas como também deve saber, esses atentados são encomendados por motivações políticas. Se estes líderes políticos e cléricos muçulmanos acreditassem nas tais virgens com que convencem os bombistas suicidas, iam eles rebentar lá com aquilo tudo não acha? O problema é infelizmente mais político que religioso, e quanto a isso ainda há um longo caminho a percorrer.

O que eu não gosto da religião aplica-se a todas as religiões, mas não aceito que alguém simplesmente por professar a religião muçulmana seja considerado um potencial terrorista. Então e os muçulmanos que trabalham e contribuem como toda a gente para o progresso do país onde estão radicados? Que são casados, têm filhos e pagam os seus impostos? Quer dizer, se um português se converter ao Islão torna-se num "potencial terrorista"? Não sei se sabe, mas os jogadores Robbie Van Persie e Frank Ribery converteram-se ao Islão por terem casado com mulheres muçulmanos. São terroristas, também? (bem, o Ribery é um bocadinho, mas também sempre foi, e isso não tem nada a ver com religião, está a ver?).

Não sei se um atentado muçulmano desta dimensão perpretado na Noruega fosse "rapidamente esquecido", como diz, mas numa coisa dou-lhe razão: os atentados muçulmanos foram banalizados, ao ponto de toda a gente se começar a esquecer que o terrorismo não é exclusivo dos muçulmanos. Sinceramente tenho muita pena que isto tenha acontecido, assim como qualquer outro atentado onde morram pessoas inocentes. E posso-lhe garantir também que a culpa não é sempre do "esquerdume", como você diz (e onde não me incluo, obrigado:)). Isso nem vale a pena discutir.

Abraço

Anónimo disse...

américa também é o mais poderoso do mundo??Isso é o que os americanos e muita gente pensa,mas talvez os americanos não sejam assim tão poderosos.Eles que pensam que são o dono do mundo,são muito arrogantes.Para mim,os donos do mundo são a CHINA.Basta ver que praticamente quase TUDO que temos em casa é MADE IN CHINA e não Made in USA.

Anónimo disse...

Leocardo,

Lá está, generalizar é perigoso. Sendo nacionalista de direita, eu falo muitas das vezes dos pretos, árabes, muçulmanos, etc., mas reconheço que nem todos são escumalha (do mesmo modo que existem brancos que são escumalha). Existem os que são honestos, que trabalham, que se integram, que cumprem com os seus deveres, e esses sim, devemos aceitá-los e ajudá-los. Acontece que infelizmente a maioria é exactamente o oposto, é tudo uma cambada de chulistas potenciais criminosos que não fazem falta nenhuma nem interessam a ninguém.
Em relação ao islão, para quem estudou essa seita, sabe perfeitamente que é um paganismo refinado travestido em ideologia política. Os muçulmanos verdadeiros, aqueles que seguem os ensinamentos do "profeta", procuram concretizar a "Umah", ou seja o califado islâmico mundial, passando por impor a todo o mundo as suas leis, a "sharia", e é o que está desgraçadamente a acontecer na Europa em países onde a população muçulmana é bastante significativa. Os cristãos, que eu saiba, não andam a impor nada, não pretendem estabelecer leis (pelo contrário, até são perseguidos nos países islâmicos; é a religião mais perseguida do mundo e curiosamente poucos falam disso; algo que pelos vistos não interessa minimamente) nas sociedades (o laicismo ocidental há muito que superou isso).
Eu vejo o islão como uma praga. Ainda que nem todos os muçulmanos sejam potenciais criminosos, a essência do islão é criminosa desde a sua génese. A História confirma-o.

Abraço.

Anónimo disse...

Quer dizer, se um português se converter ao Islão torna-se num "potencial terrorista"? Não sei se sabe, mas os jogadores Robbie Van Persie e Frank Ribery converteram-se ao Islão por terem casado com mulheres muçulmanos. São terroristas, também?

converterma-se a um culto pedófilo. deviam ter vergonha!!!