Estou com uma tesão enorme pelo Festival de Música de Macau este ano. O FIMM celebra este ano as bodas de prata, e nada como um cartaz especialmente caprichado para celebrar este quarto de século de existência. Macau vai tornar-se num palco de lés a lés, e a ideia de realizar concertos na praia de Hac-Sá é peregrina e muito bem pensada - mas já lá vamos. Em suma, Guilherme Ung Vai Meng está de parabéns e os resultados da sua gestão do Instituto Cultural começam a dar frutos. Assim espero.
Primeiro falemos do lado negativo. Continua por resolver a questão dos bilhetes, e espera-se mais uma surrealista correria às lojas da Kong Seng na madrugada do próximo Domingo, com os habituais revendedores e oportunistas abancados desde as duas da madrugada à espera de açambarcar os melhores bilhetes. Recomendo ao leitor que faça a reserva online (se conseguir, para mim é sempre difícil) ou que passe pela Kong Seng a meio da tarde, quando já não há ninguém e as pessoas normais podem começar a comprar bilhetes. Contudo esqueçam os espectáculos gratuitos limitados aos portadores, pois esses vão ser os primeiros a evaporar. Este ano já sei que não vou poder ver a Academia de Música Antiga de Berlim, os Pequenos Cantores de Tóquio ou o Coro do Teatro Nacional de Opera e Ballet da Lituânia, todos na Igreja de S. Domingos.
O Festival este ano abre logo com um prato forte, o musical "Fame". Fiz um pequeno inquérito de bolso entre os meus colegas e quase nenhum sabe o que é o "Fame", ou conhece sequer a canção de Irene Cara. São muito novos para se lembrarem, e a série inspirada no filme que fez um enorme sucesso em Portugal não atingiu aqui os mesmos níveis de popularidade. Em todo o caso, é um regresso que se saúda, o dos musicais da Broadway, este ano em três sessões, de 7 a 9 de Outubro. A Casa do Mandarim vai também abrir as portas para receber dois espectáculos, um deles gratuito, um recital de música tradicional chinesa no dia 30 de Outubro. Destaque ainda para a actuação de Itzhak Perlman, um dos maiores violinistas de todos os tempos, dia 20 de Outubro no Grande Auditório do Centro Cultural. Os adeptos da ópera, jazz e dos concertos de câmara vão também ficar bem servidos com brassbands, quartetos de cordas e dos outros, e "O Franco-Atirador" ou Der Freischütz no seu título original, a primeira ópera romântica germânica em três actos, e que vai ser exibida a 2, 4 e 5 de Novembro no CC, como encerramento do Festival. Vão ser verdadeiros fogos de artifício.
E perguntam-me agora: "e a malta, Leocardo?". Ora a malta foi este ano especialmente acarinhada pelo IC, e no dia 29 de Outubro vamos ter um serão que promete. A partir das oito da noite, na Praia de Hac-Sá, na ilha de Coloane, vamos ter um triplo concerto de artistas portugueses: o Quinteto António Zambujo, a Rua da Saudade, projecto de quatro magníficas vozes da música portuguesa que interpreta canções de Ary dos Santos, e os Ar de Rock, uma super-banda que inclui o sempre querido Tim, dos Xutos, que já não é estranho a Macau. Vamos esperar que a comunidade portuguesa (e não só) traga a sua alegria e boa disposição à Praia de Hac-Sá, e se ainda estiver calor ainda dá para dar um mergulho de seguida. E já agora espero que a organização não faça disparates, impedindo as pessoas de cantar, dançar, ou pedir-lhes que "desliguem o telemóvel"...na praia.
"No seu Jubileu de Prata, o Festival Internacional de Música de Macau traz-nos mais uma estreia. Este atraente duplo cartaz na praia inclui Cui Jian, o “Pai do Rock Chinês”, que irá assaltar o palco com muitos dos seus temas clássicos incluindo “Nada no Meu Nome”, “Começar Tudo de Novo” e “Uma Peça de Tecido Vermelho”, e ainda o herói musical que cresceu de Macau Jun Kung, exibindo os seus soberbos dons de compositor, baterista e cantor. Estes dois ícones do rock chinês serão acompanhados de uma banda de rock com seis elementos que inclui músicos de topo de Hong Kong."
No programa cujo link aqui deixa, só consegui ver isto, no dia 1 de Novembro. Quanto aos "Ar de Rock" e afins a 29 de Outubro... Népia!!!
OK, agonizei agora a ver o vídeo completo que apresenta o Festival e, de facto, consta lá o tal concerto com os "Ar de Rock". Não deve é ser suficientemente importante para aparecer na lista. Deve ser um concerto só para os mais pacientes que passaram pelo sofrimento de ver o vídeo.
Agora vejamos: "cartaz especialmente caprichado?". Porquê? Como verdadeira novidade temos um musical de renome, o "Fame". Tirando isso, onde é que está o tal "caprichado"? Não estou a dizer que o cartaz é mau, afirmo apenas que não é melhor do que o dos anos anteriores. Nalguns casos, é até pior. Na ópera, por exemplo: óperas barrocas, exclusivamente. O ano passado houve o excelente "Il Trovatore" de Verdi, pela magnífica Ópera da Austrália. Convenhamos que nem toda a gente tem paciência para óperas barrocas. Porque é que só há disso? É este o "capricho"? Depois, é só mudar para Hac Sa, e pronto, já é melhor! Em anos anteriores tivemos, por exemplo, os Blasted Mechanism, os Delfins ou os Buraka Som Sistema... E uns velhinhos excelentes do jazz e blues, norte-americanos de cujo nome não me lembro. Ó Leocardo, compare lá com seriedade o programa deste ano com o de 2010 e o de 2009 e explique-me o que é que é melhor este ano...
4 comentários:
Viva o viagra!
"No seu Jubileu de Prata, o Festival Internacional de Música de Macau traz-nos mais uma estreia. Este atraente duplo cartaz na praia inclui Cui Jian, o “Pai do Rock Chinês”, que irá assaltar o palco com muitos dos seus temas clássicos incluindo “Nada no Meu Nome”, “Começar Tudo de Novo” e “Uma Peça de Tecido Vermelho”, e ainda o herói musical que cresceu de Macau Jun Kung, exibindo os seus soberbos dons de compositor, baterista e cantor. Estes dois ícones do rock chinês serão acompanhados de uma banda de rock com seis elementos que inclui músicos de topo de Hong Kong."
No programa cujo link aqui deixa, só consegui ver isto, no dia 1 de Novembro. Quanto aos "Ar de Rock" e afins a 29 de Outubro... Népia!!!
OK, agonizei agora a ver o vídeo completo que apresenta o Festival e, de facto, consta lá o tal concerto com os "Ar de Rock". Não deve é ser suficientemente importante para aparecer na lista. Deve ser um concerto só para os mais pacientes que passaram pelo sofrimento de ver o vídeo.
Agora vejamos: "cartaz especialmente caprichado?". Porquê? Como verdadeira novidade temos um musical de renome, o "Fame". Tirando isso, onde é que está o tal "caprichado"? Não estou a dizer que o cartaz é mau, afirmo apenas que não é melhor do que o dos anos anteriores. Nalguns casos, é até pior. Na ópera, por exemplo: óperas barrocas, exclusivamente. O ano passado houve o excelente "Il Trovatore" de Verdi, pela magnífica Ópera da Austrália. Convenhamos que nem toda a gente tem paciência para óperas barrocas. Porque é que só há disso? É este o "capricho"? Depois, é só mudar para Hac Sa, e pronto, já é melhor! Em anos anteriores tivemos, por exemplo, os Blasted Mechanism, os Delfins ou os Buraka Som Sistema... E uns velhinhos excelentes do jazz e blues, norte-americanos de cujo nome não me lembro. Ó Leocardo, compare lá com seriedade o programa deste ano com o de 2010 e o de 2009 e explique-me o que é que é melhor este ano...
Não quer explicar o que é que é melhor este ano, está visto. Mandou essa para o ar porque gosta do Ung Vai Meng e pronto, isso basta...
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