sábado, 28 de novembro de 2015

O Correio e os correspondentes


Mau, mau Correio da Manhã, maus meninos! O "timing" não podia ter sido o pior. Quando finalmente os mariquinhas pé-de-salsa que andaram a envergonhar o país com aquela choradeira de que "ai ai vem aí o terror, e eu nem fui à manicura" se preparavam para voltar à vida normal, eis esta capa, e como em todas que vêm saindo nos últimos quinze dias, nem chega a ser notícia - até agora o único atentado em grande escala levado a cabo na Europa foi há exactamente duas semanas em Paris. Foi pena que em vez de se procurarem saber melhor as razões desse atentado, ou como numa das maiores cidades do mundo, alegadamente sob "alerta máximo" desde Janeiro devido aos atentados na redacção do Charlie Hebdo, entram indivíduos armados com Kalashnnikov numa sala de espectáculos cheia, e onde decorria um concerto, se perca tempo com não-terrorismo. Claro que não posso garantir que não vão haver mais - porra, quem sou eu? Agora o que eu estou certo, e penso que muita gente partilha desta ideia, mesmo com o medo a enevoar-lhe o julgamento, é que não vão chegar atentados com hora marcada. E mais: por muito que nos custe aceitar, e isto serviu como lição, a qualquer hora de qualquer dia e a qualquer momento pode acontecer, e podemos muito bem estar nesse mesmo sítio nessa hora desse dia - e a culpa é SOMENTE dos terroristas. Não há aviso que se possa fazer que previna com 100% de eficácia um acto desta natureza, portanto o ideal será tratar isso como a própria morte, por exemplo, tão certa que é e incerta a hora que vai chegar. Posto isto, convém também evitar alarmismos, como vou mostrar a seguir. Não vou apelar a ninguém porque não sou autoridade, e se estas não o fazem, é porque não consideram necessário, portanto são  quem terá que responder pelo bem e pelo mal. Contudo fico aborrecido que algumas pessoas urdam teorias para justificar o que é não mais que a sua opinião, chegam a exceder-se para parecerem mais convincentes, e em alguns casos vão ao extremo de pintar desgraças em tons apocalípticos só para não se sentirem tão sós no escuro do pavor. Não é esse nenhum destes casos que vou passar a mostrar, mas mesmo assim convém dar uma espreitadela no que pensa a gente que sente. 


A Rute Soares, por exemplo, presta um péssimo serviço ao sugerir que um ataque terrorista pode ser considerado uma forma de "karma", ou "charme" para conquistar a pessoa amada, sei lá, que  raio é que aquilo quer dizer, "quanto mais se fala, mais as possibilidades se tornam reais"? Fosse assim não falava de outra coisa que não os meus 100 milhões de dólares. Depois o Jorge Rosa Santos deixa ali dois comentários, um bastante pertinente, outro nem por isso, e comecemos por este. Cada cabeça sua sentença, diz o povo, e aqui esta máxima aplica-se na perfeição. Eu juro que nunca me passou pela cabeça que o ISIS estivesse interessado em Portugal por causa de uma reunião levada a cabo há quinze anos e que determinou a invasão do Iraque pelas tropas da coligação liderada pelos Estados Unidos, e que culminou na queda do regime de Saddam Hussein, mas tenho visto outras teorias ainda mais desconcertantes que chegam a ir até à "vingança pela derrota na batalha etc. etc." qualquer uma com mais de mil anos. Em suma: qualquer razão seria uma boa razão, tendo em conta que se o objectivo dos terroristas é "dominar o mundo", penso que Portugal AINDA faz parte desse mundo. O comentário que dá conta da limitação das liberdades civis toca exactamente na ferida, pois quem ainda exerce autoridade é o estado, e este não combate o terrorismo, vocês muito menos, e quando eles vos mandarem calar não vão poder falar mal deles, nem do ISIS, nem de NADA. Entendidos? O Miguel Garcia diz-nos que "mentira ou verdade, toda a gente fala da notícia" - sendo ele o exemplo acabado disso. Não nos diz é o que pensa, se é mentira ou não. Contudo a Manuela Rodrigues pede desculpa, mas aquilo "só pode ser verdade". Porquê? Porque "no conjunto de bandeiras que o ISIS apresentou, está lá a de Portugal". Obrigado, meu amor, agora vai para dentro e não te constipes. Este é mais um exemplo da nossa pequenez e rigidez de raciocínio: ora ficamos aos pulinhos de contentes quando a nossa aparece num contexto qualquer no meio de muitas outras, ora neste caso apareceu entre as bandeiras de 59 países no cardápio do terrorismo, e é porque nos querem matar. Mas deixa-me lá ver, onde é que eu já vi isto antes...


Ah sim, esta menina, que tem feito um serviço tremendo ao "denunciar" estes "planos de conquista do Islão". Estão a ver o globo que passa na Al-Jazeera? Com as bandeiras dos EUA e do Egipto? Isso é prova de que o "Islã" está focado no domínio global. Quanto ao Egipto, nem preciso de lembrar que já é um país islâmico, mas mesmo sendo moderado, deve incomodar aqui à menina, e já vão perceber porquê. Quanto aos Estados Unidos...


...é lá que fica a maior delegação da Al-Jazeera. Deve ter aparecido por lá sem os americanos terem dado por nada. Agora, porque será que esta senhora nos quer alertar contra os perigos desta temerária religião de terroristas e fanáticos? Nós adoramos a liberdade, e detestamos fanatismos, certo?


Sabem uma coisa? O problema não do fundamentalismo e do fanatismo não é se alguém gosta de Jesus, Maomé, Joaquim ou Francisco, é quererem impor-vos aquilo eles acham melhor para todos mas que vocês não querem. Dando liberdade de culto e mantendo a ordem pública através da lei civil e laica, aplicada em democracia não há lugar a fanatismo de ordem alguma. Podem ladrar à vontade que vocês têm o direito de lhes virar as costas, mas também pensem duas vezes antes de os seguirem num caminho que para eles só pode ter algum fim contrário à razão que vos leva a segui-lo. E ficamos esclarecidos quanto a bandeirinhas e afins.


Aqui duas faces da mesma moeda. A Oneide, não sei se num tom trocista ou a falar a sério, diz-nos que devemos chamá-los "terroristas" e não de "Estado Islâmico", enquanto a Ruth regressa ao tema da religião e do fundamentalismo. Quando ouvimos nos noticiários a expressão "auto-proclamado Estado Islâmico", reparem que temos aqui duas metades: uma é "auto-proclamado", ou seja, é apenas reconhecido pelos próprios, e sendo eles quem são não merecem a nossa credibilidade, quanto mais a da comunidade internacional. Agora, porque é que "auto-proclamado" serve para o "Estado", mas não para a confissão islâmica a ele associada? Por debitarem as tolices que metem medo ao Ocidente, e que no fundo não são mais que pregões religiosos? Se um indivíduo fosse detonar um cinto de bombas numa repartição num país ocidental e antes de o fazer gritasse "Louvado seja Deus Nosso Senhor Jesus Cristo", que leitura faziam disto? Um maluco? Então é para dar a credibilidade de uma religião inteira ao Estado Islâmico? São uns tipos super-inteligentes? O que me quer parecer é que aqui é a Ruth que está obcecada pela religião (e não é a única), uma vez que os únicos a afirmar que o Estado Islâmico é um grupo islamita, são os próprios, os tais que como "estado" não têm credibilidade, mas em todo o resto a palavra deles é lei. Estranho, isto, mas não de todo inocente, uma vez que...


...abre a porta ao pior tipo de idiotas. Ok, vamos lá por as coisas em pratos limpos: se esta senhora tem o direito de dizer isto, eu tenho MUITO MAIS direito em chamá-la de idiota. É que chamando-a de "idiota" não faz dela mais idiota do que é (se tal for possível) e aqui por "idiota" até nem quero dizer que ela seja má pessoa, mas sem dúvida que boa não deve ser, uma vez que não pensou duas vezes antes de papaguear um momo que tem sido mote para desbloqueador de conversa, ou alpista para chamar os pombinhos, sei lá. Se eu perguntar a esta senhora COMO é que os refugiados "facilitam a entrada de jihadistas", ela não vai saber responder - "ah vêm infiltrados, e tal". Ai sim? E depois "entram"? Porque os refugiados que entram têm esse estatuto porque lhes é atribuído pelos SEF, em conjunto como MAI, portanto no que ficamos? É aí que ela vira as costas, bloqueia, alega direito à "liberdade de expressão" - que neste caso entra em nítido abuso da mesma - e acusa-me de querer ser "politicamente correcto", como se isto fosse alguma doença nova. Tenho reparado que anda por aí uma confusão entre o "politicamente correcto" e o "tolerável dentro dos limites da lei". Não me canso repetir que a legislação contempla os crimes de ódio ou de incitação ao ódio com base entre outras coisas na religião, mas mesmo pondo isto de parte, preocupa-me o que tem sido entendido por "valores":


O terrorista que lançou a semente da parvoíce é Bruno Novais, que fiquei sem perceber bem se a sua preocupação é meramente económica e social, ou se tem nhufinha, medinho do "terrorismo" - claro que estamos aqui a falar de alguém que se está a borrifar para os pobres. Esta dos refugiados "virem com médico" e os portugueses "não terem o que comer" é mais um passo em frente para que um dia se veja algo como "os refugiados vêm de jacto particular e têm Rolls-Royce à espera no aeroporto, enquanto os portugueses vendem orgãos para comprar pão". Admitam, já faltou mais. A seguir vem uma pobre desgraçada que considera aquilo um acto de "coragem", e eu suspiro de alívio que não sejam "todos" nem sequer a maioria a pensar assim. Bryan Gomes, uma das poucas conscientes que ainda perde tempo e paciência para tentar educar os ineducáveis, Ana Harris Richards ri-se não sei do quê, e surge então um personagem curioso, um tal Alain Jesus. Este camarada começa logo a dar a entender ser um daqueles sabichões que não admite cá faltas de respeito, e tal, e como a risota da outra o assustou, e ele anda com muito medinho, o bebé, toca a repreendê-la com uma referência geográfica que inicialmente fiquei sem perceber: Peniche? Depois é que me apercebi que a Ana Harris vive em Peniche, e confirmei que estava aqui na presença de um espertalhão das dúzias.


E pronto, Bruno Novais mostra logo ali a careca, e vê-se logo que é um rapaz super-preocupado com os portugueses que não comem. Eu não admitia é que bardamerdas destes chegasse ao pé de mim e começasse com merdas daquelas "ai se morrer a tua família quero ver a tua cara". Palhaço. Bryan Gomes não perde a calma, e obriga Bruno Novais a enterrar-se ainda mais na lama do disparate, sugerindo que quem não alinha na sua cobardia reles "é sírio". Agora reparem no comentário bem oportuno de Pi Olho, e vamos quem é sírio, afinal:


Isto vexa-me até aos ossos. Como é possível tamanha amplitude entre o que há de mais digno e a escória mais reles? Se este senhor tivesse lido o que escrevem os Bruno Novais desta vida, o que ia pensar de nós? Ainda antes deste autêntico insulto à humanidade que é associar a palavra "refugiado" a "terrorista", já havia uma ideia também não muito digerível de que para se ser refugiado teria que se ser pobre ou necessitado, e daí a considerar-se aceitável pôr as pessoas a dormir no chão quando há camas, ou dizer que se queixaram da internet "ser muito lenta" quando o acesso é internet é barato e a ligação rápida, é gozar com a cara das pessoas. Vejam o porquê deste senhor ter fugido da Síria: era perseguido por causa das suas opiniões. Tivemos casos em Portugal de pessoas que estiveram refugiadas antes do 25 de Abril por serem opositores ao regime, casos de Álvaro Cunhal, Mário Soares ou Manuel Alegre - sinceramente, acham que eles dormiam no chão? Mas vamos lá então continuar a apresentar estas demonstrações do que não se deve ser nem fazer.


É aqui que entro eu em cena, e sei que não devia, mas fiquei um bocado irritado com o "bullying" daquele indivíduo, o Alain Jesus, que sendo um cobardolas e por isso evitar entrar em conflito com quem nem o insultou sequer, prefere distribuir "fruta" por toda a gente para tentar fazer passar a sua mensagem de pânico cor-de-rosa lelas. Parabéns à Alice Maria Silva por pôr o dedo na ferida da hipocrisia, e quando eu digo que as pessoas de bom senso começam a fazer ouvir-se, não estou a exagerar, pois o primeiro milho foi dos pardais, e quem tem mais que fazer mas sentiu-se pelo menos curioso em saber o que se passa tem esta reacção. São as reacções que devemos ter perante as injustiças. Mas isto melhora:


E pronto, o Bruno Novais vive obcecado com a Síria - é o que dá não aprender os países na escola e depois de ouvir o nome ficar a repeti-los feito tontinho - pensa que intimida com aquela do "estão lá à tua espera", que é tão impenetrável em termos de raciocínio como são as "cuacas" de gola alta. Agora o nosso Alain Jesus, como o nome aliás levava a suspeitar que assim fosse, é luso-francês, e isso diz-nos naquele eloquente discurso que começa de uma forma que aproveito para dizer o que penso de toda a gente que partilha daquela fabulosa percepção: OS TERRORISTAS NÃO QUEREM SABER DE VOCÊS PARA NADA! É preciso mesmo megalómano para pensar que organizações que investem meios e recursos, operam no secretismo, mexem com a diplomacia das maiores potências mundiais, sacrificam vidas, suas e das suas vítimas, vão de propósito limpar-lhes o sebo! Porquê, o que fizeram? A ameaça é para TODOS, e se todos entrassem em pânico como estas duas aves raras, ia ser bonito. Já agora estar em Paris não lhe dá nenhuma autoridade para falar do assunto, antes pelo contrário: tinha o dever de transmitir tranquilidade. Em vez disso quer "companhia" no medo. Mas já que ele gosta tanto de "tirar a chapa" aos outros....


"Atraente, sensível e empático"? Hmm...é possível que tenha apenas a cagufa a falar mais alto, e no fundo deve ser boa pessoa. Lá no fundo, muito, muito fundo. E o outro palerma, que se preocupa com as injustiças sociais?


Ah...ó Bruno Novais, francamente. Os portugueses "sem comida" e tu aí a esquiar na neve, no bem bom? Vai lá dar-lhes "uma mãozinha". É claro que não penso assim, e é preciso separar as coisas, que é o que este rapaz não faz por comodismo. No fundo isto do terrorismo, que é uma coisa séria e diz respeito a todos, é um grão de areia encravado nessa tua grande "curtes", não é, ó bacano? Tem mas é juízo.

Eu não gosto deste tipo de tricas, mas sinceramente é altura de certas pessoas perceberem que não são as únicas de carne e osso nesta coisa das redes sociais. É como uma fotografia que tiramos na neve, que nos impede de dizer "eu nunca estive na neve". É um registo para memória futura. 

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