segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Susana: quem não chora não mama



Susana Chou é aquilo que podemos chamar de "tremenda cara-de-pau"; que senhora lata, a lata da senhora. A sério, lembram-se da minha fase mais "peixeira"? Ela faz pior, e ainda lhe junta vinagre e malagueta, deixa a cozer e à saída da cozinha solta um traque, para deixar um gostinho mais "agreste". Quem acompanha a carreira (?) da senhora deve ter desconfiado quando ela criou um blogue exactamente após a sua saída da Assembleia Legislativa (vá lá, um mês e meio depois; aborreceu-se depressa) onde tem "denunciado" tudo aquilo que acha mal, disparando em todos os sentidos, a torto e a direito, tendo como alvos preferenciais os seus antigos "companheiros de caserna" (leia-se "cúmplices") do Governo e do mundo empresarial. Nem vale apena referir aqui a metamorfose mais que evidente que sofreu quando passou da vida pública para o remanso da cidadania privada, ou de como poderia ter contribuído de algum modo para resolver ou amenizar os problemas que analisa no blogue, e não sei se algures entre os 483 artigos que assinou nos cinco anos que dura o seu "Bloco de Notas" (記事簿), nome deveras criativo e original, faz alguma referência aos "casos" em que foi protagonista desde a sua saída do hemiciclo, nomeadamente o envolvimento no primeiro caso conexo ao caso Ao Man Long, relacionada com a companhia CSR-Macau, de que chegou a ser presidente, ou de uma eventual participação na empresa Reolian, ex-concessionária do serviço de autocarros entretanto falida. Não sei, não sei e não sei. Tudo mera especulação, e seja eu um cão se sei mais que alguém. Aliás, estamos a falar de quem mesmo? Susana Chou? Não sei quem é.

Na sua última entrada no blogue (qualidade em deterimento da quantidade, aparentemente), a ex-presidente do hemiciclo fala da "cultura dos afilhados" (契爺文化) vigente na Administração de Macau, e para chegar lá usa o pretexto do recente concurso de acesso à carreira de jurista, que foi notícia pelo facto de apenas um dos cerca de quinhentos candidatos inicialmente admitidos ter passado na prova escrita de conhecimentos, que segundo os candidatos ouvidos pelos orgãos de comunicação social, era "demasiado longo". Patati-patatá, isto aqui e aquilo lá, a senhora quer mesmo é chegar ao essencial de todo aquele paleio mais técnico, que é a existência de um sistema de atribuição de cargos na função pública através daquilo que na China continental é conhecido como "guanxi" (關係), e que conhecemos no ocidente por "nepotismo", e não havendo na China um Papa com sobrinhos para justificar o sentido específico deste termo, "favoritismo" (任人唯親). Este é um tema que me é especialmente caro, uma vez que por alturas da transição, quase que se dava um vendaval com os suspiros de alívio pelo fim dessa prática, atribuída exclusivamente aos portugueses, e corrente durante a sua administração. Não me vou expôr ao ridículo de negar que é verdade, mas pelo menos os portugueses tinham algum decoro, enquanto actualmente é "sempre a abrir", e há quem nem tenha papas na língua e se apresente como o filho deste ou daquela, o afilhado da outra, ou o irmão de não-sei-quem cuja merda cheira bem. Mas lá está, agora está bem, "é assim". Vocês é que não sabem fazer as coisas. E a sra. Susana Chou, está a pensar o quê? Não tem nada para nos dizer que já não estivessemos fartos de saber?

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