Ainda na linha da intolerância e do ódio contra as minorias. Um escritor saudita defende que se molestem as mulheres de forma a que fiquem em casa e não pensem em trabalhar. Abdullah Mohammed al-Dawood (na imagem), um nome que certamente faz com que se demore mais na alfândega do aeroporto (a aparência também não ajuda), iniciou na sua conta do Twitter uma campanha com vista a manter as mulheres sauditas em casa, de modo a “proteger a sua castidade”. E para o efeito molestá-las…bem visto. Al-Dawood ilustrou com uma obscura fábula do Islão sobre um guerreiro chamado Alzubair, que não queria que a sua mulher fosse rezar na mesquita, e resolveu disfarçar-se e atacá-la na rua, causando-lhe medo de sair de casa. As mulheres sauditas, as mais oprimidas do mundo, só recentemente foram autorizadas a trabalhar em lojas e no comércio, um pequeno progresso no sentido do país árabe sair finalmente da Idade das Trevas, mas que desagrada a alguns conservadores, como este indivíduo. Tratando-se aqui de um escritor e não de um humorista, o senhor deve estar mesmo a falar a sério, e por incrível que pareça (ou não, trantando-se de sauditas…) obteve inúmeras manifestações de apoio. Um dos seguidores de Al-Dawood foi mesmo ao ponto se opôr a uma putativa lei contra o assédio sexual no local de trabalho, alegando que “incentivaria à libertinagem consensual”. Claro, a primeira coisa que as mulheres sauditas se lembrariam assim que lhes fosse permitido andar na rua sozinhas era atirar ao primeiro gajo que lhes aparecesse pela frente. E ainda há quem pense assim neste planeta, que ainda por cima partilham connosco.
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