sexta-feira, 15 de maio de 2009

Sombras chinesas


Esta foi uma semana agitada no que diz respeito à sucessão de Edmund Ho no cargo e Chefe do Executivo no fim de 2009. Chui Sai On apresentou a sua demissão do cargo público que exercia na Terça-Feira, e Pequim aceitou. A imprensa em português dissecou o assunto, e meio mundo está convencido que o próximo CE é o ex-secretário. Na sua edição de hoje O Clarim assegurou em notícia de última hora que Ho Chio Meng se prepara para apresentar uma candidatura. Há quem defenda que o Procurador seria o candidato perfeito para resolver o problema da Justiça.

Outra notícia que apareceu hoje no Clarim e em mais lado nenhum, dizia que Pequim não tinha ficado contente com o timing da apresentação da resignação de Chui Sai On, porque homenageava ao mesmo tempo as vítimas da tragédia de Sichuan, logo no seu aniversário. No Hoje Macau uma reportagem (baseada numa votação num forum online, de poucas centenas de pessoas) demonstra que Chui Sai On “não é popular” (não é popular na internet, aparentemente), e não acredito que o sector democrata venha a ser simpático para qualquer um deles.

Tem sido um nunca mais parar de informação e contra-informação que me leva a duvidar se o sucessor de Edmund Ho já está mesmo escolhido. Não tenho qualquer ressentimento com Chui Sai On, nem com Ho Chio Meng. Qualquer um poderia ser ideal para CE. Mas o que não era muito positivo seria uma contenda política entre os dois. Seria como um duelo ao pôr-do-sol entre duas causas extremas. Para quem aposta na “continuidade”, Chui Sai On é o ideal. Quem não gosta de continuidade aposta em Ho Chio Meng. Só que a mudança é um mistério.

O silêncio de Pequim é bem acolhido por uns, e mau sinal para outros. A opinião de académicos de Hong Kong e afins também só tem ajudado a baralhar as contas. Inquéritos que tenho feito a familiars e amigos fazem-me concluir que será Chui Sai On o próximo CE. No entanto não os vejo muito preocupados com este desfecho. Se calhar não conheço os cento e tal cibernautas que têm uma opinião diferente.

Tem servido no entanto para a comunidade portuguesa/macaense aparecer. A imprensa chinesa não dá os mesmos gigabites de atenção ao assunto. Sinceramente sinto-me cansado em falar de candidatos étnicos. Aí resta-me concordar com o meu colega José Rocha Dinis, que esteve hoje na Rádio Macau com Carlos Picassinos e Ricardo Pinto a fazer um balanço dos dez anos de governação de Edmund Ho, e logicamente a conjecturar sobre o seu sucessor.

Quem elege o CE é Macau, através do colégio eleitoral, e quem é residente de Macau não tem que se preocupar, pois ninguém o manda embora. O melhor candidato é o que melhor defende os interesses de Macau. O resto é conversa.

1 comentário:

Anónimo disse...

O R.P. no seu melhor: chegou tarde e la começou a gaguejar num microfone avariado... Lindo