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Os blogues dos outros
Finalmente, está a chegar aí a tão ansiada moralização dos costumes – estará mesmo a chegar só agora? A sofisticação e a modernidade batem à porta. Faz-se temporariamente tábua-rasa do essencial, para atentar no supérfluo. Luzes da ribalta sobre a nicotiana. O que releva por agora é que a plantinha vai ficar mais cara na RAEM. E até nem discordo (por razões que para mim conservo). Porém, outros há que aplaudem a medida, mas com um fito muito próprio. Qual? Chatear o vício alheio. Porquê? Também não sabem bem. Mas eu ajudo: têm o vício da temperança (mas só aplicada aos outros), o da maledicência e a preocupação com o ancilar. No entanto, se me permitem, eu sei algo que vai chatear os núncios da purificação ainda mais: o maço de cigarrinhos só vai aumentar 3 lecas, mais coisa menos coisa. E um aumento de 60 milréis ainda se aguenta. Significa isto que o vício do cigarro está quase ao preço do falso moralismo. Os paladinos da temperança deveriam aproveitar e dar uma ou duas passas. Podia ser que acalmassem.VICI, MACA(U)quicesA Las Vegas Sands anunciou que irá despedir entre três a quatro mil pessoas nos seus casinos em Macau, na sua maioria não residentes. Adelson e seus compinchas, depois de arrancarem com projectos megalómanos, vêm-se apertados e toca a despedir pessoas que não têm culpa de os terem contratado. O que estes senhores não prescindem é dos seus jactos privados e das suas inscrições nos Macau Golf & Country Club. Eis um bom exemplo de uma gestão danosa.El Comandante, Hotel MacauPara Henry Kissinger - esteve ontem em Macau para participar numa conferência - a questão dos direitos humanos na China não se resolverá com pressões. O Nobel da Paz acredita que a evolução histórica se encarregará da situação. Kissinger, o mestre da Realpolitik, sabe melhor do que ninguém que os Estados Unidos estão fortemente dependentes da China e não se trata só de uma questão de mercado. Em período de grave crise económica, como quase implorou Hillary Clinton há uns tempos, é imperioso que a China continue a financiar a economia americana comprando a sua dívida. Um dia quem comprará a dívida moral dos Estados Unidos? Pseudo-Livreiro, A Leste da SolumO ministro Manuel Pinho provocou a risota geral. Aconteceu no Corte Inglês, em Lisboa, quando Pinho apareceu, no Dia da Mãe, a fazer compras de calções e de chinelos, segundo se lê no 'Correio da Manhã'. Mas o gozo maior de quantos viram o ministro, o tal que acabou com a crise antes de ela começar, foi a sua longa barriga sobre os calções. Uma barriguinha dificilmente conquistada à custa de muitos, variados e sacrificados almoços suportados pelo desgraçado turismo... João Severino, Pau Para Toda a ObraOs "democráticos" fizeram-na de novo. A maioria (qual multidão embrutecida?) do Parlamento Europeu votou uma proposta de alteração do regulamento que previa a chamada "regra do decano", segundo a qual cabia ao eurodeputado mais velho presidir à sessão inaugural. Ora, desta vez era Jean-Marie Le Pen, o incómodo político francês, conveniente encarnação do mal para a esquerda e os direitinhas politicamente correctos, seus inimigos figadais. Assim, "democraticamente", toca de alterar o regulamento de uma assembleia em função de um indivíduo concreto, eleito segundo as regras aceites por todos, apenas por alguns não concordarem com as suas ideias ou declarações. Não será necessário lembrar que se tal se tentasse aplicar a um político de extrema-esquerda, ou de outro quadrante político, isso seria um inaceitável ataque à Democracia. Mas, como é Le Pen o visado, tudo bem...Duarte Branquinho, Jantar das QuartasComeça a ser cada vez mais óbvio que Vital Moreira foi um tremendo erro de casting. Em cada debate que participa mostra a falta de qualidade da sua retórica, sim, porque fazer uso da mentira não é fazer bom uso da retórica. Em cada aparição pública acaba por meter os pés pelas mãos, seja a opor-se a Durão Barroso enquanto o PS o apoia, seja a pronunciar-se de forma, diria eu, incómoda em relação a Lopes da Mota ou a intrometer-se nos assuntos internos do partido no qual não milita. Com as sondagens a apontar um empate técnico com o PSD e com um Paulo Rangel que surpreende pela positiva, não sei se José Sócrates não se vai arrepender amargamente pela escolha que fez.Tiago Moreira Ramalho, Corta-FitasVital Moreira faz muito bem em tornar transparente os propósitos da esquerda europeia. Está até no seu direito de candidato em campanha eleitoral ser aqui e ali desonesto nos debates. Não é de mim que vai ouvir censuras moralistas, quando tem à sua esquerda muito pior. Mas há contradições que vale a pena assinalar. Deixo-vos aqui uma que notei. Vital é um estatista. A expressão deve ser interpretada da forma mais neutral possível. Quero apenas dizer que Vital Moreira reivindica mais Estado, na economia e noutros sectores da sociedade como a educação. Sonha com uma sociedade europeia em que o Estado e as organizações estatais constituem o grande agente de desenvolvimento e de integração social. Para logo de seguida reclamar mais e melhor cidadania. Ora é aqui que reside a contradição. Estatizar a sociedade gera consequências sobre os cidadãos. É preciso ver que uma cidadania assertiva, livre e orgulhosa pressupõe que os cidadãos não são peças do Estado. O Estado que produz, que regula, que controla, à escala que Vital ambiciona tem necessariamente de reduzir os "cidadãos" a "utentes", a objectos e destinatários do seu poder de produzir, regular e controlar. Por mais voltas que se dêem, um "utente" não é um "cidadão".Miguel Morgado, O Cachimbo de MagritteOntem no "Corredor do Poder" discutia-se a instalação de câmaras de video-vigilância no bairro da Bela Vista. Partidos à esquerda argumentavam contra, sublinhando que o reforço de medidas de segurança não é solução. Partidos à direita argumentavam a favor, referindo que as manifestações de delinquência têm que ser reprimidas por todos os meios e o resto é conversa. Uns e outros assumiam o discurso de esquerda e de direita com a convicção de quem sabe que está em palco a representar um clássico. Considerar que no caso da Bela Vista como noutros semelhantes as soluções de combate à delinquência habitualmente defendidas pela esquerda e pela direita não têm de se excluir uma à outra seria talvez sensato, mas politicamente incorrecto.Teresa Ribeiro, Delito de OpiniãoSe isto fosse a Inglaterra, já haveria sacas de carcanhol gasto em apostas quanto ao desfecho da novela Alegre, marcada para amanhã. Vai criar um partido ou ficar como voz solitária e independente? Vai ser outra vez candidato a deputado por um PS que não respeita seja fora ou dentro do Parlamento? Ou nem uma coisa nem outra, antes pelo contrário? Claro, se isto fosse a Inglaterra, há muito que se teria perdido a pachorra para o aturar.Valupi, Aspirina BVejo na SIC que uma escola do Pinhal Novo proibiu os decotes e as saias curtas. Diz que às vezes os docentes até faziam queixa das alunas. Diz também que a Associação de Pais "aplaude a decisão". Coisa curiosa e significativa. A escola proibe, os pais aplaudem. Sendo que os pais é que deviam proibir as meninas de sairem de casa naquelas figuras.Rodrigo Moita de Deus, 31 da ArmadaTento, em vão, alinhavar palavras e cumprir a obrigação. Mas não, hoje nada há a dizer. Vasculho os jornais em linha portugueses disponíveis. Desgraçadamente, só dou com noticiário de "encarte", com a crónica de esquadra de polícia, com candidatos a eurodeputados em luta por um salário à Santa Casa, umas linhas quase infantis de Mário Soares no DN, bem como farto palavrório sobre a missão de Bento XVI à Terra Santa. Não há nada. Aliás, não há nada a registar há muitos, muitos anos no rectângulo português europeu. Quando um dia, talvez daqui a vinte anos, perguntar ao João ou ao Nuno, que nasceram em finais da década de 90, o que de extraordinário lhes foi dado assistir em Portugal, dir-me-ão: nada. Há gerações sem história, como há países que se arriscam a perdê-la. Assim, entediado, procuro estímulo e aventura interior na leitura do admirável River of the Lost Footsteps, de Thant Mynt-U.Miguel Castelo-Branco, CombustõesAmanhã o sr. Sousa Pinto aterra no reino do sr. Jardim que o promete receber e braços dados. Antes disso terá certamente a oportunidade inaugurar mais uma obra já inaugurada e outra que ainda não foi pensada sequer. Aterrado enfim e com povo a saudá-lo, o Sr. Sousa Pinto lembrará a todos que o dinheiro do Sr. Jardim afinal é do governo e que o governo é o PS. E regressará ao Continente.Carlos Furtado, NortadasJesus já não vai para o Benfica. Terá dito "recuso-me a carregar essa cruz".
Mas tinha lógica Jesus no clube onde os adeptos melhor crucificam treinadores.João Moreira de Sá, Arcebispo da Cantuária
2 comentários:
Mais uma vez, o VICI disse tudo. Os cruzados dos tempos modernos andam aí em força. Não tarda muito que os bombeiros, tendo de decidir entre uma e outra, acudam mais depressa a um cigarro aceso do que a uma casa em chamas. É a demo-cracia do admirável século XXI.
Todos os artigos escolhidos pelo Leocardo são bons, mas concordo com o comentário anterior,e subscrevo totalmente o artigo do VICI, (aliás muito bem escrito). Abraço
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