A escolha do próximo Chefe do Executivo continua na ordem do dia em Macau, pelo menos na imprensa em português. Até ao momento apenas o ex-Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On, apresentou uma candidatura. Existe uma convicção mais ou menos forte de que o Procurador Ho Chio Meng avançará também com uma candidatura. O Clarim deu a notícia em primeira mão a semana passada, e o Ponto Final noticiava também durante esta semana que o Procurador se preparava para avançar.
Hoje O Clarim noticiava novamente com honras de primeira página que "Ho Chio Meng já terá apresentado a resignação", e que "Edmund Ho já teria sido informado das intenções do Procurador". O Ponto Final e o Hoje Macau não demonstram qualquer preferência (a esse respeito recomendo a leitura de "O optimista", o artigo de hoje de Carlos Morais José, edição electrónica não disponível), enquanto o JTM apoia de forma mais ou menos velada a candidatura de Chui Sai On.
Só para O Clarim o avanço de Ho Chio Meng é não só uma inevitabilidade, como uma urgência. O semanário da Igreja Católica apoia abertamente a candidatura do Procurador, e isso vem expresso não só na forma como a notícia é dada, como em alguns artigos de opinião. O Clarim faz lembrar o jovem que espera pela namorada há mais de uma hora, sempre com a certeza que é ela a próxima pessoa a virar a esquina. O "timing" ideal para a apresentação da candidatura - esta semana - passou, e há quem vaticine que o Procurador não vai afinal avançar (José Miguel Encarnação n'O Clarim, e José Rocha Dinis na Rádio Macau).
Existe uma convicção de que a eleição de Chui Sai On será "mais do mesmo", e a eleição de Ho Chio Meng - se a candidatura avançar mesmo - será uma lufada de ar fresco. Primeiro não acredito que a eleição do primeiro implique zero mudanças, nem acredito que o Procurador vá resolver os problemas estruturais da Justiça e meter os corruptos e os bandidos todos na cadeia. Nem um nem outro vão ser "maus" para ninguém, nem especialmente bons. No fundo trata-se de arregaçar as mangas, trabalhar para o bem de Macau e fazer andar com "isto" para a frente. As próximas semanas serão decisivas.
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