terça-feira, 16 de agosto de 2011

Concubinas: o símbolo do status na China


O sr. Jian, um empresário da construção civil de 42 anos de Shenzhen, já adquiriu tudo o que seu estatuto socio-económico lhe permite: um Mercedes-benz, uma coleção de peças de jade antigas e um duplex para a sua mulher e filha. É apenas natural, segundo o próprio, que há dois anos anos tenha iniciado outro passatempo caro: sustentar uma estudante de arte de 20 anos cujos afectos lhe custam 6 mil dólares (48 mil patacas) por mês. O sr. Jian, cujo nome completo não é divulgado de modo a proteger o seu casamento de mais de duas décadas, disfruta dos prazeres carnais com a sua jovem amante num apartamento "secreto" que adquiriu, e onde a menina vive, naturalmente. O equivalente moderno da concubina, que segundo o sr. Jian, "é um passatempo caro, como o golfe".

À medida que a China vai deixando as morais impostas pelo regime comunista e se entrega ao consumismo e aos luxos da economia de mercado, uma geração de novos-ricos começa a querer rivalizar com os imperadores, seus ancestrais, em termos de conquistas sexuais. Mesmo a expressão chinesa para amante, er nai, ou "segunda mulher", remonta aos tempos da China imperial. A julgar pelas embaraçosas revelações dos últimos meses, esta prática é bastante comum entre os empresários chineses e oficiais governamentais cujos ganhos, muitas vezes ilícitos, permitem-lhes manter uma ou mais amantes - muitas sustentadas através de fartas mesadas, apartamentos ou carros de luxo.

O mês passado Xu Maiyong, ex-vice-presidente da camâra de Hangzhou, Zhejiang, foi executado por corrupção e fraude, depois de se ter apropriado indevidamente de mais de 30 milhões de dólares. A sua alcunha era "Xu Ricaço", e a imprensa chinesa noticiou que tinha dúzias de amantes. Em Fevereiro último, o minsitro dos transportes Liu Zhijun, de 58 anos, foi demitido depois de notícias que teria desviado 152 milhões de dólares ao longo dos anos que ocupou aquele cargo. Uma directiva do Bureau de Propaganda Central revelava que Liu teria 18 amantes. Num dos casos mais chocantes, um oficial da província de Hubei foi detido em Dezembro último depois de ter estrangulado a sua amante - na altura grávida de gémeos - porque esta o queria obrigar a casar ou pagar-lhe 300 mil dólares.

O fenómeno tem causado preocupação entre os círculos políticos no continente. Confrontados com disputas legais entre as concubinas e os seus amantes pelo dinheiro, e a repulsa da opinião pública, o PC chinês está a tentar mudar o estatuto do casamento no país. O Tribunal Popular Supremo está a considerar uma interpretação mais abrangente da lei do casamento, de forma a reconhecer o concubinato. Dessa forma as amantes não terão direito ao dinheiro, propriedades e bens do patrono, mas os homens casados não poderão recuperar o dinheiro e presentes de luxo que ofereceram às mulheres, caso a relação não corra bem. Para combater esta situação, alguns governos provinciais têm encetado campanhas educacionais contra a torpeza legal, encorajando as mulheres a recorrer a outros talentos que não os carnais para sobreviver. Nesse sentido, oficiais da província de Cantão anunciaram em Março que meninas das escolas primárias e preparatórias vão frequentar cursos de "auto-estima".

Na verdade, existe uma indústria por detrás de toda esta imoralidade; em Abril último a polícia de Pequim desmantelou uma "agência de concubinas universitárias" que prometia estabelecer contactos entre estudantes e homens ricos pela módica quantia de 100 mil dólares por ano. Zhou Guanquan, professor de Direito da Universidade de Tsinghua, tenta identificar uma das origens do problema: "Quem anda a pé por Pequim o que encontra? Publicidade que diz coisas como 'compre um novo Audi, veja este Rolex, precisa de comprar roupa na Gucci'. Tais coisas são icomportáveis para o cidadão médio, mas tornar-se concubina apresenta-se como solução".

6 comentários:

Anónimo disse...

Nisso os muçulmanos são mais espertos,podem casar com várias mulheres ao mesmo tempo.

Leocardo disse...

Penso que no caso dos "tai-lou" chineses nem isso ia resolver o problema. Mesmo com várias mulheres iam querer ter amantes. É como comprar um par de sapatos, no fundo...

Cumprimentos.

Anónimo disse...

nisso os cristãos são mais espertos, podem andar com várias ao mesmo tempo e tempo e ser ou não casados com uma..
basta pedir desculpa a Jesus....

Anónimo disse...

São mais espertos sim até quando ficarem sem dinheiro para sustentar as amantes.

Anónimo disse...

Até eu gostava de ter dinheiro para a concubinagem. É bem mais estimulante do que jogar golfe.

Anónimo disse...

Mas podes fazer como o Tiger Woods,jogas golfe e tens amantes.