segunda-feira, 18 de maio de 2009

Racismo e burrice


O pai de Beyoncé, Matthew Knowles, que também é seu manager, acusou a revista TIME de "racismo", por não ter incluido a filha na lista das 100 pessoas mais influentes do mundo, publicada pela revista no início do mês. Pois acontece que tenho essa revista mesmo aqui à minha frente (eu leio a TIME, pensam o quê?), e o sr. Knowles deve andar febril. Os fãs de Beyoncé já sugeriram que a cantora devia mudar de manager, tal é o número de embaraços que já causou. Mas aqui nem isso serve de desculpa. Beyoncé não está incluída nesta lista, que para dizer a verdade, vale o que vale.

Além de Beyoncé não estão outras personalidades do mundo do espectáculo ou do desporto, como Danny Boyle, o realizador de "Slumdog Millionaire", o filme mais premiado do ano. No entanto constam da lista a produtora Tessa Ross e o músico A.R. Rahman, autor do célebre "Jai Ho". Falta por exemplo Cristiano Ronaldo, o melhor futebolista do mundo. Normal? Talvez, mas o seu antecessor, o brasileiro Kaká, estava na lista do ano passado. Não estão Usain Bolt, o homem mais rápido do mundo em terra, nem Michael Phelps, o mais rápido na água. Estão lá Rafael Nadal, Tiger Woods e Manny Pacquiao, mas faltam Lewis Hamilton, Kobe Bryant ou Alex Ferguson.

Os únicos repetentes de 2008 são Barack Obama, Hillary Clinton, George Clooney, Brad Pitt, Oprah Winfrey e o general paquistanês Ashfaq Kayani (!). Na política, além do presidente norte-americano e a primeira dama Michelle, fazem parte da lista o presidente francês Sarkozy, a chanceler alemã Angela Merkel, o primeiro ministro britânico Gordon Brown ou o presidente indonésio Susilo Yudhoyono, entre outros. Saíram da lista de 2008 o Dalai Lama, Vladimir Putin, Hu Jintao (entrou Xi Jinping), Kevin Rudd e, ironicamente, Sonia Gandhi, que se prepara agora para se tornar a primeira-ministra da maior democracia do mundo. Hugo Chávez e Lula da Silva não constam da lista de 2008 e 2009. Quer isto dizer que estas personalidades são agora "menos influentes"?

Pertencer a esta lista não significa que se seja um anjinho. Assim em 2008 estavam Muqtada al-Sadr e Baitullah Mehsud (líder da al-Qaeda no Paquistão), e este ano estão Joaquín Guzmán, um traficante de droga com a cabeça a prémio, ou Bernard Madoff, um dos maiores golpistas da História. Estes não devem ter comparecido ao jantar de gala que a TIME ofereceu para distinguir estas 100 personalidades.

O único músico na lista é John Legend (que por acaso também é afro-americano), e não percebo o que leva o pai de Beyoncé a pensar que a "música" e as macacadas em palco da filha têm algum valor que lhe possa valer o epíteto de "influente" em qualquer coisa. Talvez tenha pensado que o facto de Mariah Carey ter sido incluída na lista do ano passado significa automaticamente que Beyoncé entreve este ano, como a "diva" do momento.

Quanto às acusações de racismo, só pode ser mesmo uma piada de mau gosto. Das 108 personalidades distinguidas (algumas das menções são colectivas), 13 são negros, cinco chineses, quatro árabes, dois indianos, um armeno, um japonês, um indonésio, um filipino e um paquistanês. Isto para não falar dos dois mexicanos - Guzmán e Carlos Slim, o bilionário dos telemóveis. Ou seja, um terço deles não são brancos.

Essa de atirar com o racismo assim sem mais nem menos é um sinal de desespero, a arma dos fracos. Faz-me lembrar um episódio que aconteceu com um amigo meu aqui há dois anos, quando abriu uma emrpesa de publicidade nos arredores de Lisboa, e precisou de contratar 12 funcionários. Entrevistou mais de 50 pessoas, chamou seis homens e seis mulheres, dois deles de origem indiana. Às entrevistas apareceram dois negros, e um deles alegou "racismo" como razão para não ter sido contratado. Chegou mesmo a apresentar queixa a uma dessas associações para a "igualdade" e não sei que mais, que chegaram a fazer uma visita ao meu amigo, que precisou de se "explicar".

Agora pergunto eu: se eu for proprietário de uma empresa, não posso contratar quem muito bem me apetece? Se contratar doze louros de olhos azuis sou nazi? Se quiser contratar só homens, sou panilas? E só mulheres, tarado e violador? E só elementos da minha família, será nepotismo? O mesmo se aplica à TIME. Podem distiguir quem muito bem quiserem, e por acaso até nem concordo com muitas das nomeações (o inventor do Twitter está lá, mas Bill Gates não, enfim...), não aquece nem arrefece. E já agora isto servia muito bem aqui na Cidade do Santo Nome de Deus. Qualquer coisa que não nos dessem de mão beijada, pimba!, racismo. Só é pena que não existam cá as tais associaç-es. Ou daí talvez não...

7 comentários:

Anónimo disse...

De há uns tempos para cá é moda muitos pretos culparem sempre o racismo pelos seus insucessos. O que eles queriam era que lhes fosse tudo dado de mão beijada só porque são pretos. Ou seja, estes palermas, sem o saberem, é que são os maiores racistas à face da terra. Vão trabalhar, e verão que passam a ser como os outros, como muitos outros pretos sabem.

Anónimo disse...

Meus caros,

Racismo não deve ser admitido sob qualquer pretexto. Agora o que se verifica é o uso abusivo deste expediente de clamar "Racismo!".

Quanto às associações de que fala o Leocardo realço a que é dirigida pelo Sr. Fernando Ká, a qual, no início da década, aquando da chegada de russos e ucranianos a Portugal exigiu ao governo português que não os deixasse entrar porque estavam a tirar empregos aos africanos. Será isto racismo?

Anónimo disse...

Black Power é libertação, luta pelos direitos. White Power é nazismo, supremacia racial. Querem mais racismo que isto?

Anónimo disse...

"macacadas" da beyonce,

epa' cuidado leocardo que isso e' racismo :)

Anónimo disse...

os pretos são mesmo assim,ainda tem complexos inferioridade e armam-se em vitimas por tudo e por nada,aqui em portugal quando um policia vai atras de 1 preto aparecem mais 10 pretos e dizem que o policia é racista

Anónimo disse...

Parabens Leocardo! Parece que é um gajo popular entre os recalcados da Mocidade Portuguesa e os filiados do PNR. De qualquer forma era só para dizer que a Sonia Gandhi é líder do Partido do Congresso, mas o facto de ser italiana de nascimento torna inviável essa possibilidade que aventa da senhora se poder vir a tornar primeira-ministra. Manmohan Singh continuará a ser o chefe do governo...

Anónimo disse...

Para alguns hipócritas, dizer certas verdades politicamente incorrectas é logo sinal de se pertencer ao PNR.