A comunidade islâmica em Portugal está contra o projecto de lei do PS que visa distribuir gratuitamente preservativos nas escolas, noticiou o Público. O líder da comunidade islâmica em Portugal, David Munir (David?) alega que a iniciativa promove contactos sexuais entre os jovens, quando o Islão proíbe o sexo antes do casamento. A comunidade judaica aprova a ideia, e as Testemunhas de Jeová são "indiferentes", uma vez que a lavagem cerebral que fez aos seus crentes leva-os a acreditar que não pisam na bola antes de dar o nó.
Quem sugeriu este post foi o Leonidas, fiel leitor do Bairro do Oriente. Em primeiro lugar gostava de agradecer (tem sido muito cansativo actualizar o blogue ultimamente), e responder à comparação que faz com as afirmações do Papa Bento XVI quanto à questão do uso do preservativo. Em primeiro lugar esta posição do líder da comunidade islâmica é um exemplo de intolerância, e uma ingerência. Portugal não é um país islâmico, e o sr. Munir tem apenas que se preocupar em garantir que os 35 mil islâmicos no nosso país não caiam na tentação.
Contudo não posso fazer aqui uma comparação em termos de gravidade entre as afirmações do sheikh e as afirmações do Papa. O líder da comunidade islâmica não questiona aqui a eficácia do preservativo, e chama apenas a atenção para as regras da sua religião. Religião essa que, como deve saber, os maometanos levam mesmo a sério, e provavelmente o sr. sheikh deve só estar preocupado que a distribuição dos preservativos faça "confusão" nos seus crentes. "Então e eles podem?", perguntarão alguns jovens islâmicos. Se o Leonidas aceita tão bem as regras daquela tal escola cristã na América, devia perceber a preocupação do sr. Munir. Regras são regras, pois então.
O que o Papa fez é bastante mais grave. Questionou a eficácia do método mais utilizado e recomendado para a prevenção da propagação de doenças sexualmente transmissíveis, que nos países cristãos atingem números certamente pouco comparáveis com os dos países islâmicos. Sabe tão bem como eu que apelar aos católicos que se abstenham de ter relações sexuais fora do casamento é um disparate. O mesmo não se aplica aos islâmicos. Se o sr. Papa considera assim tão mau que se os católicos não cumpram com os mandamentos da sua Igreja, talvez deva aprender um pouco com o Islão. Na forma e no feitio.
Cumprimentos.
6 comentários:
Caro Leocardo,
Obrigado pelo seu post. Vamos então todos aprender com o Islão de onde chegam diariamente exemplos de tolerância, compreensão, respeito pela diversidade e direitos humanos e apoio ao próximo.
Cumprimentos
O deputado e candidato do PSD Paulo Rangel também não concorda com o método de distribuição de preservativos, e eu próprio duvido que o nosso país tenha atingido a maturidade para encetar um projecto destas caracteríticas. Já estou a ver os pubescentes a brincar com as camisinhas e a fazer "balões", e não acredito que os que não usavam antes vão passar agora a usar. Mas isso não tem nada a ver com religião.
Mais uma vez obrigado e cumprimentos.
Caro Leocardo,
Mais uma vez esteve à altura da provocação. Teve uma bela resposta embora se pudesse continuar por aqui fora e falar do respeito pelas regras devido à sharia e mais não sei o quê. Mas para que? Você posta bem e responde bem.
Cumprimentos meu caro e bom descanso.
Eu acho bem
Uma das principais vantagens sabem qual é? o dinheiro que se poupa! Pois, mas é que parecendo que não, uma caixa de preservativos não é assim tão barata, e os que são mais activos sempre vão poupando uns tostões nestes tempos de crise.
Além disso, concordo também por ser uma tentativa de mostrar aos jovens a importância de usar preservativo.
Completamente de acordo que se distribua os ditos perservativos pelas escolas, a comecar por Macau que uma enorme percentagem de jovens tem relacoes anais para nao engravidar e para evitar o SIDA!!!...mas obviamente deveria existir no minimo aulas extra curriculares sobre educacao sexual...se eles nao aprendem por quem devem aprender, eles vao descobrir por outros que nem sempre, ou melhor, quase nunca dao a informacao correcta....em casa os paizinhos deviam tambem abordar o assunto sem tabus...os tempos sao outros....antes nao havia a sida, hoje existe, ou a hepatite C, etc, etc
E a seguir também vai querer que se proíba nas escolas a estorinha dos três porquinhos, como já aconteceu em escolas do Reino Unido? Esta era uma boa altura (se Portugal tivesse um governo à altura) de lembrar o senhor Munir que Portugal é um país constitucionalmente laico e que assim vai continuar. Quem não gosta, que regresse para o lugar de onde veio.
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