- A Noruega conseguiu a vitória mais folgada de sempre na Eurovisão, e um recorde de pontos: 387. A Noruega recebeu os 12 pontos de 16 países, outro recorde. Quando ainda faltava saber a votação de 11 jurados, "Fairytale" de Alexander Rybak já era a canção vencedora.
- Não gostei da interpretação portuguesa. A canção era boa, mas os Flor-de-Lis pareciam estar com excesso de confiança. Já tinha ficado demonstrado na
meia-final de terça-feira, onde mesmo assim só se qualificaram para a final de ontem num oitavo lugar entre 18 canções.
- Patricia Kaas, a representante da canção francesa, cantou com a graça de uma viúva com prisão de ventre a tentar evacuar. Muito longe vão os dias do lindíssimo
Une Fille de l’est. Foi pena.
- Foi a noite das mulheres bonitas. Grande destaque para as intérpretes da Islândia, Albânia, Ucrânia, Turquia, Reino Unido e principalmente
Aysel Teymurzadeh, do Azerbeijão. A azeri ganha o prémio de bombom do concurso.
- O momento mais deprimente da noite foi a interpretação da canção da casa,
“Mamo”, de Anastasia Prikhodoko. O dia da mãe foi a semana passada, mas a Rússia não quis deixar mesmo assim de render a homenagem. A canção – em russo e ucraniano – fala de uma mulher que perde o seu primeiro amor, e desabafa com a mãe. No "background" da interpretação passava um vídeo onde se via a cantora a envelhecer progressivamente, aparentemente até se transformar na própria mãe. Tétrico.
- Quando pensamos em música grega, pensamos em Demis Roussos ou Vangelis. No entanto para o Festival a Grécia insiste em levar música disco. Desta vez o intérprete foi o ex-ginasta olímpico Sakis Rouvas, com
“This is our night”. Era um dos favoritos para o pódio, mas não passou do 7º lugar.
- A Turquia voltou a apostar na
dança do ventre, e a Moldávia e a Croácia voltaram a apostar na vertente étnica. Mau para o telespectador, mas a julgar pela votação, os indígenas e seus vizinhos gostaram.
- A cantora
Chiara representou Malta pela terceira vez, e pela terceira vez ganha o prémio de “gordinha da noite” (seguida de perto pela nossa Daniela Varela). Apesar da sua excelente voz, Chiara já não consegue convencer o júri, e o 22º lugar é prova disso. Longe vai o tempo em que Ciara conseguiu um 2º lugar, em 1998. Chegou a altura dos malteses apostarem noutro cavalo.
- A Alemanha, que tem conseguido classificações medíocres nos últimos anos, tentaram um "gimmick" com a presença em palco da "stripper" norte-americana
Dita Von Teese. A gracinha valeu a censura da organização russa, e o resultado não foi o esperado: um fraco desempenho, com o 20º lugar.
- O Reino Unidos conseguiu a melhor classificação dos últimos anos, um 5º lugar com "It's my time", da lindíssima
Jade Ewen. E que grande voz, também. Um tema composto por Andrew Lloyd Webber, que recebeu pontos de quase todos os países, mas apenas pontuação máxima da Grécia.
- Fico contente por não ser mais o pirosérrimo Eládio Clímaco a fazer os comentários do Festival na RTP, mas este novo apresentador cujo nome agora me falha é da mesma escola. Foi patético vê-lo a pedir pontos para Portugal durante a votação.
- E por falar em votação, o novo sistema de 50% televoto/50% júri não parece estar a dar os resultados desejados. Assim as vizinhanças e as amizade voltaram a influenciar a votação. A Espanha recebeu 12 pontos de Andorra (os únicos), a Grécia recebeu 12 pontos do Chipre, a Roménia 12 pontos da Moldávia e vice-versa, os países bálticos e escandinavos voltaram a votar uns nos outros e os emigrantes turcos estiveram especialmente activos na França, Suíça, Bélgica e Reino Unido. Portugal deu 12 pontos à Moldávia, o que provavelmente quer dizer que as empregadas moldavas andaram a usar o telefone dos patrões para votar.
1 comentário:
Já que se continua a fazer este triste espectáculo da Eurovisão, que fosse pelo menos com júris imparciais a votarem. O sistema de votação popular, mesmo que seja só 50%, não deixa de ser uma grande anedota, com patriotismos bacocos a sobreporem-se à qualidade como principal critério para votar.
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