Uma forte explosão na sede do jornal VG, no centro de Oslo (Noruega), obrigou esta sexta-feira à evacuação da sede do Governo. O primeiro-ministro norueguês não estava no gabinete - encontrava-se numa festa da Juventude do Partido Trabalhista na ilha de Utoya, onde, na mesma altura, um atirador (disfarçado de polícia) disparou na direcção do político, situação de que resultaram quatro mortos, embora várias testemunhas apontem no sentido de mais de 20 vítimas.
Jans Stolgtenberg encontra-se agora em local incerto e confirmou que se encontra bem, mas não irá divulgar a sua localização por questões de segurança. O governante afirmou, inclusive, que a "situação é muito séria" e já agendou uma reunião de emergência do executivo.
Fontes oficiais falam da existência de nove mortos e de, pelo menos, 15 feridos, dois em estado muito grave, no somatório dos dois incidentes. Contudo, com o passar dos minutos, tudo aponta no sentido destes números não refletirem com exatidão aquilo que se passou em Oslo.
Entretanto, as autoridades norueguesas já confirmaram que existe uma ligação entre o atentado na baixa e o tiroteio na ilha de Utoya, sendo que o atirador já foi detido. Segundo vários relatos, trata-se de um homem de cerca de 1,90 metros, louro e que fala fluentemente norueguês.
A polícia confirmou, por outro lado, que a explosão no centro da capital foi causada por uma bomba, noticiou a agência norueguesa NTB.
A TV2 afirma que já foram feitas duas detenções e um carro, alegadamente armadilhado, terá sido apreendido no aeroporto no âmbito deste atentado.
A explosão em Oslo partiu vidros em vários prédios na área da baixa da capital norueguesa, espalhando detritos e fumo pelas ruas.
As autoridades pediram aos habitantes e turistas que se encontram em Oslo para permanecerem em suas casas/hotéis até amanhã.
Entretanto, e segundo o "The New York Times", o grupo islâmico Ansar Al Jihad Al Alami reivindicou, em comunicado, a autoria dos ataques terroristas ocorridos.
Depois de inicialmente ter sido veiculado a hipótese de o atentado estar ligado a grupos islâmicos, nomeadamente a Al-Qaeda, novas informações apontam para que se trate de um caso de "terrorismo interno". O autor dos atentados, entretanto detido, deverá mesmo ser norueguês (é loiro, tem 1,90m e domina a língua), tem cadastro e conta ainda com ligações à extrema-direita. Tem 32 anos, de acordo com a TV2.
ReacçõesEntretanto, o presidente do Conselho Europeu condenou a "cobardia" do atentado à bomba e os Estados Unidos ofereceram ajuda à Noruega.
"Condeno os actos de cobardia para os quais não há qualquer justificação", declarou Herman Van Rompuy, afirmando, em comunicado, estar "profundamente chocado".
Rompuy acrescentou ter "enviado uma mensagem de condolências e de solidariedade da UE ao primeiro-ministro Jens Stoltenberg e a todo o povo norueguês".
O presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, também condenou o atentado. "A Noruega prestou bons serviços em prol da paz nas regiões mais instáveis do planeta. A última coisa que merece é um atentado terrorista no seu território", declarou.
Também os Estados Unidos condenaram a explosão na zona de edifícios governamentais no centro de Olso e o tiroteio que se seguiu, pouco depois, nos arredores da capital na ilha Utoya. Washington acrescentou estar pronto a fornecer ajuda à Noruega se necessário.
"Condenamos estes atos de violência odiosos", declarou à AFP a porta-voz do departamento de Estado Heide Bronke Fulton.
O presidente da Comissão Europeia dirigiu também uma mensagem de condolências ao primeiro-ministro norueguês, afirmando-se chocado e surpreendido com "um ataque desta magnitude".
"Foi com o maior choque que observei os acontecimentos ocorridos em Oslo esta tarde (...) Um ataque desta magnitude não é algo que se pudesse esperar na Noruega, conhecida por ter paz em casa e levar a paz além fronteiras", escreveu Durão Barroso na mensagem enviada a Jens Stoltenberg e divulgada em Bruxelas.
Apontando que ainda têm de ser conhecidos os detalhes dos eventos, Durão Barroso lamentou que já esteja confirmado que houve mortos e feridos graves, expressando por isso as condolências "às vítimas e famílias deste vil ataque".
Já o presidente francês, Nicolas Sarkozy, apelidou os acontecimentos desta sexta-feira de "inaceitáveis" e apresentou também condolências, tal como o primeiro-ministro britânico, David Cameron, que usou o termo "atroz.
Agências