1) Respeitável cronista d’O Clarim, o jornal da Igreja Católica, assina esta semana um artigo intitulado
Cuspo para o chão ou furo a fila, que vem na senda de algumas discussões sobre o civismo, quem o tem, quem o não tem, quem acaba “contagiado”, e tece ainda algumas considerações sobre as diferenças culturais entre chineses de Macau e chineses da China continental. Muito interessante, o artigo, mas a certa altura o autor diz que
"Mas se olharmos com atenção, nem tudo é assim tão linear: quando vamos a uma repartição pública, por exemplo à sede dos Correios de Macau, que fica ali mesmo no centro, vemos os utentes alinhados em filas ordenadas, pacientemente esperando pela sua vez sem tentarem passar à frente de quem quer que seja.(...) Depois de vermos as pessoas muito ordenadas nos Correios (ou em qualquer outra repartição pública) deparamos com as mesmas pessoas na paragem do autocarro a empurrarem-se e a passarem à frente de tudo e de todos para entrarem dentro do transporte público". Acrescentando depois que se trata de um comportamento deplorável, sim senhor, não podia estar mais de acordo. Mas será que a culpa é mesmo das pessoas? É que enquanto nos serviços públicos as regras são claras, nas paragens de autocarro não existem regras. Enquanto nas repartições públicas existem filas específicas para determinados serviços, senhas de atendimento e tudo mais, nas paragens de autocarro passam várias carreiras e nem toda a gente toma a mesma, pelo que não há forma de saber quem chegou antes e para quê. Só uma pequena observação, e espero não estar a ser chatinho.
2) Ainda na imprensa, e agora no Hoje Macau, a jornalista Vanessa Amaro entrevista o tradutor-intérprete Gregório Rocha. Achei a história deste jovem absolutamente fascinante, mas fiquei sem perceber a idade dele. Em jeito de enigma, ficamos a saber que tem 39 anos de vida “tripartida” por Hong Kong, Brasil e Macau. A seguir é-nos dito que chegou a Macau “nos anos 90”, com 16 anos. Começa-se a tornar mais complicado a partir do momento em que o próprio Gregório que “chegou aqui depois do Brasil ter sido tetracampeão”, ou seja, em 1994. E chegou de Hong Kong num jetfoil atribulado, que demorou “três horas”. Ora se em 94 chegou e tinha 16 anos, agora deverá ter, vejamos, 16+16...32? Epá não sei, já não digo nada. Se calhar foi isso mesmo que ele disse, e não há lá intimidades que levem a notar a discrepância, e pronto, tudo isto sem aspas a não ser nas citações do entrevistado. Mas não queria fazer disto o meu cavalo de batalha, mas será que foi apenas um pequeno erro quanto a um dístico? Seria 32 e não 39? À consideração de V. Exas.
6 comentários:
Concordo com o Leo. Um bom artigo. Uma coluna que sempre gostei.
Quanto ao problema do comportamento, não se educa uma população tão grande de um momento para o outro e com palavras mansas. Severas multas ajudarão a resolver o problema. Tipo Singapura.
AA
Deves ser amigo do menino Eloy, deve...
És tão estúpido, Leo, que até dás pena!!!
Sou tão estúpido que não percebo como alguém que tinha 16 anos em 1994 tem agora...39 anos. Parece que toda a gente se engana, ou não? E às vezes os enganos dão lugar a mal-entendidos, ou não? Mas já vi que existe potencial em contar uma boa história, pois então. Agora só falta alguma experiência, pois não?
Cumprimentos
PS: Não sou amigo do Eloy, mas achei piada à controvérsia - que não foi segredo nenhum, vinha no jornal. Ora não?
Obrigada pela correcção! E também por estar atento ao meu trabalho. Realmente são falhas a evitar. Mas quando se confia plenamente nas palavras do entrevistado, pode haver alguns equívocos. Abraço!
O Eloy o que? Andou a mandar bitaites numa noite de fados no Santos e o marinheiro correu com ele e depois o Eloy foi de mansinho na festa de aniversário do Santos, quando ficou mais de uma hora à porta antes de entrar e pedir desculpas para depois poder realizar o seu filmezinho que entra num concurso qualquer da CPLP? Por acaso eu nao sabia disso...
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