sexta-feira, 17 de abril de 2009

Os blogues dos outros


Ontem, por ocasião do aniversário do falecido Kim il Sung, os altares da Coreia do Norte encheram-se de Kimilsungia e Kimjongilia. As recentes confissões de um médico hematologista japonês que assistiu o tirano nos derradeiros anos de vida, revelam os arcanos mais perturbadores. Kim il Sung - tal como Tito da Jugoslávia, que bebia leite de rena e recebia hormonas de macaco para ludibriar a morte - recebia contínuas transfusões de sangue retirado de virgens, velha crença que pouco terá evitado o atalhar do inapelável veredicto biológico. É desta gente que se nutriu a esquerda planetária ao longo de décadas. Aqueles que haviam decretado a morte de Deus, brincando como impotentes mágicos, entregues à charlatanice de ervanária em busca da vida eterna para cá da morte. Nem Mary Shelley teria ido tão longe.

Miguel Castelo-Branco, Combustões

Ao abrigo do Plano de Comparticipação Pecuniária, o Governo de Macau vai distribuir 6000 patacas pelos Residentes Permanentes e 3600 pelos Não Permanentes. Trata-se de um aumento de 20% em relação ao ano passado. Aposto que as vendas de telemóveis e bens do género vão sofrer um novo aumento exponencial…

El Comandante, Hotel Macau

A informação já era esperada. Digamos até, oficial. O crescimento da China este ano iria deixar a desejar perante outros anos. E daí a mensagem de "não esperem que seja a China a resolver a crise actual". Seguida de outra mensagem uns dias depois, a dizer que a China já está a recuperar... para ver se a economia mundial também avança. De qualquer forma, o crescimento este ano vai continuar a ser muito bom se tomarmos em consideração o resto do mundo. A crise não se vê? Em Pequim é dificil avaliar o impacto no resto do país. Porém, desde há umas semanas, meses, o número de pedintes em Pequim cresceu a olhos vistos. E modificaram-se daqueles quase "profissionais" que todos os dias pedem dinheiro à porta das Embaixadas, ou antes, nos bairros onde se concentram muitas Embaixadas. Agora, vê-se em todo o lado gente a pedir até ao episódio no outro dia à noite, onde num restaurante humilde mas bem famoso na capital por ter uns dos melhores "jiaozi" (dumplings) da área, entram duas senhoras em plena hora de ponta do jantar no estabelecimento e seguem para as mesas a pedir dinheiro. Claro que a cena não durou muito e alguns nem terão reparado por estarem longe da porta. Chegou o manager e empurrou as duas para a porta. Perante a dificuldade delas sairem, ele decidiu ser mais bruto mas visto que uma das senhoras tinha pelo menos 60 anos, lá acalmou perante a ameaça dela começar a gritar. Puseram-nas na rua e o manager acabou por lhes dar uma esmola. Há qualquer coisa do sistema socialista que não está a funcionar. No restaurante, uma boa refeição para duas pessoas custa 30 Renminbi, cerca de 4 euros.

Maria João Belchior, China em Reportagem

- Para Sarkozy, Zapatero não é muito inteligente, pois copiou-lhe a ideia do modelo de televisão pública - o governo espanhol vai acabar com a publicidade na televisão estatal.
- Para Sarkozy, Obama é um homem inteligente, carismático, mas sem experiência política e sem opinião sobre vários temas.
- Para Sarkozy, Angela Merkel, inicialmente relutante em lançar medidas de incentivo à economia alemã para fazer face à crise, quando se deu conta do estado dos bancos e da indústria automóvel "colou-se" às medidas do presidente francês.
- Para Sarkozy, Durão "Burroso", esteve totalmente ausente do G20. Por minhas palavras, é um líder fraco.
- Para Sarkozy, o importante em democracia é ser reeleito. E como exemplo, Sílvio Berlusconi que já foi reeleito 3 vezes.
Tudo isto foi dito num almoço informal com deputados e senadores do seu partido, organizado para discutir a crise e a última reunião do G20. O grande líder é cá um maledicente. Nem a democracia escapa.


Pseudo-Livreiro, A Leste da Solum

Esta noite tive um pesadelo. Estava a entrevistar o primeiro-ministro José Sócrates. De repente, o engenheiro não gostou de uma pergunta sobre o Freeport, levantou-se da mesa aos gritos para mim, insultou-me e chamou os assessores que me mandaram prender. Só me lembro que o sonho descambou para a batatada com os assessores... que raio de sonho. Mais valia ter sido com a Cicciolina, não acha João Miguel Tavares?...

João Severino, Pau Para Toda a Obra

"Nós, europeus", proclama o cartaz de propaganda de Vital Moreira às eleições para o Parlamento Europeu. Grande "europeu", este ex-ponta de lança do mais raivoso estalinismo do PCP de Álvaro Cunhal, inimigo declarado da democracia representativa, apoiante do cerco à Assembleia Constituinte, opositor ferrenho da entrada de Portugal na CEE e defensor sonoro da "Reforma Agarra" e da colectivização da propriedade em Portugal. Agora, trinta anos depois, é ver este antigo cantor de loas ao comunismo soviético, o "menino de ouro" vermelho do PREC, todo respeitavelmente grisalho, todo coladinho ao PS socratista, todo a favor de Bruxelas, todo pelas Europas. "Nós, europeus"... pois, pois. Já te tirámos a matrícula há muito tempo, ó Vitalzinho.

Victor Abreu, Jantar das Quartas

«Louçã acusa BES de receber dinheiro de Pinochet» Contudo tanto quanto se sabe José Eduardo dos Santos está vivo e o seu dinheiro anda por aí. Mas dado o interesse do BE pelo dinheiro de ditadores corruptos já defuntos pode aproveitar para perguntar onde está o dinheiro de Arafat?

Helena F. Matos, Blasfémias

Veio o doutor morte, Ludwig Minelli, há dias defender aos microfones da BBC o suicídio assistido também para pessoas que, não sendo terminais, sofram de doenças psíquicas ou estejam limitadas fisicamente. E para pessoas saudáveis que pura e simplesmente queiram deixar este mundo. Diz ele que o suicídio é “uma maravilhosa, maravilhosa possibilidade dada ao ser humano”. É mesmo um direito humano. Um direito que deve ser encarado como “escape das situações que não podemos alterar”. Mas nisto não há nada de maravilhoso. Nisto há é muita soberba - daquela “soberba da vida” de que fala São João na sua primeira Carta. A soberba está tão enraizada em nós que – parece que foi Santo Agostinho que disse – ela morre 15 minutos depois de nós! Se vemos alguém morrer, seja o nosso mais querido familiar ou o mais total desconhecido afundado num tsunami, terramoto, incêndio, desastre ou cancro... choramos. Choramos a morte e pedimos a vida. Fugimos da morte e corremos atrás da vida. Mas quando morrer aparece aos olhos da nossa imaginação como fuga ao que não queremos ou não podemos encarar, então ela é bonita, é “maravilhosa”. Parece-nos aceitável. Soberbos. Cobardes. O que não aceitamos é ser derrotados. O que não aceitamos é relativizarmo-nos. Mas o antídoto para isto não é o suicídio. Felizmente, “contra a soberba, a humildade”. Que alívio saber que há solução.

Isabel Teixeira da Mota, Corta-Fitas

Esta manhã vi o Marco Paulo na televisão a dizer que ontem à noite estava a dar um concerto, numa terrinha qualquer, e que quando começou a cantar o "Nossa Senhora Me Dê a Mão", as nuvens abriram-se a apareceu o sol. Penso que temos entre mãos o motivo que nos faltava para o internamos. Para todo o sempre.

Apipocamaisdoce, A Pipoca Mais Doce

Parece-me evidente que uma pessoa que tem um espaço de opinião que assina com o seu nome tem todo o direito de falar ou escrever sobre o que bem entender. Esse direito não diminiu se resolver empenhar-se numa causa em que tenha interesse pessoal - directamente ou por via do primo, da namorada, da participação accionista, sei lá eu. A opinião não está sujeita às regras do jornalismo, como se sabe. No entanto, a opinião - e o interesse do seu autor na posição que defende - também podem ser objecto de notícia. Só faltava não se poder revelar que fulano que "veste a camisola" de uma situação concreta tem uma ligação afectiva ou familiar ao assunto! Este conhecimento não retira força aos argumentos do opinion maker, mas dá ao leitor a possibilidade de os digerir como bem entender. Arrepia-me constatar que há quem defenda a criação de cortinas de silêncios politicamente correctas, excluindo o público mas alimentando o can-can das redacções.

Cristina Ferreira de Almeida, Delito de Opinião

O acidente ocorreu na cozinha do restaurante medieval do Castelo de Ourém onde D. Guilhermina fritava peixe. Foi em 29 de Setembro do Ano da Graça de 2000 que a visão se interrompeu pelos ressaltos do óleo. Os médicos consideraram os danos irreversíveis mas a D. Guilhermina e os familiares sabem que há um médico no Universo capaz de fazer o que nenhum outro consegue. Na noite de 7 para 8 de Dezembro de 2000, duas novenas depois de os amigos e familiares suplicarem a cura, D. Guilhermina foi para casa e, já no quarto, antes de se deitar, evocou D. Nuno com uma oração mental e beijou a imagem do beato. Benzida, certamente. De repente passou a ver. Ligou a televisão para se certificar. E viu. Confirmou-o o filho, Carlos Evaristo, um estudioso e devoto dos milagres de Fátima, director da Fundação Histórico-Cultural Oureana, que também explorava o restaurante, agora fechado porque o ramo dos milagres está florescente e o negócio da restauração vai mal.

Carlos Esperança, Diário Ateísta

No limite, o que Fernanda Câncio defende, ou preconiza, é tão só isto: todo e qualquer assunto que esteja a ser objecto de investigação judicial, e logo em segredo de justiça, não deve ser investigado jornalisticamente. Ou, como ela refere, deve-o ser por jornalistas «independentes». Convinha que a jornalista Fernanda Câncio explicasse o que é, neste caso, um jornalista «independente» (presume-se que ela se considere um), sob pena de suspeitarmos que, para a Fernanda Câncio, um jornalista «independente» é aquela que investiga não investigando, porque o objecto da sua investigação está, lá está, em segredo de justiça. Escusado será dizer que esta ideia, não sendo peregrina, é perigosa e poria em causa um dos pilares de qualquer democracia: o do escrutínio público servido pela liberdade de imprensa.

Carlos do Carmo Carapinha, Contra a Corrente

na notável Europa (do fraco Barroso), quase sempre sem política global e coerente, a Economia é acima de tudo uma técnica e uma arte ("policy science"), que a realidade social contraria em abundância. Curiosamente, os paradigmas foram-se de vez, sem um único queixume. E nem mesmo os (agora convertidos) novos-keynesianos passam no "teste do mercado" e podem (rapidamente) "salvar o capitalismo dos capitalistas". Quem assiste aos inenarráveis estudos sobre a crise pelos modernos sábios convertidos à coisa pública, só pode sorrir ... de enfado! Afinal Marx manda sempre "lembranças". Por sua vez, na morada do sr. Obama a resposta (por duvidosa que seja) é diferente. Enquanto ali existe voz e comando único capaz (!?) de inverter o (im)possível, na Europa do dr. Barroso há lassidão, incúria e mediocridade. Não por acaso, o dr. Barroso foi de novo entronizado chefe dessa escola. Por cá e por essa extraordinária Europa.

Masson, Almocreve das Petas

Oiço na TSF que Jorge Sampaio vai hoje a um Fórum Novas Fronteiras declarar o seu apoio a Vital Moreira. Diz a jornalista, visivelmente impressionada, “é a primeira vez que Jorge Sampaio, desde que deixou Belém há três anos atrás, tem intervenção político partidária”. Até eu fiquei impressionado. Que fantástico candidato será este que moralmente obriga Jorge Sampaio a deixar a reclusão? Depois acrescenta a jornalista “à excepção das eleições intercalares em Lisboa” e avisando “sem nunca se ter remetido a um silêncio absoluto”. Intercalares e Europeias. Em três anos. Dois actos eleitorais, dois apoios públicos, duas intervenções. Sim. É a primeira vez que ele lá está desde a última vez que lá esteve.

Rodrigo de Moita Deus, 31 da Armada

Como soube que acabou o sigilo bancário faço questão de revelar a todos que o meu saldo é de 3,77€

João Moreira de Sá, Arcebispo de Cantuária

2 comentários:

Pseudo-livreiro disse...

Obrigado pela referência. Cumprimentos

jorge vicente disse...

grande pesquisa!!!!