sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Os blogues dos outros


... não há legislação de substituição ainda mas hoje acaba o período especial dado aos jornalistas estrangeiros durante os JO. Não se sabe ainda o que vai acontecer. Apenas que agora ninguém pode alegar que viajou até ao interior para fazer uma entrevista porque a regra assim o permite. Ou seja, agora viajamos na mesma... mas sem a "protecção" que antes havia... Enfim, vai ficar tudo na mesma. Pelo menos aqui na minha redacção de dois por dois metros.

Maria João Belchior, China em Reportagem

A Tailândia e o Camboja disputam militarmente uma pequena faixa de terra onde se situa o templo khmer de Phra Vihar (em khmer Preah Vihear). Lendo os jornais portugueses acessíveis em linha, espanto-me a cada passo pela tremenda falta de balizamento conceptual com que os senhores jornalistas, muito afeitos a um "Direito Internacional" feito à imagem das ideias ocidentais de fronteira e soberania, encaram esta luta fronteiriça. Sei que em Portugal os estudos orientais são coisa para meia dúzia de sábios, que estes jamais são consultados pelos governantes para exprimir, educando, como funcionam as relações entre Estados tributários da doutrina budista e que há muito menino armado de mestrados em Rel. Int. que, nada sabendo nem querendo saber, dispara as mais absurdas análises.

Miguel Castelo-Branco, Combustões

O Orçamento de Estado, e o governo deste país, estão nas mãos de uns sinistros e de uns pascácios que ontem andaram a falar ao povo pela televisão e pela rádio em horário nobre, sobre uma pen que não abria, ou que ainda não se podia abrir, ou o raio que os parta a todos com o Magalhães enfiado pelas cabeças deles abaixo. E abstenho-me de dizer o que podem fazer com a pen.

Victor Abreu, Jantar das Quartas

Nos distritos de Lisboa, Porto, Aveiro, Braga, Setúbal e Leiria os comerciantes dos centros históricos já podem começar a arrumar a trouxa e pensar em fechar a porta dos seus estabelecimentos tradicionais. A Direcção-Geral de Actividades Económicas, na continuação de uma política de destruição de tudo o que é tradicional, acaba de autorizar a construção de 10, não, 20, não, 30, também não, 40 centros comerciais, não! Autorizou vergonhosamente a construção de 57 centros comerciais...

João Severino, Pau Para Toda a Obra

Uma lástima a prestação nacional ontem em Braga contra a Albânia. O problema é que tratando-se de uma selecção de jogadores, esta está longe de ser uma equipa, não possui um sistema de jogo. Do que eu estou certo é de que o futebol não se joga de fato e gravata, e que por mais que se deseje, um treinador “de bola” não é um “gestor”. O que é mais trágico, é que com a saída de jogadores como Figo ou Rui Costa a selecção perdeu liderança dentro do campo.... e com a chegada de Queiroz perdeu-a no banco.

João Távora, Corta-Fitas

No empate com a Albânia, ganhou o demónio. O rosto de Carlos Queiroz, na segunda parte da segunda parte, vendo o azar a encher o campo, era o de um autêntico possuído – ou encavado, é escolher que o coitado não está em condições de se importar. Depois do jogo nem apareceu para as declarações da praxe à TV, nem ninguém por ele, um técnico ou anjo. Também não apareceu jogador. Apareceu o demónio, sempre pronto a ocupar os espaços donde a palavra está ausente.

Valupi, Aspirina B

Toda a operação Magalhães é um colossal processo de team building que visa minimizar críticas, maximizar consensos e unir alunos, pais, professores e governantes numa mesma equipa. Para o ano há eleições. Nós portugueses temos uma grande tradição de team building. Quando a coisa envolve crianças e funcionários públicos há duas instituições que vêm logo à memória: a União Nacional e a Mocidade Portuguesa.

João Miranda, Blasfémias

Esta malta “contemporânea” levou porrada pra caraças. Alguma alguma porrada era justificada: boa parte das cenas não funcionava. Mas, vamos lá ver, metade das cenas dos Gatos também não funciona. E, na maioria dos casos, os “Contemporâneos” levaram porrada porque eram “aqueles que ousaram pensar que podiam substituir os Gatos”. Em Portugal, é sempre assim: só há uma Amália, só há um Eusébio. Toda a gente idolatra os “Eusébios” do humor, e depois esquece o “resto”. E esse "resto" merecia respeito, logo à partida, por ter a coragem de entrar naquele horário na Era pós-gato na RTP. Mais: neste momento, é o "resto" é melhor do que os Gatos.

Henrique Raposo, Atlântico

naquela manhã de outono acordou com o telefone a tocar. do outro lado, uma voz rouca anunciava-lhe a contratação para um novo emprego na maior empresa do mundo. as suas funções seriam ler livros, ver filmes e ouvir música. horário livre à escolha e quatro folgas por semana. um milhão de euros por mês de ordenado base, mais bonificações se também lesse blogues. livres de impostos e sem descontos para a segurança social. reforma aos quarenta com uma pensão de outro milhão de euros por mês. naquela manhã de outono acordou com o telefone a tocar. mas como era um número privado não atendeu.

João Gaspar, Last Breath

"Boca ao lado... Dificuldade em falar...", será um AVC?
Não, é a Mariza a cantar.


João Moreira de Sá, Arcebispo de Cantuária

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