Suponho que alguns se recordarão deste cromo, um tal Pedro Cosme Vieira, professor de Economia da Universidade do Porto, que há um par de anos foi notícia ao defender que "a pretalhada que atravessa o Mediterrâneo devia ser abatida a tiro", e ainda defendeu que a SIDA "seria eliminada da face da Terra" se fosse feito "o abate sanitário de todos os infectados" com a doença. Com o fascínio que tem pelos abates, se calhar o senhor devia estar antes a trabalhar num matadouro. Ora bem, o Cosme Vieira tem um blogue, que dá pelo nome de "Alcoólico Bagaceiro" "Económico Financeiro", onde se revela que não está de longe nada arrependido, e que continua em grande forma.
Em termos de coerência é que o rapaz não vale grande coisa. Ora no artigo do i de há dois "assume-se como um racista", ora agora vem dizer que isso de catalogar as pessoas como racistas e xenófobos "é obra de esquerdistas", e que ele "é uma vítima". Buh uh uh, coitadinho...e afinal no que é que ficamos, ó camarada? O artigo em questão, publicado na última terça-feira no seu blogue, aborda a limpeza étnica que tem sido feito na Birmânia à minoria muçulmana dos rohingya, mas isso é de somenos. Vejamos outras considerações interessante que o sotôr faz em relação ao fenómeno do "racismo".
O Pedro Cosme Vieira pode pensar que os ciganos "são todos uns porcos", mas se venderem uma camisa cinco cêntimos mais barata que um branco que venda a mesma camisa, ele compra-a ao cigano. É preciso não esquecer que o rapaz é economista - ou será antes económico. Por esta mesma lógica, entre uma roulotte de cachorros-quentes onde um gajo com umas unhas cheias de bedum e ranho a pingar do nariz que venda os cachorros a um euro, e outra ao lado mais ou menos limpinha que os venda por dois euros, o Cosme Vieira opta pela primeira. Passemos a outro raciocínio bestial urdido pela criatura.
Ora aqui está. Além de racista (ou será "invenção da esquerda"?), Cosme Vieira assume-se ainda como islamófobo, e considera que "os islâmicos são potencialmente terroristas e um perigo para a segurança dos europeus". Todos? Eles não diz ali isso, mas por "os islâmicos" assumimos que sim, todos. Todos menos a empregada dele, que ele conhece, e é de acordo com os seus parâmetros "uma pessoa de confiança". Eu também podia dizer que para mim toda a gente que conheço, família, amigos, colegas de trabalho e etcetera são pessoas acima de qualquer suspeita - porque os conheço - e o resto de mundo é escumalha a abater, ou que só estava bem atrás das grades. Mas não me apetece. Assim sendo, parece que a única forma do Pedro Cosme Vieira curar-se da sua islamófobia é conhecendo pessoalmente cada um dos mais de mil milhões de muçulmanos do planeta. Eu acho que isso dá muito trabalho, e por isso talvez fosse mais fácil proceder ao abate sanitário do Pedro Cosme Vieira.
O Pedro Cosme Vieira tem direito às suas opiniões, e eu tenho direito às minhas. Ele tem direito a opinar sobre os outros, e eu a opinar sobre ele. Tenho dito.
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