sábado, 6 de fevereiro de 2010

Os blogues dos outros


Ainda se estava a discutir o défice, a avaliação das agências de rating, as declarações de Joaquin Almunia, as ameaças de demissão do Ministro das Finanças por causa das transferências orçamentais para as Regiões Autónomas (aquelas que representam 0,03% do défice), quando as jornalistas Felícia Cabrita e Ana Paula Azevedo, nas páginas do "Sol", provocaram uma erupção enorme no vulcão que é a situação política em Portugal. Em era de divulgação de escutas, onde o segredo de justiça já faz parte do anedotário nacional, surge agora desnudado todo o processo "Face Oculta" naquilo que tem de mais sórdido e tenebroso (aqui a notícia do "Sol" http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Default.aspx ). O que era, no início, uma questão de sucatas e sucateiros, transformou-se, pouco a pouco, numa lixeira imunda onde estão atoladas as mais altas figuras do Estado. E de sucatas, sucateiros, trafulhices para ganhar concursos públicos, robalos, passou-se, sem se perceber como, para atentados à liberdade de informação, crimes de atentado contra o estado de direito, "tubarões". As acusações que são feitas a José Sócrates e aos seus acólitos nas páginas do "Sol" são de uma gravidade extrema e inimaginável. Como é comum nestas situações, já ouvi vozes erguerem-se em grande revolta com a fuga de informação que se verificou neste caso (como se fosse algo de novo!!), sugerindo o castigo exemplar das duas jornalistas e do jornal em questão. O vulgar grito - "mate-se o mensageiro"! A ser verdade o que o "Sol" relata, estamos perante personalidades realmente doentias. A relação do primeiro-ministro com a comunicação social raia os limites do psicótico. Perseguição de jornalistas que ousam criticar a sua governação, telefonemas a jornalistas em gritos delirantes, tentativas de silenciamento de jornalistas e órgãos de comunicação social, intervenção em negócios obscuros para controlar opções editoriais em empresas privadas. Tudo isto é muito feio, muito triste, assustador. E, o pior neste quadro negro, aterrador, é sabermos que nada se irá apurar convenientemente, não haverá consequências, apenas mais um escândalo em que o nome do primeiro-ministro aparece envolvido. E virá um outro, e mais outro, e não sabemos quantos mais. Tudo perante um Presidente da República permanentemente preocupado mas que não faz rigorosamente nada antes de ser eleito para um segundo mandato. Esse segundo mandato, a existir, com o PS e Sócrates no poder, é fácil de adivinhar que será uma das fases mais conturbadas e de maior agitação política que Portugal terá memória.

Pedro Coimbra, Devaneios a Oriente

Se a elite portuguesa fosse séria, isto tinha de estar em cima da mesa no final do dia:
- demissão de José Sócrates. PS indicava novo PM
- demissão de Pinto Monteiro.
- demissão de Noronha de Nascimento.
Sucede que a nossa elite não é séria, e o país - com o silêncio acrítico dos media pelo meio - vai fingir que não se passa nada. Há estados falhados, e depois há democracias falhadas, como a nossa.


Henrique Raposo, Clube das Repúblicas Mortas

Pior que haver políticos que desgovernam as contas públicas, levando o País a tornar-se na chacota das principais instituições financeiras internacionais, é haver políticos que conspiram, traficam influências, mentem por cálculo ou vocação e degradam irreversivelmente a imagem das instituições. Não sei se a situação actual envergonha alguns dos protagonistas dos mais recentes episódios tornados públicos. Eu, como português, sinto-me envergonhado.

Pedro Correia, Delito de Opinião

Agora não são os habituais desmancha prazeres internos. Agora é Comissário dos Assuntos Económicos. E socialista como Sócrates. Portugal está na prancha deslizante para o abismo. 4 anos de desgovernação socialista puseram-nos neste ponto e o que foi possível recuperar foi-se pelo cano abaixo. Medina Carreira falava num debate televisivo, no seu estilo inconfundível, em pedir a intervenção do FMI (como o PS de Soares o fez em 1975). Seria risível que o PS pusesse o país onde o tomou, em maioria absoluta, em 1975. O nosso Ministro das Finanças com aquele ar de que sofre de cólicas lá foi avançando que é preciso apertar o cinto; o Governador do Banco Portugal falou mesmo no aumento zero dos salários e na subida de impostos.
O país entrou no resvalar para a asneira. Quem tem família em Portugal atenta que a situação de crise profunda é incontornável; mas também de desregramento, de bandalheira, do salve-se quem puder. Este costuma ser o tempo dos profetas e dos que não pactuam.


Arnaldo Gonçalves, Exílio de Andarilho

A crise agrava-se no país. Os partidos políticos não se entendem. O Governo aparenta não querer governar. Uma conspiração tentou deitar abaixo o Presidente da República. A tentativa de coartar a liberdade de informação e de controlar órgãos de comunicação social deixou perplexos os defensores da liberdade. Entretanto, existe a possibilidade de o povo português poder decidir-se por uma revolta social. Neste sentido, vários grupos de militares estiveram reunidos esta semana. Capitão, tenente-coronel, capitão-de-fragata e general foram algumas das patentes do Exército, Força Aérea e Marinha que se reuniram para debater a situação do país. Uma das nossas fontes adiantou que "a situação está muito grave e se for preciso não deixar cair o país na anarquia e na golpada política nós tomaremos uma posição de força colocando o Presidente Cavaco Silva ao nosso lado", disse.

João Severino, Pau Para Toda a Obra

Fazer tudo o que pode para derrotar o governo do PS no parlamento, chegando a unir-se à direita para ajudar financeiramente o Alberto João, Francisco Louçã está a revelar-se um grande apoiante de Cavaco Silva. Cavaco só a ganhar com o protagonismo político que lhe está a ser dado por esta aliança entre a esquerda e a direita conservadoras. Enquanto isso Alegre permanece cobardemente calado, não fala sobre nada, se toma uma posição pró-PS fica mal perante o partido que o promove, se critica o seu partido, como fez nos últimos quatro anos, perde ainda mais votos no seu partido. Enfim, há sempre uma voz que se cala.

Jumento, O Jumento

Em ano de eleições que Cavaco Silva pretende disputar, a penúltima coisa que lhe interessará é conviver, e muito menos arbitrar, uma crise política em que estão subjacentes medidas de contenção orçamental violentas, uma perspectiva, que em Portugal apenas um partido de esquerda conseguiria sobreviver. E elas adivinham-se dolorosas já para o ano que vem, sindicatos na rua e gritaria nos media – está-se mesmo a ver. A última coisa m-e-s-m-o que a Cavaco interessa, é entrar nesse novo ciclo da vida portuguesa com um governo de direita às costas, pior ainda se for minoritário. Numa situação dessas o coro das esquerdas com os socráticos ressabiados à cabeça, facilmente elegerão um "poeta" para Belém, para chorar a sina do povo explorado e oprimido. É por isso que Sócrates tem em Cavaco o seu maior aliado, ou subjugado, enquanto lhe apetecer. Como tem o País. E isso não significa uma fragilidade do Presidente da República, mas uma fraqueza da instituição e do regime.

João Távora, Corta-Fitas

José Sócrates, Lacão e Silva Pereira estão longe de ser as únicas pessoas neste país a criticar o jornalista Mário Crespo, em alto e bom som, num restaurante. O facto de José Sócrates, Lacão e Silva Pereira serem governantes pode causar mais prurido no jornalista, mas ele lá terá de se habituar à ideia de que em democracia um primeiro-ministro pode dizer o que pensa de um jornalista, sobretudo numa conversa privada. Pode até, nesse âmbito, dizer a um director da estação que deve solucionar o problema. Acontece que na democracia que o Mário Crespo admira, um primeiro-ministro não pode dizer que não gosta dele, nem tão-pouco pode comentar com amigos o que acha dele. Nessa democracia do Crespo, o Crespo tem de ser admirado por todos e quem não gosta dele não o pode afirmar em espaços públicos, porque o Crespo está à escuta. Não consta porém, pelo menos o Crespo não o ouviu de ninguém e não o relatou em seguida, que Sócrates tivesse abusado do seu poder para correr com Crespo da antena. A única coisa que o Crespo ouviu de alguém foi que Sócrates não gosta dele e que acha que o director da estação devia solucionar o problema. A ser verdade, esta é a opinião do primeiro-ministro, enquanto janta com amigos e colegas de Governo. Será que não a pode ter? Será que um primeiro-ministro está obrigado a admirar e respeitar o Mário Crespo e o Medina Carreira? É essa a democracia que o Mário Crespo procura? Então não é de admirar que se sinta perseguido.

José Costa e Silva, Lóbi do Chá

Fuga. Toda a gente percebe que o Executivo, obrigado a negociar, obrigado a compromissos, presionado a decisões sérias, coerentes, francas, transparentes, multilaterais está a dar-se ares. Quer fugir. Quer fugir sobretudo porque a margem de verdade e credibilidade está esgotada, tal a argentinização perpetrada por Banco de Portugal, INE, Ministério das Finanças, ao longo do período pré-eleitoral. A guerra pífia e quixotesca às agências de rating (goste-se ou não se goste, são elas a determinar o custo dos juros!) e a superficialidade da agenda gay-política actual, os volumosos assédios aos media e as sistemáticas marradas aos livre-pensadores, livre-opinadores, tudo isso configura o impensável ou basicamente ocultado: um Mega-Pântano, Pântano ao Quadrado. Por isso, como escrevem mesmo os observadores provenientes do socialismo verterbrado, gente isenta e lúcida, mal se compreende o dramatismo político que o Governo coloca nas relações com a Oposição. Pura e simplesmente não é proporcional aos montantes envolvidos. Quando a Oposição adiou a entrada em vigor do chamado Código Contributivo que retirou ao Estado centenas de milhões de euros em receitas para a segurança social (medida de âmbito geral e nacional) ninguém falou em demissões. Agora Teixeira dos Santos ameaça demitir-se quando se joga uma quantia de menos de cem milhões a transferir para a Região Autónoma da Madeira. Teatro. Amuo. Vontade de fugir a sete pés lá para o Paraíso das offshores, dos berros, das lagostas, dos safaris em África, das compras na Califórnia, dos anúncios e sorrisos. O Povo não teve, nem tem!, recursos de literacia para descodificar os frutos putrescentes de esta casta de sôfregos.

Joshua, PALAVROSSAVRVS REX

Não sei quantos assessores acompanharam o Primeiro na iniciativa de segunda-feira com os jovens, mas de facto, só deve ter dado tempo para dizer a primeira letra do nome do jovem escritor José Luís Peixoto. Vai daí, " O teu nome é (introdução para ganhar algum tempo) Jorge...". Para Sócrates, José Luís só há um....o Zapatero e mais nenhum, e esse, toda a gente sabe, começa por "R"- Rosé . PS- Sócrates ligou ontem a pedir desculpa ao escritor ( está no 24), admitindo que não o conhecia. Ao menos isso, mas, ou muito me engano, ou o episódio deve ter causado algum mau-estar entre o PM e os seus colaboradores. Ele há gente muito impreparada! Será mais um " problema para solucionar"? !

Teresa Dias Mendes, correio preto

É capaz de ter razão. Repare-se que hoje mesmo é noticiado: «Fernando Santos é o treinador da década na Grécia». E vai-se a ver e ficamos com dúvidas se é «da década» por lá estar quase há dez anos, ou se eles consideram mesmo que foi o melhor treinador. É que os seus resultados foram um 2º lugar, um 4º, um 3º, outro 2º, outro 3º, isto em 3 clubes diferentes, intervalado com duas escapadinhas frustrantes no Sporting e Benfica. Terá portanto razão o PR. Comparativamente, ao menos em Portugal qualquer adepto de futebol poderá ser tentando a indicar como melhor treinador da década alguém que tenha ganho, pelo menos UM campeonato….

Gabriel Silva, Blasfémias

Neil Beagley tinha 16 anos de idade quando morreu, em Junho de 2008. Sofria de complicações de um bloqueio congénito do tracto urinário, que inundou o seu organismo com ureia, o que lhe causou uma paragem renal, um ataque cardíaco e finalmente a morte. Acontece que a vida de Neil Beagley poderia ter sido salva se os seus pais não se tivessem recusado a procurar tratamento médico. De facto, Jeff e Marci Beagley, do estado norte-americano do Oregon, estão agora a ser julgados por homicídio por negligência, acusados de terem ignorado os sucessivos avisos de que o seu filho corria risco de vida e necessitava de cuidados médicos urgentes, antes tendo preferido “tratá-lo” com orações. E a coisa parece ser de família, pois no mesmo ano a sua neta Raylene Worthington, de 15 meses de idade, morreu de pneumonia e infecção sanguínea que os seus pais resolveram igualmente tratar com orações. Jeff and Marci Beagley são membros da «Igreja dos Seguidores de Cristo», que se tem celebrizado por rejeitarem a medicina e os cuidados médicos em favor das orações e da cura pela fé. Na defesa que apresentaram em Tribunal, alegaram que o filho já tinha completado os 16 anos de idade e que, por isso, já tinha todo o direito de se recusar a receber os cuidados médicos de que necessitava e que tinha sido ele próprio a escolher livremente a cura pela fé e pela oração. É confrangedor este argumento, tantas vezes repetido, de que é a própria vítima da irracionalidade da fé quem se submete de livre vontade à indignidade que essa mesma fé tantas vezes significa. E é triste a quantidade de pessoas que ainda submetem não só as suas vidas como principalmente as vidas dos seus filhos à irracionalidade da fé e das religiões, e as submetem desde crianças à mais ignóbil lavagem ao cérebro e as condicionam na sua mais básica liberdade de determinação.

Luís Grave Rodrigues, Diário Ateísta

Se não houvesse vacina para a gripe A, ó da guarda que ninguém nos salva. Há vacina? Ó da guarda que nos querem matar com a cura!

João Moreira de Sá, Arcebispo de Cantuária

10 comentários:

Anónimo disse...

Sinceramente até mete piada ler as tretas do Severino.

Fontes amigas disseram que patentes tal e tal estiveram reúnidas esta semana sei lá aonde para discutir uma possível revolta social colocando-se ao lado de Cavaco para tomarem uma posição de força e bla bla bla.

Se calhar estão a testar os submarinos para preparar o ataque LOL

Isto é mais uma pérola, entre muitas outras, que abundam no blog desse senhor.

E o autor, com a sua extensa rede de contactos previligiados (sempre anónimos, claro) em todas as áreas da sociedade, e claro está, até nas forças armadas, está sempre em cima dos acontecimentos, das conspirações, dos movimentos de bastidores, etc.


Pois é, só é pena essa extensa rede de contactos não conseguir encontrar emprego para mais este elemento do exército de desempregados que abundam no nosso país.

Anónimo disse...

Tens é inveja ó anónimo do homem ter notícias verdadeiras e corajosas. Por causa de gajos como tu é que há muitos Sócrates. Enquanto ele dá a cara nós nem temos essa coragem. Esse é o valor dele.

c.c. disse...

anonimo 10:48

o severino não presta mas tu não páras de ler o blog dele. boa. deves ser muito honesto e muito boa pessoa. morre longe, pá.

Anónimo disse...

O primeiro anónimo está cheio de razão.

Anónimo disse...

Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não estou calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que afinal não estou sozinho neste mundo!
F.P.

Lúcio disse...

Mas por acaso alguém toma aqueles disparates do blog do Severino como jornalismo a sério???

Aquilo é apenas um blog para o homem massacrar e espezinhar 24 horas por dia o Sócrates e os socialistas como vingança por o terem chutado de Macau, nunca mais podendo regressar.

Eu não gosto do Sócrates, mas de vez em quando visito aquele blog por curiosidade, acho que aquilo às vezes é absolutamente doentio.

Quanto às histórias que ele conta, como aquela que o post do Leocardo transcreve, só uma criança é que não percebe que não passam de brincadeiras saídas da imaginação do Severino. E quem tiver tempo de ver post anteriores, há de encontrar outras ainda melhores!

Anónimo disse...

O que o JES não percebe, é que se o Sócrates saír e entrar outro novo Primeiro Ministro, as moscas mudam mas a merda continua.

Anónimo disse...

A merda continuará sempre naquele país. Já lá vão 35 anos de democracia e só se tem visto isso: merda.

Anónimo disse...

Chego aqui e pasmo. Vejo com alegria que Severino nao foi esquecido. É sinal que mal ou bem fez coisas que agradaram a uns e a outros nao. Agora falarem das tretas do seu blogue já é inveja. ainda ontem reparei que foi o primeiro blog a falar do rapto do Mourinho. Foram os invejosos que ainda vejo aqui nas ruas de Macau que o arrumaram.

Anónimo disse...

Que disparate. O Mourinho foi raptado?