1) O deputado José Pereira Coutinho levantou dúvidas quanto à sustentação legal do plano da DSAT instalar várias câmeras pela cidade para controlar o tráfego. Em causa estão os direitos à privacidade do cidadão e a utilização das imagens captadas. Isto é para mim uma falsa questão. É muito provável que as câmeras estejam mesmo apontadas ao trânsito, e que a única intenção é a de visionar onde estão os pontos mais congestionados da cidade, retirar informação e registar as infracções, obviamente. Uma ideia muito bem vinda. E depois é preciso perceber que estas câmeras não são nada de topo de gama, e não vai ser possível filmar o que condutor faz com partes de baixo. Fico mais preocupado com as câmeras nos elevadores. Às vezes quando vou pagar o condomínio, fico a reparar no circuito CCTV do elevador e é incrível o que certas pessoas fazem quando estão sozinhas. Mas isto do trânsito, nah, não me rala nada.
2) A catástrofe na Madeira começa a tomar contornos de tragédia humanitária. Ainda há pouco vi no Jornal da Tarde um miúdo de 9 anos que queria "encontrar o seu mealheiro" para ajudar os pais, que perderam tudo nas cheias. Isto é uma cena digna do terceiro mundo, ou de um filme sobre o Holocausto. É preciso não esquecer que apesar da distância geográfica e dos egos ofendidos por parte de políticos, bairristas e arruaceiros do género, os madeirenses são nossos compatriotas. Não é nenhum Haiti, não vamos cair no exagero, mas é preciso também pensar em dar, em ajudar, em contribuír para reconstruír a nossa linda pérola do Atlântico. Sem pensar duas vezes.
PS: Não vale a pena entrar em discussões de como se escreve "câmara" e não "câmera", porque pode dizer-se das duas maneiras.
11 comentários:
nao pode, nao.
Em que dicionário é que viu "câmera"? Pode utilizar "câmera" se estiver a utilizar a variante brasileira do português. Como julgo que escreve na variante europeia, "câmera" está errado.
De qualquer maneira, esta questão das câmaras levantada por Coutinho é uma falsa questão. Desde quando é que os cidadãos têm de ter direito à privacidade em plena rua, que é um espaço público? Já em Portugal estas coisas levantam sempre celeuma. Deve ser a mania dos portugueses de criticarem só por criticar. Rua é espaço público! E em espaço público essa tal de privacidade não faz sentido.
Se se dá ouvidos a esta gente, qualquer dia andam a processar alguém só porque esse alguém teve o descaramento de olhar para o cidadão zeloso da sua privacidade quando se cruzaram na rua. Haja paciência!
@Anónimo das 12:43
Segundo o dicionário Houaiss de Língua Portuguesa, 'câmera' é sinónimo de 'câmara'.
Já agora, essa das variantes brasileira e europeia não faz qualquer sentido visto que a língua não deixa de ser a mesma. Chamam-se regionalismos e existem também a nível nacional (em diferentes regiões do país).
http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=8032
Há algumas incorrecções no que diz, caro Paulo39. A língua é a mesma, sim. Mas, quando é falada em mais de um país, cada um desses países tem a sua própria norma. Leia o que diz qualquer linguista sobre esse assunto e ficará esclarecido. Regionalismo é outra coisa. Os regionalismos não existem "também" a nível nacional, existem "apenas" a nível nacional. Como eu disse, "câmera" apenas se usa na variante brasileira. Claro que vem no dicionário Houaiss, porque o lexicógrafo Antônio Houaiss é brasileiro.
No "link" (ou na hiperligação) que o anónimo anterior aqui deixa, poderá constatar também que "câmara" faz mais sentido do que "câmera". Se o português é uma língua novilatina, por que motivo é que precisamos do inglês como mensageiro, se a palavra "camara" já existia no latim? Tal como se diz no Ciberdúvidas, são preciosismos desnecessários (e eu diria mesmo incoerentes) de que o Brasil tem abusado.
O Coutinho parece que tem alguma coisa para esconder,quem não tem nada a esconder não importa que instalem cameras de vigilancia.
Com Câmera ou Câmara, o Pereira Coutinho perdeu mais uma vez a oportunidade de estar calado, quando se quer protogonismo é o que dá.
O Coutinho é, basicamente, português. E muitos portugueses são assim: preferem ser assaltados impunemente do que ter câmaras na rua que poderiam até identificar aqueles que os assaltam. Em Portugal, quando se lembraram da ideia de instalar câmaras na rua para ajudar no combate à criminalidade, foi logo um chorrilho de disparatados protestos, também em nome da privacidade. Não sei o que é que a maioria dos portugueses entende por privacidade, mas certamente que o conceito não é o mesmo que eu tenho.
Ja esta online para quem quiser ver: http://www.dsat.gov.mo/pt/realtime.aspx
O Coutinho não quer cameras porque tem medo de ser apanhado com a boca na botija,imagina o que o coutinho a ser apanhado na camera com a sua amante.Tava lixado.E macau é tão pequeno,toda a gente fica a saber.Quem diz coutinho diz toda a gente que tem amantes.
Se as camaras da ponte Nobre de Carvalho estivesem ligadas nessa noite, talvez se tivesse sabido o que na realidade aconteceu ao Luis Amorim.
Este sr. Coutinho devia pensar melhor no que diz.
Tanta preocupacao com a privacidade dos seitosos! Quem nao deve nao teme!
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