Quando era mais novo vi um episódio dos Simpsons (sim, eles andam aí fez vinte anos) em que Michael Jackson visitava Springfield, e os seus habitantes mudaram o nome da "Dalai Lama expressway" para "Michael Jackson expressway", em homenagem à "pessoa mais importante que visitou a cidade". Lembrei-me disto quando soube da notícia que a Ponte 16, um empreendimento subsidiário da SJM, vai criar uma espécie de "santuário" ao rei da pop, falecido em Junho último, aos 50 anos. Acho muito bem que o façam, gostos não se discutem, e só lá vai quem quer. Mas daí a considerarem isto uma grande coisa, um empreendimento fabuloso ou uma iniciativa cultural de relevância, vai uma grande distância. Fico com o estômago embrulhado quando oiço louvoures a esta iniciativa, e que "vai trazer turistas", que vai "entrar para a história". Isto de histórico não tem mais do que perverso, fazer um museu sobre Michael Jackson numa cidade que o artista nunca visitou, e provavelmente nunca soube da sua existência. Até Camões, que esteve cá, resume-se a uma estátua num jardim, sem honras de qualquer coisa parecida com um museu. Mesmo assim considero a iniciativa bestial, pronto, sempre é melhor que nada. E é meia, o fato e a luva de Michael Jackson que se tornam numa referência cultural a visitar. E sempre se pode dançar ao som do "Thriller" ou de "Billie Jean".
9 comentários:
Isto faz lembrar um bocadinho aqueles emigrantes portugueses na Venezuela que, regressados ao seu país, fizeram questão em postar no meio de um jardim uma estátua do Simón Bolívar, o Libertador da Venezuela.
"Até Camões, que esteve cá"Mas há provas que Camões esteve em Macau???Há muitos historiadores que dizem que CAMÕES NUNCA ESTEVE EM MACAU!!!E esta,hein?
Fantástico, que grande revelação. Muito importante para o caso.(Bocejo)
Vi esta notícia hoje no Destak (um jornal diário gratuito cá de Portugal).
Este mini-museu ajuda a por Macau no mapa mundo por um dia e é sempre uma atracção extra para a cidade e principalmente para o Ponte 16. Mas não me parece que seja de extraordinário, para além da patetisse pegada da devoção a uma criatura que tinha problemas mentais severos (sem ofensa) - pior que o ex-polícia kamikadze.
AA
Não era kamikaze, era kamiquase.
O homem até podia ser maluco mas uma coisa é certa,ninguem tinha mais talento que ele a dançar e a cantar.Ah,e não precisava do playback para nada,não é como agora
Há doenças piores que as doenças,
Há dores que não doem, nem na alma
Mas que são dolorosas mais que as outras.
Há angústias sonhadas mais reais
Que as que a vida nos traz,
há sensações
Sentidas só com imaginá-las
Que são mais nossas do que a própria vida.
Há tanta cousa que, sem existir,
Existe, existe demoradamente,
E demoradamente é nossa e nós...
Por sobre o verde turvo do amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas...
Por sobre a alma o adejar inútil
Do que não foi, nem pôde ser, e é tudo.
Dá-me mais vinho, porque a vida é nada.
F.P.
"Dá-me mais vinho, porque a vida é nada". Eh pá, esta parte podia ter sido escrita por mim!
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