domingo, 5 de junho de 2011

O tempo quente de Junho


1) Passaram-se ontem 22 anos desde o massacre da Praça Tiananmen. Deste 4 de Junho fica mais do mesmo: a China mantém a mesma versão, aparecem os dissidentes, fazem-se as vigílias. O massacre vai ser sempre tema durante um ou dois dias, uma semana nos anos redondos, e depois passa. Aqui parece que o Governo Central está a apostar no teste do tempo, que como se sabe tudo dissipa. Mas falando de vigílias, aqui nas RAE onde existe liberdade para se falar abertamente sobre o assunto, manteve-se a tradição. Em Hong Kong dezenas de milhar de pessoas ocorreram ao Victoria Park para assinalar a data, enquanto em Macau o Novo Macau Democrático organizou a habitual vigília que contou com a presença de cerca de uma centena de pessoas, a maioria curiosos (se estes são os “auto-intitulados democratas”, onde é que estão os “verdadeiros democratas”? Ah já sei, no Clube Militar a encher o bandulho). A vigília foi mais uma vez atirada para perto da Igreja de S. Domingos, uma vez que no Largo do Senado estava a decorrer mais um espectáculo organizado nem me atrevo a dizer por quais entidades, pois deviam ter vergonha na cara. Um espectáculo que ainda por cima contou com artistas não sei de onde, mas isto não é pago nem nada? Isto deve custar dinheiro, ainda por cima. Só para não ter o NMD no meio do Largo do Senado um dia por ano, quando na maioria do tempo permitem a estadia de todo o tipo de malucos? É uma daquelas coisas difícil de perceber.

2) Este é um dos fins-de-semana mais aborrecidos do ano no território: o da competição das regatas dos Barcos-Dragão. Tenho a certeza que aquilo é tudo mesmo muito divertido, para quem participa. Para quem vê não passa de corridas de barcos, e a juntar ao tempo abafado e chuvoso que faz nesta época, não apetece mesmo nada ir ali a baixo aos Lagos Nam Van e assistir às corridas, e “deliciar-se com o festival gastronómico”, como diz no anúncio. O que vale é que para quem gosta de corridas de barcos – o que não é o meu caso – pode “deliciar-se” com as transmissões na TDM. Depois das corridas de cães, isto. O que vale é que amanhã é feriado, e assim hoje posso ficar até às tantas a ver a treta das eleições. Bom feriado, já agora, e aproveitem para dormir.

3) Queria deixar aqui uma palavra de apreço à professora de música da Escola Portuguesa de Macau, Paula Balonas. Pelo que me deu a entender esta docente está de saída do território no final deste ano lectivo, e na última sexta-feira terá organizado pela última vez a Festa da Música da EPM. A prof. Balonas deixa assim muitos amigos no território, e fica no coração de centenas de miúdos que a tiveram como primeira professora de música. Num território onde a produção e qualidade da música é completamente assimilada por Hong Kong (nisto da música Macau é apenas um bairrozeco da RAEHK), ensinar aos mais novos o gosto pela música em si é remar contra a maré. Um grande bem-haja para ela, e boa sorte. Quanto ao espectáculo propriamente dito, foi um remake do musical “Joseph and the Amazing Technicolor Dreamcoat”, de Andrew Lloyd Webber e Tim Rice, em português. Nada a dizer, se o Filipe La Féria faz o mesmo e é um sucesso, porque não? O problema continua a ser o som, que é uma autêntica bosta. Acho que a EPM merecia um auditório ou qualquer coisa que lhe valha, em vez de ter este tipo de espectáculos atirado para um mero ginásio. Tirando isso, perfeito, os miúdos estiveram bem, os pais fotografaram e filmaram, foi mais uma grande festa.

8 comentários:

Anónimo disse...

A China é dos países mais estupidamente incoerente deste mundo.
Farta-se se criticar e culpar os japoneses porque apagaram dos livros escolares o que aconteceu durante a Segunda Grande Guerra Mundial há mais setenta anos.

Mas depois faz exactamente o mesmo (ou pior, pois nem sequer admite que aconteceu) com temas mais recentes como o Massacre de Tiananmen ou mesmo com as loucuras da Revolução Cultural e a Longa Marcha, onde estimam-se que tenham morrido à fome milhões de chineses.

Anónimo disse...

Ser comunista é mesmo assim.Ninguem é é perfeito neste mundo mas só quero lembrar que os americanos já fizeram muitas guerras no mundo e até lançaram bombas atómicas e que eu saiba os americanos não são comunistas

Anónimo disse...

Lançaram duas bombas atómicas para acabar com uma guerra que não começaram nem provocaram. Entraram na guerra só depois de serem atacados sem aviso em Pearl Harbor e perderam centenas de milhares de soldados antes de decidirem lançar as bombas. Se os russos, os alemães ou os japoneses tivessem inventado a bomba primeiro, acha que não a teriam utilizado?

Anónimo disse...

Sim e mataram centenas de milhares de japoneses INOCENTES mas está no sangue dos americanos matarem para resolver os problemas.Na América qualquer miudo tem uma pistola,é legal.

Anónimo disse...

Sim, os russos, os japoneses e os nazis não mataram milhões de inocentes. Pois é.

Anónimo disse...

Pá, não falem mal do Tio Sam, que os paladinos da liberdade enfurecem-se.

Anónimo disse...

Liberdade não é matar,oh minha grande besta.

Anónimo disse...

Ah, liberdade não é matar! Pois para mim não é, não. Mas parece que os pró-americanos pensam de maneira diferente...