sábado, 27 de fevereiro de 2010

Dedicatória


Soube esta tarde da passagem do meu amigo e colega destas bandas, Humberto Pinto Fernandes d'Abreu, conhecido das páginas do Hoje Macau simplesmente por Pinto Fernandes. O Humberto, como eu lhe chamava, era um homem de uma calma e uma placidez surpreendentes. Conheci-o há mais de dez anos nas noitadas, uma figura alta e esguia com um tom de voz encantador, um autêntico gentleman. O Humberto veio para Macau há cerca de trinta anos como funcionário público, e depois de cumprir essa "tropa" lançou-se numa das suas maiores paixões, a restauração. Assinou durante seis anos uma coluna de opinião no Hoje Macau, publicação cujo corpo editorial deve sentir hpje, assim como eu sinto, uma grande perda. Hoje tomam-me de assalto uma tristeza e um vazio imenso, e assim o Bairro do Oriente só se publicará novamente na segunda-feira. Amanhã a escrita livre e independente em Macau está do luto, pois perdeu um dos seus heróis. Queria mandar ainda um abraço ao João Severino, que era amigo de longa data do Humberto, e que sente a perda tanto ou mais que eu, e já lhe dedicou este artigo. Para a família enlutada, as minhas profundas condolências. Se a gente acreditar, talvez este seja apenas um "até já".

4 comentários:

Nuno Lima Bastos disse...

Uma notícia desoladora, que acaba de me apanhar de surpresa num dos poucos momentos recentes em que tive oportunidade de consultar notícias da "minha velha Macau".
Falei várias vezes com o Humberto Abreu nos dias que antecederam a minha partida do território, pois o QF Boutique ficava-me à mão quando estava fechado em casa a encaixotar a tralha para a meter no contentor.
Trocámos muitas impressões nesses dias em que lá fui almoçar e teve a simpatia de me expressar assumido lamento pela minha partida.
Um dos temas recorrentes desses diálogos foi a eterna questão de os portugueses que aí vivem quererem ou não ficar em Macau para sempre (e de haver condições futuras para tanto...). Uma ironia do destino perante este trágico desfecho.
As minhas condolências à família e aos amigos. Espero que a nossa comunidade aí se junte na sua despedida final.

A. disse...

O que são as coisas
A vida é tão curta e tão significativa.
Um dia conheci o Humberto, o Arnaldo e o Severino na Redacção do jornal Tribuna de Macau. O Rocha Dinis era o director e a cavaqueira era maravilhosa entre todos porque o Severino paginava o seu semanário Vector nas instalações da Tribuna com a ajuda do Humberto e Arnaldo.
Passados estes anos o Rocha Dinis conseguiu um feito ao zangar-se e afastar todos do seu convívio. Será bom que ele medite nesta hora em que se perde um companheiro tão bom se vale a pena andar sempre a fazer mal aos outros.

VICI disse...

Que descanse em paz.

Anónimo disse...

JRD meditar?
JRD amigo de alguém?... Hum!...