A aplicação do novo acordo ortográfico em Macau foi tema de
uma reportagem muito interessante na edição de hoje do Ponto Final. Foram entrevistadas algumas personalidades dos media escritos do território; Carlos Picassinos, director do Hoje Macau, diz que "não arrisca a utilização do acordo porque desconhece o prontuário", uma afirmação sóbria e coerente. José Rocha Dinis, do JTM, defende que o acordo deve ser aplicado primeiro ao nível da educação, uma opinião bastante válida. Mas
a melhor foi mesmo a de Luís Ortet, director da Revista Macau: “Macau foi esquecido e não assinou o acordo ortográfico porque também ninguém lhe perguntou se queria assinar”. E se ninguém lhe perguntou, fica também por responder.
Já sei que a língua é "um orgão vivo em constante mutação" ou lá como lhe resolveram chamar, "língua viva". Isto é antes de tudo um conflito geracional, e duvido que tanto eu como todos os outros gajos e gajas maiores de 20 anos nunca vão aceitar escrever coisas como "teto", "Egito", "perceção" ou "dececionado". Para nós nunca vai cair o "h" do húmido nem o ^ do vôo. E quando eu disser que vou voar e ao mesmo tempo doar? Fica qualquer coisa como "voodoo", a sincrética religião do Haiti. Talvez as gerações futuras um dia nos leiam e achem muita graça, da mesma forma que achamos engraçado que os nossos avós escrevessem de forma diferente - e tinham uma letra muito mais bonita - mas hoje não, não nos apetece. Apliquem o acordo sim, mas muito suavemente, e de preferência durante os próximos 100 anos ou isso.
A propósito do Acordo Ortográfico, recomendo a leitura
deste artigo.
17 comentários:
Interessante foi saber que o PONTO FINAL ouvir os jornais portugueses de Macau (HOJE MACAU E JTM), à excepção de O CLARIM. Nisso o PONTO FINAL é igual à Rádio Macau, da TDM: Tão diferentes e tão iguais que eles (PONTO FINAL E TDM) são!
Ssssim...pois...
O artigo para o qual deixa link diz tudo claramente: o problema não é haver acordo, é haver agora um acordo idiota que não unifica coisíssima nenhuma. E, assim sendo, para que serve? Para nada!
Quero reforçar que o link que o Leocardo deixou é de um interesse enorme.
De facto, tenho pena que nunca mais se consiga encontrar um ponto de consenso. Quanto mais tempo esta palhaçada demorar, pior será para a nossa Língua.
Caro Leocardo,
Devemos ter, mais ou menos, a mesma idade (a ternura dos quarenta).
E estamos inteiramente de acordo (que não o ortográfico).
Fato é o que estou a usar agora.
E isso um facto.
Esta ideia do acordo ortográfico é uma patetisse! Acho muito bem a atitude da imprensa de Macau. Façam p**** a Lisboa.
AA
Foda-se! E ele a dar-lhe com a "patetisse".
Qual é o seu problema? É difícil ser feliz não é? Requer espírito, energia, atenção, renúncia e uma espécie de cortesia que é bem próxima do amor. Às vezes é uma graça ser feliz. Você não sabe o que é isso. Como vai fazer agora com o novo acordo ortográfico. Já começou a estudar?
AA
Ao primeiro anónimo: sabe porque razões O CLARIM não foi incluído no report?
Isto mais parece o fórum da CTM versão portuguesa.
"O Clarim"? O que é isso?
O jornal da igreja católica portuguesa de Macau. Sai aos Sábados. Julgo eu.
AA
À sexta.
Se é da Igreja, não é um jornal, é um pasquim.
Pedro Coimbra,
A palavra "facto" continua a escrever-se "facto", pois o que o acordo diz é que as consoantes mudas irão desaparecer e em "facto" não há consoantes mudas. Será "fato" no Brasil e "facto" em Portugal.
Ok Raul.
Tem razão.
No meio de tanto exemplo fui infeliz.
Correcto?
Não. Segundo o acordo idiota, é "correto".
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
Bla, bla, para toda essa conversa da treta!!!
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido
Bla, bla para toda essa conversa da treta.
F.P (esqueci-me de assinar...)
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