É sabido o gosto da malta de cá (especialmente as meninas) por novelas coreanas. Há dois ou três anos tivemos o estrondoso sucesso de "Dae Jang Geum", sobre as intrigas na cozinha imperial coreana, mas quem conhece o meio sabe que na moda está a série "Lovers in Paris", ou em coreano 파리의 연인. Esta série, que tive o desprazer de ter sido praticamente obrigado a ver, faz-me pensar que afinal as telenovelas portuguesas não são assim tão más.
Resumindo (só podia ser assim) esta série conta a história de uma menina pobre (Vivian, seu nome de guerra) que estuda em Paris. Logo aqui começa bem: é pobre e estuda...em Paris. Lá conhece Carlo, um rico empresário presidente de uma companhia semelhante à Daewoo Motors e apaixonam-se etc, etc. De volta à Coreia, Vivian conhece o sobrinho de Carlo, um jovem irreverente chamado Martin, e apaixona-se, outra vez. Chega-se ao ponto de tio e sobrinho terem que disputar o amor da menina, que diga-se de passagem, nem é grande coisa. Aliás, chega a ser bastante irritante, a espaços.
As cenas que decorrem em Paris levam-me a duvidar da capacidade de alguns asiáticos em particular de perceber que existe um mundo além do deles, e de uma cultura diferente da deles. Vivian não sabe falar francês, naturalmente, e a forma como tenta lidar com aquela língua que para ela é tão estranha, com desprezo e até algum deboche, é suposto trazer momentos de "humor" ao enredo. A forma como deambula pela cidade luz agindo como uma autêntica retardada mental, sempre com uma atitude de superioridade, parece querer entregar a mensagem: "nós é que estamos certos, e vocês são esquisitos". Enfim.
No que toca às cenas filmadas na Coreia, temos uma espécie de intriga que envolve o pai de Carlo (o CEO da tal empresa) e ainda a ex-mulher de Carlo, aliás bem mais gira que Vivian. Numa cena que me chamou a atenção, Martin, o outro pretendente de Vivian, tem um acesso de ciúmes e faz a barba. Até aqui muito normal, mas a "barba" a que me refiro é
esta, que possivelmente terá levado vários anos a crescer. Numa nota final, todos os coreanos parecem iguais. Desculpem se isto soa um bocado mal, mas confirmem
aqui.
Para bem da vossa sanidade mental, evitem a todo o custo estas novelas coreanas. E já agora a cozinha coreana, também.
2 comentários:
Caro Leocardo
Da minha experiência em Macau posso dizer que assisti e observei - não em filme, não em novela, mas no dia a dia - a situações em que este parágrafo do seu texto podia servir perfeitamente apenas mudando uns pormenores, como os locais e a língua... Ora veja lá se não se aplica na perfeição... Felizmente não são todos assim os nossos europeus (ou ocidentais, se preferir...), mas que os há, há. E muitos...
"As cenas que decorrem em Macau levam-me a duvidar da capacidade de alguns europeus em particular de perceber que existe um mundo além do deles, e de uma cultura diferente da deles. XXX não sabe falar chinês, naturalmente, e a forma como tenta lidar com aquela língua que para XXX é tão estranha, com desprezo e até algum deboche, é suposto trazer momentos de "humor" ... A forma como deambula pela cidade agindo como um/a autêntico/a retardado/a mental, sempre com uma atitude de superioridade, parece querer entregar a mensagem: "nós é que estamos certos, e vocês são esquisitos". Enfim."
Curiosamente acho que os ocidentais em geral - pelo menos da minha experiência pessoal - adaptam-se melhor por estas bandas do que os asiáticos no estrangeiro, onde dificilmente se integram nas comunidades locais.
Quanto aos casos que refere, são mercenários. Não contam.
Cumprimentos.
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