terça-feira, 29 de julho de 2014

Vai-te embora, jeitosa!


Esta que vemos na imagem é Sabina Altynbekova, uma jovem de 17 anos que faz parte da selecção de voleibol da categoria de sub-19 do Cazaquistão. Desconheço as suas qualidades como jogadora, mas Sabina foi notícia por ter sido considerada "demasiado bonita" para a equipa. Isto de acordo com o seu próprio treinador, Nurlan Sadikov, que a considera "uma distração". No mundo do desporto de alta-competição incutem-nos desde cedo o preconceito de que os homens são muito machos e de que as mulheres são lésbicas. Facto, e não me venham chamar de preconceituoso, pois desde miúdo que percebi que o Humberto Coelho, por exemplo, jogava "noutro campeonato" mais intenso que os que disputava nos relvados, enquanto nenhum homem no seu perfeito juízo queria ficar atrás da Rosa Mota ou da Aurora Cunha na bicha para o pão. O mesmo hoje acontece com os melhores jogadores de futebol do mundo em ambos os géneros. Contem quantas mulheres não se importavam de dar uma voltinha com o Cristiano Ronaldo, e depois o mesmo número de homens que arranjavam um "compromisso urgente de última hora" para evitar ir beber um café com a alemã Nadine Angerer, vencedora da Bola de Ouro da FIFA para jogadora do ano em 2013. Permitam-me que ilustre isto com uma imagem:



Penso que estão a ver onde quero chegar. No caso da pobre Sabina, que deu nas vistas (literalmente) no campeonato asiático de voleibol feminino realizado recentemente em Taiwan, está apenas a fazer o que gosta, e se faz parte da selecção do seu país é porque tem qualidade para isso. Quanto ao seu charme irresistível, tenho certas dúvidas. É bonita, sim, mas nada do outro mundo, e só quem anda a ver desportos de alta-competição com mulheres há muitos anos pode considerá-la uma "deusa" - anda desfazado da realidade. Ou isso ou então o tal Sadikov quis saltar-lhe para a cueca e ela deu-lhe uma tampa, e agora anda armado em fino, dizendo que a pequena impede que o sangue circule na cabeça de cima em vez da outra, e fique meio aparvalhado na hora de pensar numa táctica vencedora. Seja como for, isto é uma má notícia para todas as mulheres que queiram fazer uma carreira desportiva mas para o efeito não tenham como requisito serem feias, gordas ou esquisitas. Caso tenham as medidas certas, arriscam-se a ouvir coisas do tipo: "estás aí a bater bolas pra quê? devias era estar a render, ó filha!"

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