segunda-feira, 25 de maio de 2009

Liga Sagres em análise


FC PORTO - Mais um ano de sucesso para o Porto de Jesualdo Ferreira. Os dragões conquistaram o segundo tetra da História. Os únicos sobressaltos aconteceram no início da época: empate fora com Rio Ave na terceira jornada, derrota em casa com o Leixões na sexta jornada, e derrota na Figueira da Foz na sétima jornada. A partir daí os dragões arrancaram para o título, conseguindo 18 vitórias e quatro empates nas últimas 22 jornadas. Os portistas conseguiram o melhor ataque (61 golos) e a melhor defesa (18 golos), e um recorde de onze vitórias consecutivas fora. Curiosamente o Porto perdeu mais pontos em casa do que fora do Estádio do Dragão.

SPORTING - Mais um segundo lugar com Paulo Bento no leme da nau sportinguista - o quarto consecutivo. O Sporting perdeu três jogos em casa: com o Leixões, o Braga e o FC Porto. Terá sido no confronto directo com os Dragões que o Sporting perdeu o campeonato: derrota em Alvalade 1-2, e empate a zero no Dragão. Como melhor registo ficam seis vitórias consecutivas entre a 21ª e a 26ª jornada. A única derrota fora foi com o Benfica na quarta jornada (0-2).

BENFICA - O Benfica liderou o campeonato até ao final da primeira volta, e perdeu a invencibilidade apenas na 13ª jornada, na Trofa (0-2). Foi na 15ª jornada que perdeu a liderança para o Porto, com um empate a zero no Restelo. A segunda volta do campeonato teve momentos bastante embaraçosos: derrotas em casa com a Académica e V. Guimarães por 0-1, derrota na Choupana por 1-3 e empate em casa com o Trofense (2-2). O Benfica só conseguiu segurar o terceiro lugar na penúltima jornada com uma vitória em Braga (3-1). Das 17 vitórias dos encarnados, 11 foram pela margem mínima. Quique Flores foi contestado desde cedo, muito graças a uma campanha desastrosa na Taça UEFA. O técnico espanhol estará de saída da Luz.

NACIONAL - Excelente temporada dos alvinegros, que repetiram o quarto lugar de 2003/2004. Manuel Machado já tinha conseguido o quarto lugar com o V. Guimarães em 2002/2003, e um quinto lugar com o Nacional em 2005/2006. O avançado brasileiro Nené foi o melhor marcador da prova, com 20 golos.

SP. BRAGA - Os bracarenses tiveram um início de época irregular, com apenas 5 pontos nas primeiras 5 jornadas. A recuperação levou-os a discutir o primeiro lugar, que teriam almejado não tivessem perdido na Luz com o Benfica e em casa frente ao Porto, nas duas últimas jornadas da primeira volta. Jorge Jesus voltou a demonstrar ser um treinador dotado, com mais uma época surpreendente dos bracarenses na UEFA, e fala-se mesmo da sua saída para o Benfica.

LEIXÕES - O sexto lugar fica a saber a pouco para os leixonenses, que conseguiram sete vitórias nas primeiras nove jornadas. Seguiu-se um período de sete jogos sem ganhar, com muitos empates à mistura, e a quebra deu-se à jornada 21, com uma derrota em casa 1-4 com o Porto, e uma derrota 0-4 em P. Ferreira na jornada seguinte. Os pupilos de José Mota fizeram uma ponta final interessante e conseguiram a qualificação para a Taça Intertoto.

ACADÉMICA - Os estudantes conseguiram igualar a melhor classificação dos últimos 30 anos - um sétimo lugar em 1984/85. Domingos voltou a realizar uma época tranquila à frente da Académica, o que não é muito normal, dado os sobressaltos das últimas épocas. Destaque para o excelente registo em casa, onde só perderam para Benfica e Porto.

V. GUIMARÃES - Depois do terceiro lugar na época passada, a fasquia era demasiado elevada para Manuel Cajuda. Apenas duas vitórias (ambas fora) nas primeiras dez jornadas davam a entender que não ia ser uma época fácil. A primeira vitória em casa só aconteceu à 11ª jornada, frente ao Leixões. Destaque à vitória conseguida na Luz, a segunda na história dos vimarenenses.

MARÍTIMO - A substituição de Lori Sandri à 19ª jornada depois de uma derrota em Coimbra parece ter sido um erro crasso. Os maritimistas discutiam um lugar europeu, mas com Carlos Carvalhal no comando, só venceram no primeiro jogo (5-1 em casa c/ V. Setúbal), e depois nunca mais ganharam. Cinco derrotas nos últimos cinco jogos do campeonato ditaram um pouco honroso 9º lugar, o primeiro da segunda metade da tabela.

P. FERREIRA - Depois de terem garantido a permanência apenas na secretaria na época passada, os pacenses apostaram no técnico Paulo Sérgio, um estreante na liga principal. O começo voltou a ser "de aflitos", mas no final um tranquilo 10º lugar e a chegada à final da Taça de Portugal deixam um sabor agradável na boca dos adeptos da capital do móvel.

E. AMADORA - Uma época dramática, com os atletas a não receberem qualquer dos meses de vencimento. Lito Vidigal mostrou-se solidário com os jogadores e demitiu-se, entregando o comando técnico ao adjunto Lázaro Oliveira. Mesmo assim os amadorenses realizaram uma época sem sobressaltos, e garantiram a manutenção a três jornadas do fim. O Estrela venceu apenas um jogo fora: à 4ª jornada frente ao Nacional (2-1).

RIO AVE - A época até não começou mal, com os vila-condenses a facturar empates em casa com o Benfica (1ª jornada) e com o Porto (3ª jornada), mas João Eusébio obteve apenas uma vitória em dez jornadas, e Carlos Brito voltou a salvar o Rio Ave. 13 pontos nas últimas seis jornadas decidiram a manutenção, com a equipa a revelar-se bastante pobre no capítulo da concretização: apenas 20 golos marcados, dos quais apenas 4 fora do Estádio dos Arcos.

NAVAL - Mais uma época discreta, sempre fora dos lugares de despromoção, mas sem ambicionar a muito mais. Ulisses Morais completou a sua segunda época à frente dos figueirenses com um modesto 13º lugar, com 16 pontos conseguidos na primeira volta, e 13 na segunda. Destaque para a vitória frente ao Porto, na sétima jornada. A única derrota fora dos Dragões.

V. SETÚBAL - Época de aflitos, sempre com o credo na boca. Os sadinos podem dar graças à inépcia de Belenenses e Trofense na ponta final do campeonato, pois só conseguiram quatro pontos nas últimas oito jornadas. Daúto Faquirá começou a época, foi despedido à sétima jornada depois de derrota em casa com o Trofense, e o pronto-socorro Carlos Cardoso assegurou a manutenção. Muito tremida.

BELENENSES - O brasileiro Casemiro Mior começou a época no Restelo e não aguentou cinco jornadas. Chegou Jaime Pacheco mas só à oitava jornada chegava a primeira vitória. O Belenenses nunca conseguiu fugir dos lugares da despromoção, e a goleada em casa com o Sp. Braga (0-5) afundou os azuis de Belém, e fez Jaime Pacheco bater com a porta. Rui Jorge, com duas jornadas para salvar o barco do naufrágio, ainda conseguiu vencer o Rio Ave, mas a derrota 1-3 na Luz ditou a despromoção, 11 anos depois. O Belenenses leva ainda o título de pior defesa do campeonato (52 golos). Curiosamente a próxima época será a primeira na História sem o Belenenses e o Boavista na divisão maior.

TROFENSE - No ano de estreia na Liga Sagres, o Trofense demorou a encontrar-se. Cinco derrotas nas primeiras cinco jornadas ditaram a saída de António Conceição. Tulipa teve o mérito de manter a equipa "a mexer" até ao fim, e conseguiu empates no Dragão e na Luz, e uma vitória em casa contra o Benfica. A derrota em casa contra o Porto (1-4) na penúltima jornada deixou o Trofense com a corda na garganta, e a derrota em P. Ferreira na última jornada foi a machadada final.

1 comentário:

Portista em Macau disse...

O Porto perdeu muitos pontos em casa o que não é normal,o normal teria sido campeao com pelo menos mais 10 pontos de vantagem sobre o segundo,mas so conseguiu ser campeão com 4 pontos de vantagem sobre o segundo.Proxima epoca temos que ganhar com mais pontos de vantagem.Rumo ao PENTA