Hoje foi dia de compras, as primeiras desde o regresso das férias. Acordei cedo esta manhã e em vez de levar o carro resolvi pegar num dos cartões dos miúdos e apanhar um dos tais autocarros, os novos. Afinal também quero sentir na pele a "diferença" desde que o novo regime de concessões entrou em vigor no dia 1 de Agosto. Andar nos autocarros com as massas também é uma forma interessante de se inteirar da qualidade de vida da população média, e quem sabe se os políticos deviam fazer o mesmo, de forma informal .(Ouvi dizer que o líder dos democratas, Ng Kwok Cheong, anda frequentemente de autocarro).
Na ida ainda fui num dos antigos, mas reparei em muitas diferenças. Desde logo a limpeza; parecia um dos mesmos autocarros (era a carreira nº 9), mas por alguma razão parecia mais limpinho. Se calhar esfregaram o chão, para variar. Depois tem placards novos, não contém aquela publicidade ridícula e desactualizada ("É favor sair pela porta de atrás. Obrigado pela colaboraça"(sic)) e ainda, pasme-se, tem um anúncio de voz da próxima paragem
em português. E mais: em português escorreito e vernáculo, dito por uma menina portuguesa! Que luxo. Não sei se as companhias de autocarro são abrangidas pela obrigatoriedade do uso do português - tantas vezes ignorado - mas deviam ser. E cumprem, o que é algo que desde já se saúda.
No regresso apanhei o autocarro nº 18, da novel concessionária, a Reolian. Esta Reolian é uma companhia de autocarros francesa representada no território por este senhor francês na foto, um tal Cedric Rigaud, e quem se tem visto a braços com problemas relacionados com a mão-de-obra, ou da falta dela, das horas extraordinárias dos obtusos dos motoristas. Mas falemos antes do serviço propriamente dito. Os autocarros da Reolian são muito mais fáceis de reconhecer que os da TCM ou da Transmac (praticamente iguais), pois são verdes por fora. Por dentro são o mesmo que os outros, o que vale por dizer que só mudam as moscas.
Uma das novidades prende-se com o instrumento com que se efectua o pagamento da viagem. Antigamente tinhamos um mealheiro ridículo junto do motorista (o único método de fiscalização eram os olhos do motorista, sempre com um ar mal disposto), mas agora temos uma espécie de parquímetro, todo electrónicozaço e tal, todo vertical e maleável. Parece mesmo um
speed punching bag daqueles dos ginásios. E é assim, hoje fui de autocarro, mas não me senti mais bem servido por aí além, tirando no aspecto que mencionei do português. Mas para ser sincero, preferia que a viagem tivesse decorrido em silêncio.
1 comentário:
o tipo á esquerda com ar assustado é o Leocas?
Enviar um comentário