Quando não está a cantar estrofes, Salvador tem um problema com o que diz. Tudo espremido, deu sempre a ideia (já devia estar a pensar no traque) de que se está a cag**. Esquece-se disto: se abraçou o circo e as mordomias, fica-lhe mal cuspir na sopa. Passou logo a queixar-se, muito irreverente, muito estrela rock, das multidões que o aclamam"
Rodrigo Guedes de Carvalho, in TV Mais, 5/Julho/2017
A música é muito importante para si. Que paixão é essa?
Foi a minha primeira paixão. Quis aprender guitarra por volta dos 9 anos. Em casa, nessa altura, estava-se a viver o grande boom da música dos anos 70. E eu fazia playbacks. É preciso ver que os meus pais tiveram-me muito cedo e que fui filho único durante bastante tempo. De certa forma, fui o irmão mais novo do meu pai. A minha infância foi por isso passada entre adultos, os meus tios incluídos. Havia muita música, muitos discos. Tudo isso mexia comigo, e apaixonei-me.
Chegou a ter aulas?
Sim. Pedi à minha mãe, e ela procurou alguém que me ensinasse. Era uma antiga professora do Conservatório, velhinha. Eu ia às aulas sozinho, e aquilo correu mal. A senhora era muito exigente, eu aprendia guitarra clássica pura e dura, quando queria era tocar rock. Chegou um momento em que não aguentei mais, porque ela batia-me com uma vareta nos dedos quando eu falhava uma nota. E, um dia, antes de entrar em casa, parti a minha guitarra. Jurei que nunca mais tocaria.
Idem, in Expresso, 6/Maio/2017
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