domingo, 16 de dezembro de 2012

Mais um massacre na América? Impossível...


Uma notícia que já não surpreende ninguém: um jovem de 20 anos aparentemente calmo e inteligente, mas tímido e “portador de doença mental” pegou nas armas da mãe, matou-a e de seguida matou mais cinco adultos e 20 crianças. E tudo com uma “brutal eficácia”, segundo a polícia. E onde aconteceu? Nem há prémio para quem acertou. Foi na América, é claro. Depois de assassinar a mãe, Adam Lanza entrou numa escola no Connecticut e disparou sobre tudo o que mexia, e no fim suicidou-se. Mais um massacre na América, nada de novo.

É um pouco difícil de perceber que estes episódios aconteçam mais na América que no resto do mundo. Afinal aquele é o país da democracia para todos, a terra das oportunidades, enfim, devia andar toda a gente feliz e contente e sem vontade nenhuma de massacrar ninguém. É também o país onde é mais fácil adquirir uma arma de fogo, graças a uma emenda na constituição do tempo da independência, que permite que todos os cidadãos tenham direito ao porte de arma. Todos mesmo, até a mãe de um jovem que foi diagnosticado com doença mental. As balas podem ser adquiridas em qualquer supermercado, mesmo as de grande calibre. Mas qual é o espanto? É o país dos cowboys.

Muitos não demoram dois minutos a fazer o diagnóstico: os americanos são malucos, adoram guerras e tiros, e para isso basta ver os filmes. Ora, permitam-me o direito ao contraditório. Os filmes americanos imitam a vida, e não o contrário. O pior massacre de sempre deste género aconteceu em 1927 no Michigan, quando o tesoureiro de uma escola detonou várias bombas, fazendo 45 vítimas mortais e 58 feridos. Quando vi as imagens do 11 de Setembro ouvi um americano em pânico a gritar “Jesus fucking Christ!”. Eu pensava que só diziam aquilo nos filmes, mas parece que é mesmo uma interjeição muito usada. Com argumentos destes, é difícil não fazer filmes "realistas".

Com um arsenal de armas, pistolas, caçadeiras e bazucas ao alcance de qualquer americano sempre preparado para combater as tropas inglesas e defender a tão amada e preciosa independência, é normal que situações destas se repitam. Noutro país onde não seja tão fácil adquirir uma arma e as respectivas munições, um jovem perturbado pode procurar ajuda psiquiátrica, ou num caso extremo atirar-se da janela ou cortar os pulsos sem chatear ninguém. Na América podem fazer a saída em estilo, levando mais algumas alminhas com eles. God bless America!

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